[Análise] Mario Golf: Super Rush [NSW]



Mario é um tipo às direitas! Um homem que dá jeito ter no nosso grupo de conhecidos e que sabe fazer de tudo! Com experiencia em canalizações, consultas médicas ou condução dos mais diversos tipos de veículos, é efectivamente alguém bom de ter por perto!

Não é de estranhar então que nos proporcione novamente uma aventura, mas dessa vez numa vertente mais vocacionada para um desporto muito singular: o golf. Ainda assim, não podemos afirmar que é a sua estreia no género. De facto, esta é já a sua sétima entrada! Com a sua última ingressão neste desporto observada em Mario Golf: World Tour, publicado para a (não tão) velhinha 3DS em 2012, tem vindo a demonstrar que também nesta área consegue apresentar uma versatilidade louvável.



Efectivamente Mario Golf: Super Rush recorre a muitas das mecânicas e conceitos de World Tour, mas consegue ainda evoluir com a introdução de algumas novidades. Para além da sua vertente gráfica melhorada, destacamos principalmente os novos modos de Speed Golf e Battle Golf. Em termos comparativos com a última entrada da série, podemos afirmar que o mais recente título apresenta-se com um maior equilíbrio na balança “Simulação Vs Arcade”.

Este aspecto advém principalmente dos modos existentes em conjunto com a componente associada à jogabilidade de cada um. Em Super Rush, existe três grandes modos multijogador: Jogo Normal, Speed Golf, Battle Golf. Em adição, também está disponível o tradicional modo Aventura. Portanto, contamos com quatro modos, onde somente o modo Aventura é single player, sendo os restantes possíveis de jogar a solo, com alguém localmente ou via online.



O modo normal é onde o realismo é maior e amplamente reconhecido para quem tenha noções básicas sobre este desporto. Aqui o objectivo passa por cada jogador conseguir colocar a bola no buraco no menor número de tacadas possíveis. Para isso deveremos considerar um saudável conjunto de variáveis que irão afectar a nossa prestação, como por exemplo o tipo de taco a utilizar, direcção e intensidade do vento, condições climatéricas, topologia do terreno, etc. No global da experiência é o modo mais pausado e calmo, que em perspectiva e em comparação com os restantes modos chega a revelar-se aborrecido.

O modo Speed Golf é uma óptima adição à série e um passo dado na direcção certa! Fundamentalmente, é modo normal, mas com todos os jogadores em campo a jogar simultaneamente. Aqui vale tudo, desde que coloquemos a bola no buraco em primeiro lugar. Desde empurrar o adversário enquanto estamos a correr para onde caiu a bola, até utilizar tacadas especiais que fornecem bónus ao nosso jogador, tudo é aceitável! Em adição a estes elementos devemos considerar que cada tacada adiciona 30 segundos aos contabilizados, por isso também deveremos considerar alguma estratégia e objectivar a minimização de tacadas!



Já o modo Battle Golf cria uma ainda maior confusão! Aqui, o objectivo é conseguir conquistar um determinado número de buracos numa arena fechada e com número limitado. Exemplificando, numa arena de 9 buracos, quem capturar primeiro 3 ganha. O grande desafio passará portanto em conseguir conquistar estes buracos, antes dos adversários (que podem estar a competir pelo mesmo ou não) e enquanto fugido dos ataques, ou atravessando os obstáculos a caminho de onde a nossa bola caiu. Um verdadeiro caos! É sem duvida alguma o modo mais rápido e intenso do jogo.

Como podem pressupor, as habilidades especiais são um factor determinante, que quando utilizadas na altura e forma correcta podem fazer a diferença entre a vitória ou derrota. Por exemplo, Luigi tem a habilidade de criar uma área de gelo onde sua bola cair, dificultando a nossa movimentação e realização do putt final. King Bob-omb consegue criar uma série de bombas ao redor de onde a bola cair, podendo estas derrubar os adversários e respectivas bolas. Ou ainda Wario consegue criar uma nuvem sobre a área do buraco, onde qualquer um que tente acertar a bola com a força máxima será atingido por relâmpago. Como podem constatar, são efectivamente elementos significativos e que ajudam a amplificar a competição entre jogadores e criar situação bastante cómicas!



Abordando um pouco agora a aventura single player, esta revela-se como o ponto ideal de inicio para novos jogadores, ou simplesmente quem queira relembrar algumas das mecânicas da série. Aqui vamos utilizar o nosso Mii, evoluindo-o enquanto percorremos a história criada.

Apesar de ser o ponto ideal, não é perfeito. Isto porque durante toda a jornada, parece existir uma falta de coordenação ou fio condutor da experiência, onde somos introduzidos a mecânicas utilizadas somente naquele instante ou raramente uteis para os jogos multijogador. Por exemplo, a meio da aventura somos brindados com uma tacada que aparentemente seria óptima: a capacidade de fazer ricochete numa superfície liquida. Contudo, essa opção nunca é utilizada efectivamente no resto do jogo! Outras mecânicas como os tiros verticais são introduzidos, mas posteriormente a sua utilidade prática revela-se muito restritiva. Adicionalmente, o enredo também parece somente um pouco de fan service, sem verdadeiramente introduzir uma história convincente ou cativante.

Outro aspecto que poderia estar melhor definido passa pela evolução do nosso Mii. O modo aventura é o único onde podemos fazer subir o nível e estatísticas da nossa personagem. Isto leva a que, nos modos multijogador, quem tiver passado o modo aventura tenha possivelmente uma personagem mais forte e capaz que as demais. Existe uma notória falta de equilíbrio, especialmente para quem quiser jogar com os seus Miis contra um amigo, pois isso significa que eles também terão que completar o modo de história para estarem em pé de igualdade.



Não obstante, o modo aventura conta com alguns desafios interessantes que conseguem melhorar a experiencia. Por exemplo conseguir os nove buracos no lago Ridgerock em menos de 40 tacadas, enquanto temos de navegar pelo terreno montanhoso, com lagos, remoinhos de ventos, etc. Tudo isto sem uma ordem particular obrigatória, o que nos levou a ter uma elemento de estratégia muitíssimo superior a tudo o resto da experiencia providenciada no modo aventura.

No decorrer da nossa experiencia com este título, os modos Speed Golf e Battle Golf foram os que definitivamente mais nos cativaram e conseguiram providenciar momentos de diversão. Uma aposta no sentido correcto de evolução da série. Já no modo aventura, ficamos com a sensação de que, após as horas iniciais, existiu um esforço consciente em não despachar os diálogos intermédios somente para chegar às partes divertidas: os desafios e cursos a ultrapassar.




No que toca à componente audiovisual, o título apresenta-se como uma sólida aposta da produtora, ainda que não inovando verdadeiramente perante aquilo que já conhecemos de outros título do famoso canalizador/piloto/desportista! Neste âmbito, destacamos os efeitos sonoros, onde é de salientar o excelente trabalho concretizado através de uma notória a atenção ao detalhe. Tudo, desde os ruídos ambientes, de outros jogadores ou simplesmente dos diferentes sons da bola consoante o local onde cai, estão considerandos. Este aspecto facilmente ajuda a interiorizar e criar uma experiencia mais envolvente.

Já na sua vertente gráfica, ainda que tenhamos notado que no modo portátil era frequente alguma queda da prestação gráfica em ocasiões mais graficamente exigentes, continuamos a disfrutar de uma experiencia bastante sólida. Os modelos estão bastante bem conseguidos e os cenários devidamente caracterizados e aprestados, providenciando uma óptima sensação de interiorização.

Efectivamente e colocando em perspectiva a qualidade gráfica dos cenários, não sofre tanto como a quantidade. Em Super Rush, contamos somente com 6 pistas disponíveis, ao invés das 10 existentes no seu antecessor World Tour na altura do seu lançamento. Ainda que a sua variedade proporcione experiencias bem diferenciadas, não deixamos de notar que poderia haver uma maior quantidade, como que se estivéssemos a disfrutar de um sentimento de “meia dose servida”.



A verdade é que, após as primeiras horas de Super Rush onde desbloqueamos todos os cursos e tacos, somente os modos online passam a ser o único ponto de interesse (ou talvez o multi jogador local, caso tenham com quem jogar). Isto porque, surpreendentemente e considerando o óptimo feedback que teve da comunidade na altura, não há torneios online para jogar conforme acontecia em World Tour. Talvez numa actualização futura? A sensação base é que a actual estrutura do jogo, denota um sentimento deste ser algo “leve” no que se refere a conteúdos a longo prazo, algo que poderá ser colmatado no futuro com as prometidas atualizações.

Por fim, resta-nos destacar os controlos. Em Super Rush é possível jogar com os controlos de movimentos dos joy-con ou exclusivamente através dos botões. Independentemente do esquema de controlo que escolhemos, este é bastante intuitivo de utilizar, onde o jogo frequentemente nos dá dicas on screen daquilo que temos de ponderar para ter uma boa prestação.

Por exemplo, é possível utilizar uma vista de planta do curso para o potencial ponto de chegada da nossa tacada, de acordo com a nossa direcção e o taco seleccionado (sendo possível alternar entre tacos somente com um pulsar de tecla).



Se por ventura estiverem a utilizar o esquema de controlo tradicional, basta carregar no botão A para encher um medidor de energia existente no ecrã onde também aqui está indicado se chegamos à área de putt ou não. Posteriormente, quando entramos na área de putt, as mecânicas alteram-se um pouco, com o jogo a criar uma grelha no relvado, a indicar claramente as elevações e declives entre a nossa bola e o buraco.

Tudo muito intuitivo portanto. Notoriamente é mais difícil utilizar os controlos por movimentos, mas para jogar com amigos, é facilmente a componente mais divertida de experimentar este título!






Conclusão

Mario Golf: Super Rush é uma sólida adição à serie que procura apresentar uma experiência acessível e cativante à generalidade dos jogadores. Destacamos principalmente os modos Speed Golf e Battle Golf que conseguem providenciar momentos verdadeiramente divertidos e recompensadores com os vossos amigos! Infelizmente a reduzida quantidade de cursos poderá limitar esta diversão e gostaríamos de ter visto mais logo no lançamento. Não obstante, Mario Golf: Super Rush é mais uma prova da polivalência de Super Mario!



O Melhor:
  • Novos modos Speed e Battle Golf são adições do sentido certo que a série deve prosseguir;
  • Ambientes, grafismo e efeitos sonoros bastante envolventes;
  • Excelente equilíbrio entre uma experiência de simulação e arcade.


O Pior:
  • Modo Aventura genérico e pouco cativante;
  • Prestação gráfica em modo portátil inconsistente:
  • Número de cursos mais reduzido.



Pontuação do GameForces – 8/10



Título: Mario Golf - Super Rush
Desenvolvedora: Camelot Software Planning
Publicadora: Nintendo
Ano: 2021



Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Nintendo Switch, através de um código gentilmente cedido pela Nintendo Portugal.

Autor da Análise: Carlos Miguel Silva
[Análise] Mario Golf: Super Rush [NSW] [Análise] Mario Golf: Super Rush [NSW] Reviewed by Carlos Silva on julho 10, 2021 Rating: 5

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