O Battlefield anterior não conseguiu impressionar como prometia, deixando muitos fãs à espera de um título à altura desta franquia. Com Battlefield 6, a DICE e os seus estúdios parceiros decidiram estudar o passado e fazer o trabalho de casa, trazendo batalhas enormes, destruição em larga escala e combates integrados entre veículos e infantaria. É a guerra em que a estratégia, a cooperação e o pensamento táctico valem tanto quanto a pontaria, e que tenta mostrar que ainda há espaço para experiências épicas e cinematográficas. Mas será que todo este esforço e ambição conseguem finalmente conquistar os jogadores e vencer a batalha pelo trono dos shooters?
Começamos pela campanha single-player, para nos ambientarmos às mecânicas do jogo e à forma como a série pretende apresentar o combate em grande escala. Ambientada num futuro próximo, em 2027, a narrativa centra-se na quebra da NATO e no surgimento da corporação privada Pax Armata como antagonista — sendo estas as duas fações que depois seguem para o modo multiplayer — criando um cenário de tensão global que serve de pano de fundo para as nove missões da campanha, construídas em torno de uma história de conspiração envolvente.
Apesar de relativamente curta, a campanha oferece momentos cinematográficos bem estruturados e sequências de ação memoráveis, mas peca por não apresentar um arsenal mais diversificado de veículos para explorar. Durante toda a campanha, não controlamos qualquer veículo aéreo, algo que teria sido uma adição importante para nos familiarizarmos com estas mecânicas antes de mergulhar no multiplayer.
E é neste modo que Battlefield 6 revela todo o seu verdadeiro potencial, oferecendo batalhas massivas onde a coordenação e a estratégia são tão importantes quanto a pontaria. Os mapas são vastos e combinam combate terrestre, aéreo e com veículos, mantendo a sensação de guerra total que sempre caracterizou a série.
Modos clássicos como Conquest, Rush e Breakthrough regressam com ajustes pensados para a nova geração, e as partidas podem variar bastante em duração: nalguns mapas mais extensos podem prolongar-se por 30 a 40 minutos, enquanto modos mais rápidos, como King of the Hill — onde equipas disputam o controlo de áreas específicas do mapa — ou Team Deathmatch, preparados para rondas de 10 a 15 minutos, permitem ao jogador organizar melhor o seu tempo de jogo. O novo modo Escalation adiciona ainda uma dinâmica estratégica extra, exigindo que as equipas coordenem ataques e defesas em fases sucessivas, onde cada objetivo cumprido altera o equilíbrio do mapa e pode decidir o desfecho da partida.
O multiplayer baseia-se em quatro classes distintas: Assalto, Engenheiro, Suporte e Reconhecimento, cada uma com funções bem definidas que incentivam a cooperação em equipa. O Assalto concentra-se no combate direto, permitindo capturar locais de forma mais rápida e eficaz, ideal para liderar ataques frontais. O Engenheiro é crucial para reparar veículos aliados e destruir blindados inimigos, sendo peça-chave em combates de maior escala. O Suporte fornece munições e conta no seu arsenal com um desfibrilhador para reanimar membros da equipa, mantendo a linha de frente ativa durante mais tempo. Já o Reconhecimento atua como sentinela, fornecendo informação táctica vital à equipa e usando snipers como armas de eleição para eliminar inimigos à distância.
Esta divisão clara de funções torna as partidas mais tácticas e recompensa a coordenação entre jogadores, obrigando a pensar além do combate individual e a valorizar o trabalho em equipa.
Cada classe conta com um sistema de evolução, desbloqueando habilidades, equipamentos e armas à medida que se acumulam pontos e completam objetivos em combate. Por exemplo, um Reconhecimento pode desbloquear drones, mira térmica avançada ou equipamento para vigilância, enquanto o Assalto melhora granadas, armas de assalto e capacidades ofensivas. Este sistema incentiva o jogador a experimentar diferentes abordagens e a investir na progressão de cada classe para dominar o campo de batalha de forma estratégica.
O arsenal de armas é vasto e adaptável, incluindo rifles de assalto, metralhadoras ligeiras, caçadeiras e até lançadores de rockets e equipamentos especiais, permitindo criar combinações táticas personalizadas que se adequam a cada estilo de jogo e a cada situação no mapa.
E o regresso do modo Portal permite criar experiências totalmente personalizadas, dando aos jogadores controlo sobre regras, objetivos, classes e até mapas combinados de diferentes épocas e títulos da série. Esta ferramenta não só prolonga consideravelmente a rejogabilidade, como também incentiva a criatividade da comunidade, que pode moldar as próprias batalhas e organizar partidas únicas. O melhor de tudo é que qualquer jogador pode aceder e jogar os mapas criados por outros, tornando o Portal um espaço onde a liberdade estratégica é máxima e cada partida pode oferecer uma experiência nova e imprevisível.
A rejogabilidade em Battlefield 6 é reforçada pelos objetivos diários e semanais, bem como pelos desafios ligados à evolução de cada classe, incentivando os jogadores a experimentar diferentes estratégias, armas e abordagens em cada partida. Este sistema mantém a experiência fresca e motivadora, fazendo com que mesmo os veteranos encontrem sempre algo novo a conquistar, seja numa sessão rápida de Team Deathmatch ou numa batalha prolongada de Conquest.
Visualmente, Battlefield 6 opta por um equilíbrio entre qualidade gráfica e desempenho, oferecendo cenários detalhados sem comprometer a fluidez do jogo. Na PS5, o título mantém 60 FPS em 4K, com menus rápidos e tempos de carregamento reduzidos, garantindo uma experiência fluida mesmo em mapas grandes e caóticos. Os ambientes urbanos e rurais são ricos em pormenores, e a destruição ambiental tem impacto estratégico real: derrubar edifícios ou criar rotas alternativas altera o equilíbrio do mapa, força as equipas a adaptarem-se e transforma cada confronto num teste de coordenação e inteligência tática. A iluminação e os efeitos de partículas ajudam a reforçar a sensação de realismo e escala. A animação de personagens e veículos mantém-se sólida, com movimentos fluidos e naturais que complementam a ação intensa do multiplayer.
No campo sonoro, o jogo destaca-se pela mistura precisa de efeitos de armas, veículos e explosões, criando uma experiência auditiva imersiva e estratégica. Cada disparo, cada motor de veículo, cada explosão ou mesmo cada passo são audíveis com clareza, permitindo localizar inimigos e coordenar taticamente a equipa através do som.
A banda sonora e os diálogos reforçam ainda a imersão, transmitindo a tensão e o caos de um verdadeiro campo de batalha, e acreditem, há algo de incrivelmente energético e motivador em ouvir gritos de soldados a caminho de atacar um determinado ponto. Estes detalhes transformam cada missão e cada combate numa experiência memorável, fazendo com que o jogador se sinta verdadeiramente no centro da ação.
Conclusão
No conjunto, Battlefield 6 cumpre a promessa de revitalizar a série, oferecendo um multiplayer intenso e estratégico, com batalhas de grande escala, classes equilibradas e um arsenal vasto e personalizável. A campanha single-player, ainda que curta, cumpre o papel de introdução às mecânicas e ao tom da guerra mas é realmente o ponto mais fraco do titulo. O modo Portal garante liberdade criativa quase infinita, enquanto os objetivos diários, semanais e a progressão das classes mantêm os jogadores motivados a regressar. Visual e sonoramente, o jogo consegue ser imersivo na PS5, com desempenho sólido, destruição detalhada e som envolvente que transporta o jogador para o centro da ação. Com tudo isto, a DICE mostra que aprendeu com os erros do passado e, finalmente, apresenta um título que consegue reivindicar o seu lugar no topo e vencer a batalha pelo trono dos shooters.
O melhor
Efeito de guerra bem conseguido com a destruição do mapa;
Multiplayer intenso, estratégico e em grande escala;
Classes equilibradas com progressão e personalização profundas;
O pior
Modo singleplayer curto e...
... sem acesso a vários veículos incorporados no modo multiplayer;
Nota do GameForces: 8.5/10
Título: Battlefield 6
Desenvolvedora: DICE / Battlefield Studios
Editora: Electronic Arts
Ano: 2025
Autor da Análise: Filipe Martins
Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital para a PlayStation 5, através de um código gentilmente cedido pela editora.
Análise | Battlefield 6 – A guerra voltou… e quem ganha esta batalha?
Reviewed by Filipe Martins
on
outubro 27, 2025
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