[Análise] Ratchet & Clank: Rift Apart [PS5]



Ratchet & Clank: Rift Apart, desenvolvido pela Insomniac Games e publicado pela Sony Interactive Entertainment, é o mais recente jogo desta já longa franquia, sendo uma sequência de Ratchet & Clank: Into the Nexus.

Contando com animações a igualar os melhores filmes da Pixar e um desempenho incrivel na integração do DualSense com a experiência proposta, este exclusivo da PlayStation 5 traz-nos algo ainda não visto em jogos desta plataforma.


Nesta nova aventura, vemos o nosso herói Ratchet, acompanhado pelo sempre fiel amigo Clank e a sua chave inglesa, envolvidos em novos desafios que lhes vão dificultar a vida. O tão bem conhecido Dr. Nefarius volta a atacar, desta vez roubando o dimensionador aos nossos heróis e criando um caos de multiversos. Isto irá transportar-nos para uma aventura que decorrerá nos mais variados mundos, com visuais bem diversificados e inimigos ao nível do melhor que vimos nesta série.

Com estas fendas para novos universos, conseguimos ter um deslumbre do que a nova geração nos pode apresentar. Ratchet, usando a sua “omniluva”, consegue passar de mundo para mundo instantaneamente e sem entraves, demonstrando a capacidade e versatilidade que o SSD veio trazer a esta consola.

Esta habilidade é com certeza a gimmick do jogo, que nos apresenta uma perspectiva diferente para o que foi feito neste título e poderá ser feito no futuro. Não podemos deixar de louvar a sensação de Ratchet & Clank: Rift Apart aproveitar tão bem esta mecânica, que aparenta já estar implementada no mundo dos vídeojogos há anos!

Esta alternância de universos ajuda imenso a criar uma experiência mais variada e dinâmica, onde o jogador pode alternar entre dimensões conforme sua vontade e necessidade. Inclusive teremos não somente a possibilidade de visitar planetas e realidades de entradas anteriores da série, assim como novas localizações, tudo enquanto  interagindo com as personagens lá existentes.

As missões são também afetadas por estes portais uma vez que poderemos usufruir dos mesmos, seja a nível táctico durante as batalhas, ou em momentos de exploração dos mundos. Nesta valência, poderemos encontrar tesouros escondidos como por exemplo parafusos dourados ou armaduras com capacidades especiais.

Estas armaduras vão sendo apanhadas durante a nossa jornada nas missões da main story, ou em alternativa como uma aventura opcional. Isto porque estas estão escondidas nestas fendas multidimensionais e fazem com que tenhamos que passar alguns mini mundos para chegar até elas.

Na vertente táctica também aqui brilha esta gimmick. Ao ser utilizada com criatividade é  possível  que estes saltos nos transportem no campo de batalha instantaneamente para uma posição diferente, obtendo uma vantagem importante em relação ao nosso inimigo, como fugir de balas perdidas ou mesmo aparecer nas costas dos adversários.


Como mencionado, a nossa personagem encontrará nos mundos que lhe são propostos a decorrer a aventura verdadeiros colossos visuais, com uma fidelidade de renderização a igualar filmes de animação.

Toda a envolvência é perfeita, com uma imensidão de detalhes e características especificas de cada um dos ambientes em que vamos passando. A tecnologia de ray-tracing é de igual forma elevada para o nível seguinte, onde todas as superfícies reflectoras, sejam elas água ou metal, reflectem com um detalhe incrível todo o mundo em redor.

O audio em 3D é mais uma das características que torna este jogo distinto. O seu detalhe permite conseguirmos ter uma precisão exacta de onde se aproxima um inimigo somente pelo som transmitido nos headphones. Também todas as cidades se apresentam com uma excelente densidade de personagens e elevada qualidade de aprestamentos, conseguindo transmitir uma sensação de imersão marcável. Este aspecto leva a que facilmente seja transmitida a sensação de sermos transportados para perto dos nossos heróis e da acção a decorrer, o que indica um nível de interiorização da experiência do melhor actualmente.



Ainda no que se refere a factores que ajudam a interiorizar a experiência, a nível de tecnologia inovadora, vem o Dualsense brilhar na sua função. O aclamado comando da Playstation 5 transmite-nos sensações como ainda não tínhamos sentido em outros jogos (bem, excluindo aqui Astro's Playroom).

Os gatilhos adaptativos do comando sem fios DualSense ajudam a transmitir um nível de feedback sensorial muito bom, sendo transmitida uma sensação personalizada para cada uma das armas do nosso arsenal. Por exemplo, se com uma arma automática o nosso comando treme a cada bala disparada, já com uma caçadeira na mão teremos que carregar no gatilho a cada disparo. Inclusive, é possível realizar diferentes acções conforme o gatilho é pressionado  somente a meio ou até ao fim.

Efectivamente, não poderíamos de deixar de falar da vibração transmitida ao jogador. Se por um lado conseguimos sentir as botas com foguetes de Ratchet ou os caminhos por onde este passa, por outro e à semelhança dos gatilhos adaptativos, existem vibrações para explosões, tremores e todas as armas que usarmos.

Também o microfone/coluna do comando tem aqui um papel fundamental deixando escapar alguns sons para armas específicas. É portanto, toda uma experiência transmitida ao jogador através de um inteligente conjunto de acções sensoriais que ajuda a interiorizar ao jogador à acção a decorrer no ecrã.


Expandindo o pouco a nossa análise à componente audiovisual, se graficamente o jogo está irrepreensível, a banda sonora acompanha facilmente o nível de qualidade assumido. Seja numa cidade com uma multidão ensurdecedora ou num planeta deserto, mas com inúmeros inimigos, a sonoridade é sempre incrível e seguindo o que já há muito é trabalhado na franquia. Verdadeiramente um factor que ajuda a potenciar a experiência de jogo e gratificar o jogador.

Por fim deixamos uma nota sobre a prestação gráfica. Em Rift Apart a jogabilidade é super fluida, mesmo com os 30fps que acompanham os 4K e com tudo a acontecer no tempo certo (modo gráfico pré-definido, denominado de "Fidelidade"). Existem secções caóticas, com trocas de tiros infindáveis com os nossos inimigos e nunca sentimos uma única queda de frames.

Outros modos encontram-se disponíveis, nomeadamente “Performance RT” e “Performance”. Em Performance RT a experiência é fixa em 60 fotogramas por segundo, com Ray Tracing activo, mas a uma resolução 4K dinâmica mais reduzida (embora exista uma rectificação da iluminação e densidade de partículas para compensar as quedas momentâneas de resolução). Já no modo Performance, o Ray Tracing é desactivado em prol de uma taxa de fotogramas e resolução maiores, atingindo os 60 fps a 4K. Aqui impera o gosto de cada jogador e não notámos entraves em qualquer um deles.


Depois de ressalvar todos os pontos técnicos que fazem este jogo um dos melhores da geração até à data, temos também algo a dizer sobre a jogabilidade, diversidade de missões e arsenal disponível.

No que se refere à main story, este jogo traz-nos missões sempre divertidas, introduzindo sempre algo novo na jogabilidade, permitindo uma aprendizagem constante no que a jogabilidade diz respeito.

Uma das novas acções é a arremetida fantasma que permite ao nosso heroi desviar-se de ataques inimigos quase como se estivesse dentro da Matrix. Esta funcionalidade permite-nos também aceder a novos pontos do mapa e desafiar os adversários com novas táticas durante o combate.

Também nas missões secundárias podem contar desafios que se juntam à história principal e nunca desapontam, evitando serem repetitivas e sendo todas devidamente contextualizadas na narrativa global. Ainda que a sua qualidade não possa ser questionada, a nível de quantidade sentimos que poderiam ter acrescentado algo mais, com vista a fazer com que o tempo de jogo se alongasse um pouco mais.

O arsenal do nosso herói é diverso e muito vasto com opções para todos os gostos. Se por um lado temos as armas mais normais como pistolas e caçadeiras, por outro temos um pixelizador que transforma o nosso adversário num ser a 16bit ou mesmo um regador que faz crescer plantas envolvendo esses mesmos inimigos imobilizando-os. É efectivamente uma variedade cativante, saudável e que permite ao jogador experimentar diversas formas de abordar os desafios impostos durante toda a duração da aventura.





Conclusões
De uma forma geral este é sem sombras de dúvidas o jogo que melhor usufrui do avanço tecnológico que esta consola permite, trazendo inovação a tudo o que a franquia já tinha de bom.
Como pontos a melhorar talvez indicar que sendo que existem duas personagens jogáveis, poderiam conter características que as distinguissem para que não parecesse que somente mudaram a roupas às mesmas.



O Melhor:
  • Desempenho feedback hepático e gatilhos adaptativos do dualsense;
  • Visuais arrebatadores;
  • Carregamento SSD instantâneo;
  • Áudio em 3D imersivo.


O Pior:
  • Não diferenciação de ações entre personagens.




Pontuação do GameForces – 9,5/10




Título: Ratchet & Clank: Rift Apart
Desenvolvedora:
Insomniac Games
Publicadora: Sony Interactive Entertainment
Ano: 2021


Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Playstation 5, através de um código gentilmente cedido pela Sony Interactive Entertainment.




Autor da Análise: Bruno Neves


[Análise] Ratchet & Clank: Rift Apart [PS5] [Análise] Ratchet & Clank: Rift Apart [PS5] Reviewed by Bruno Neves on junho 24, 2021 Rating: 5

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