GameForces Awards 2023 - Melhor Personagem do Ano


O meio dos videojogos é, cada vez mais, um meio recheado de personagens memoráveis. Seja na primeira pessoa, seja na terceira, seja em 2D, 2.5D, 3D ou em realidade virtual, não dá para jogarmos algo com um comando (ou um rato e teclado) sem nos depararmos com heróis e vilões, protagonistas e antagonistas, NPCs com mais ou menos vivacidade. E é isso que celebramos neste primeiro artigo dos nossos prémios de melhores do ano - as personagens meticulosamente construídas para enriquecer as histórias que vivemos e nas quais mergulhámos durante este ano de 2023.

Para tal, podemos considerar vários ângulos. O desenvolvimento de uma personagem desde o primeiro momento em que somos brindados com a sua presença até ao rolar dos créditos. O impacto de uma personalidade de uma personagem tem no mundo e na narrativa do jogo que jogamos. Um desempenho memorável por parte de um ator, seja de voz, seja de captura de performance, ou seja de ambos. Ou até a simples atração pela maneira de ser de uma personagem que, se existisse na vida real, gostaríamos que fosse nossa amiga, ou, se alguém estiver para aí virado, mais do que isso.

Enfim, há muitas perspetivas através das quais podemos avaliar o valor de uma personagem, e cada membro da nossa equipa explicará qual a que adotou para escolher qual foi, para si, a melhor personagem de 2023. E sem mais demoras, eis as escolhas de cada redator!


Ricardo Neves - Karlach (Baldur's Gate 3)


Decisão algo fácil quando, na imensidão de um universo como o de Baldur's Gate 3, temos uma personagem tão bem caracterizada como Karlach. A constante alteração do seu humor e a sua evolução ao longo da narrativa, o medo de magoar quem ama e o desejo de um toque físico, ou até mesmo a bravura de se colocar na linha da frente para que outros possam ser bem sucedidos, aliados ao brilhantismo na transmissão de emoções por parte de Samantha Béart - que dá voz a esta personagem - ao longo de todo o texto, fazem Karlach a minha personagem vencedora este ano.


Filipe Martins - P (Lies of P)


Nesta categoria tive que pensar bastante e a minha decisão tombou para uma situação um pouco caricata, pois para mim, a minha personagem deste ano no mundo dos videojogos é… momento de suspense... P. Uma letra e uma marioneta. Como é que uma marioneta se torna a melhor personagem? Joguem Lies of P

O poder de decisão que nos é dado como jogadores e consequentemente as alterações que vão acontecendo em P, fez mesmo pender a minha resposta para esta caricata personagem. Talvez o facto de ser um mundo tão bizarro, no qual a serenidade de P contrasta com tudo o resto, dê um relevo colossal a este específico ser. 

Também merecedor de uma menção honrosa é Clive Rosfield, o protagonista de Final Fantasy XVI. A evolução que implementaram na história dele com todos os momentos dolorosos que conseguiram transpor para o jogador é algo com bastante relevo e que aconselho a todos os jogadores a sentirem na pele.


Carlos Cabrita - Harry Osborn (Marvel's Spider-Man 2)


Eu inicio esta entrega de prémios ao atribuir a Harry Osborn de Marvel's Spider-Man 2 o meu prémio de melhor personagem do ano. Foi uma enorme surpresa ver a relevância que a Insomniac Games deu à personagem e é bastante presente a enorme evolução que a mesma tem ao longo do jogo. 

Não querendo dar spoilers, obviamente, tenho a dizer que foi se calhar das melhores personagens que já vi serem apresentadas e a terem a sua estreia num videojogo. Apesar de não gostar do seu desfecho... mas isso agora fica para vocês refletirem, caso acabem ou já tenham acabado este jogo!


Filipe Mesquita - Miles Morales (Marvel's Spider-Man 2)


Começamos com uma categoria difícil! Este foi um ano recheado de personagens com arcos narrativos interessantíssimos. Tivemos Cal Kestis a ver os limites do seu compromisso com o "lado bom da Força" a ser testado ao limite em Star Wars Jedi: Survivor. Também tivemos a incrível jornada de Clive Rosfield na luta pela sobrevivência, contra o preconceito e pelo destino de todo o mundo em Final Fantasy XVI. Mas por muito boas que as trajetórias narrativas das personagens belissimamente representadas pelos ilustres Cameron Monaghan e Ben Starr, foi o desenvolvimento de Miles Morales de Nadji Jeter (Marvel's Spider-Man 2) que mais me cativou este ano.

Se o clássico enquadramento de equilibrar a sua vida enquanto aluno do secundário e enquanto um jovem super-herói aracnídeo não é propriamente uma novidade, todo o confronto com o seu maior antagonista e com o seu mentor foi inacreditavelmente apelativo. Ser forçado a lidar com todos os sentimentos que emergem do facto de ver Martin Li ser um alvo e uma vítima a precisar de ser salva, ao mesmo tempo que tem de procurar forças para travar o percurso para as trevas que Peter Parker está inadvertidamente a tomar fazem com que as voltas e reviravoltas que a personagem de Miles sofre e todo o seu crescimento, maturação e desenvolvimento pessoal e emocional sejam profundamente marcantes e memoráveis. Numa história geral cheia de emoção e de entusiasmo, os pontos mais altos foram sempre protagonizados por Miles, daí receber este meu reconhecimento.


Carlos Silva - Cal Kestis (Star Wars Jedi: Survivor)


Devo confessar que este ano foi-me particularmente difícil escolher o vencedor desta categoria. Ainda que o desenvolvimento e caracterização de Peter Parker (Marvel’s Spider-Man 2) e Clive Rosfield (Final Fantasy XVI) sejam extraordinárias, não acredito que em termos de evolução emocional estejam ao nível de Cal Kestis. 

É verdade, a evolução de Cal ao longo das aventuras de Star Wars Jedi: Survivor é uma verdadeira montanha-russa de emoções, procurando sempre balancear os eventos com as suas crenças enquanto Jedi. É de louvar a coragem do estúdio em colocar Cal face aquilo que são os seus ideais, e ver a cativante reação da personagem, suportada por uma performance de topo de Cameron Monaghan.


Tiago Sá - Rex (Xenoblade Chronicles 3: Future Redeemed)

Para os meus caros colegas, tomar uma decisão nesta categoria foi um bico de obra, mas para mim não podia ser mais simples - é uma das vantagens menos ortodoxas de jogar primariamente os lançamentos Nintendo! Dentro dos IPs da empresa nipónica, Xenoblade Chronicles é a série de experiências narrativas por excelência; e dentro de Future Redeemed, o DLC de Xenoblade Chronicles 3 que foi lançado neste ano, Rex destaca-se dos demais.

Para além do futuro, também o protagonista de Xenoblade Chronicles 2 foi redimido! Como diria o nosso Presidente, Rex era um "otimista irritante", sem profundidade para além do seu inato desejo de realizar o bem, e sem uma razão sólida para ajudar a Aegis (ou sequer o conhecimento do objetivo desta personagem).

Ora, em Xenoblade Chronicles 3: Future Redeemed, para além de uma fantástica renovação do visual do herói, não mudou nada do que conhecemos da personagem. Simplesmente mudaram o contexto das suas ações e filosofias: a sua postura esperançosa e idealista encaixa perfeitamente no seu novo papel de mentor, ele vê a realidade de uma forma mais madura e compreensível (sem perder o seu otimismo característico) e desta vez não lhe faltam motivos para ajudar as personagens e participar na aventura. Uma verdadeira redenção e a maior e uma das mais agradáveis surpresas desta DLC fenomenal!
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Digam-nos de vossa justiça! Concordam com as escolhas dos nossos redatores? Há alguma personagem que, na vossa opinião, mereça destaque e que não tenhamos referido ao longo deste artigo? Partilhem connosco as vossas opiniões, e enriqueçam esta discussão!

Introdução e Edição do Texto por Filipe Castro Mesquita
Thumbnail e Imagens de Texto por Carlos Cabrita
GameForces Awards 2023 - Melhor Personagem do Ano GameForces Awards 2023 - Melhor Personagem do Ano Reviewed by Filipe Castro Mesquita on dezembro 27, 2023 Rating: 5

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