[Análise] Beyond Blue [PS4]




Os oceanos são um verdadeiro mistério e é pouco o que sabemos sobre eles. Na verdade, não sabemos quase nada, apenas 5%. Dentro destes oceanos que compõem 70% do nosso mundo existe uma imensidão de animais e plantas que ainda não descobrimos. Em conjunto com o BBC Studios, a E-Line Media desenvolveu Beyond Blue, um jogo que nos dá a oportunidade de explorarmos os oceanos de uma forma emocional e tranquila, e de aprendermos um pouco mais sobre os ecossistemas marinhos. 

Beyond Blue é uma aventura subaquática onde os jogadores mergulham na pele de Mirai, uma jovem cientista apaixonada pela vida marinha que explora as profundezas dos oceanos juntamente com a sua equipa: André e Irina. A história de Beyond Blue foca-se no rastreamento de uma família de cachalotes e da sua cria recém-nascida, bem como na catalogação de outras espécies existentes no oceano. O nosso objetivo, é então catalogar o maior número de espécies possíveis, descobrindo mais acerca dos seus comportamentos, existindo um grande foco nos cachalotes. 



A primeira vez que mergulhamos no oceano, ficamos deslumbrados com as cores e com fauna que nos rodeiam. Contudo, não é o primeiro mergulho o momento mais deslumbrante do jogo. O momento mais marcante do jogo é o primeiro contacto com as baleias e os golfinhos. A forma como E-Line Media desenvolveu os gráficos deste jogo é sem dúvida uma conquista. São definitivamente fascinantes, fazendo-nos sentir que estamos mesmo lá. Todos os detalhes estão presentes, desde as pequenas cicatrizes dos golfinhos até aos olhos das gigantes do oceano. 

Existem partes do jogo onde Mirai mergulha nas profundezas do oceano, onde a luz da superfície não chega. Nestas alturas os gráficos não são tão bons, por não existir tanta luz como perto da superfície, fazendo com que os vários animais que encontramos nesta zona não estejam tão bem feitos como os outros. Além disto, nestas partes, a jogabilidade traduz-se num sentimento de desorientação, levando a que exista uma sensação de desconforto. 

No que diz respeito à jogabilidade, esta é bastante simples. Ao longo do jogo só fazemos duas coisas: nadar e fazer scans. Para nadar basta usar os analógicos e para fazer os scans usamos o L1 para focar e o R1 para realizar o scan. Infelizmente, não é possível interagir com a vida marinha, o que poderia tornar a jogabilidade mais interessante, fazendo com que o jogador sentisse que tinha algum controlo nas suas mãos. 

O maior problema na jogabilidade é o facto de as missões terem sempre a mesma base. Ao longo do jogo o jogador apenas nada e faz scans das mesmas criaturas, não existindo uma grande diversidade de objetivos, levando a que todos os encontros que temos com animais sejam semelhantes. 




Além da exploração aquática, Beyond Blue dá-nos uma perspetiva mais emocional da vida de Mirai, mostrando-nos como por vezes os cientistas têm diversos problemas quer familiares quer profissionais. Muitas das vezes somos confrontados com diálogos que mostram isto mesmo, quer seja entre Mirai e a sua Irmã, onde falam sobre a sua avó e o seu problema de saúde, ou entre Mirai e a sua equipa, onde tem conversas mais emocionais. 

Esta é sem dúvida uma ideia interessante, especialmente porque temos a opção de escolher o que queremos dizer durante os diálogos. Contudo, o facto de as opções de diálogo serem bastante reduzidas e pouco criativas levam a que o jogador se desconecte facilmente do jogo. 

Outro aspeto que se destaca, é toda a parte educacional do jogo. À medida que avançamos no jogo vamos desbloqueando “revelações”, pequenos vídeos acerca dos oceanos e dos seus ecossistemas. Além das “revelações”, podemos desbloquear factos sobre os animais que vamos descobrindo, o que nos permite conhecer mais acerca da vida marinha. 

Por fim, a banda sonora do jogo é outro aspeto que se destaca por ser incrível. A escolha musical feita pela E-Line Media, é adequada para o ambiente que nos rodeia, levando a que o jogador tenha uma sensação de tranquilidade e encanto. 





Conclusão 
Apesar de oferecer uma experiência de 3 horas bastante divertida e fascinante, Beyond Blue não oferece muito mais do que uma experiência repetitiva e sem grande imaginação. Apesar de tudo é uma experiência calma e fascinante que nos leva a conhecer melhor o oceano e os seus ecossistemas. A escolha deste jogo vai depender daquilo que o jogador procura. Se o jogador procura um jogo bem elaborado e com enredo complexo este poderá não ser a melhor opção. Pelo contrário, se o jogador procura uma experiência tranquilizante pelo oceano esta é a escolha certa. 



O Melhor:
  • Gráficos extraordinários
  • Parte educacional
  • Banda Sonora 


O Pior:
  • Jogo de curta duração
  • Repetitivo
  • Diálogos pouco interessantes
  • Não existe interação com a vida marinha


Pontuação do GameForces – 6.5/10



Título: Beyond Blue
Desenvolvedora: E-Line Media
Publicadora: E-Line Media
Ano: 2020

Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Playstation 4, através de um código gentilmente cedido pela E-Line Media.


Autor da Análise: Bernardo Lourenço



[Análise] Beyond Blue [PS4] [Análise] Beyond Blue [PS4] Reviewed by Carlos Silva on agosto 02, 2020 Rating: 5

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