Meet the Team | Quais Media de Videojogos Acompanham?

Em contraposição com outras formas de entretenimento como a leitura e o cinema, os videojogos são alvo de uma quantidade aberrante de estigmas. Quem ouve afirmações como “Os videojogos tornam esta juventude mais violenta” ou “esses joguinhos só servem para isolar os miúdos em casa” poderá encarar esta atividade como uma incubadora de um exército de personalidades antissociais, em vias de atirar o mundo para o caos.

Na verdade, os videojogos são das formas de entretenimento digitais mais sociais que podem encontrar. Imensas das experiências com maior sucesso neste meio, como Fortnite e Minecraft, dependem intimamente da presença e interação entre jogadores, e desmoronar-se-ão se (ou quando) a sua base ativa se desviar para outros produtos ou atividades. Títulos como Overcooked, Mario Kart 8 e It Takes Two colocam o convívio entre dois ou mais participantes no cerne do seu apelo e veem-se distinguidas comercialmente e/ou criticamente por esta direção. Aventuras como Super Mario 3D World, LEGO: Star Wars e Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge podem ser desfrutadas integralmente a solo, mas cada camarada adicional na jogatina aumenta exponencialmente a diversão e a memorabilidade dos acontecimentos. Até os jogos exclusivamente singleplayer nos ficam engasgados se não pudermos partilhar a nossa jornada com outros: seja partilhando clipes de criações trabalhosas ou momentos hilariantes em The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom, ou debatendo as nossas opiniões fortes sobre títulos narrativos como The Last of Us: Parte 2.

A redação de artigos e análises é mais uma representação desta componente social, podendo ser exageradamente simplificada como uma exposição mais formal dos nossos pontos de vista sobre tópicos do meio. Porém, se nos limitarmos a expor as nossas posições sem conhecer as restantes, passamos a ser apenas produtores narcisísticos de monólogos. Há que produzir e há que consumir, há que participar numa contínua e construtiva troca de ideias; um redator só pode manter-se relevante e crescer se fomentar um genuíno interesse na pluralidade e conteúdo das vozes no universo que cobre. Por isso, hoje a nossa equipa responde à questão “Quais Media de Videojogos Acompanham?”, dando-vos a conhecer as suas influências, inspirações e criadores de conteúdo prediletos na indústria! 


Tiago Sá

A meu ver, não há nada nem ninguém nesta indústria que chegue aos pés do trabalho e impacto de Did You Know Gaming. Este canal de YouTube não se limita a expor curiosidades interessantes sobre a história dos videojogos, embora isso já fosse suficiente para manter o meu interesse; a sua equipa também procura e questiona desenvolvedores, traduz material obscuro para inglês, e colabora com personalidades importantes do universo gaming para consistentemente trazer à tona nova informação. Recentemente, o seu trabalho permitiu a recuperação e disponibilização online de Pokémon 2000 Adventure, um jogo de navegador criado para promover Pokémon The Movie 2000 que era considerado lost media até então. Os feitos desta equipa nunca deixam de me surpreender, e este é sem dúvida o maior e melhor exemplo de jornalismo de investigação sobre videojogos.

Ainda no YouTube, acompanho as análises de um bom punhado de criadores, como as da série Zero Punctuation, que incluem sempre pontos de vista bastantes diferenciados, expostos numa série de metáforas risqué que me provocam risos sistematicamente. Também páro tudo quando recebo uma notificação de um novo vídeo de KingK, um criador mais sério que disseca as suas experiências em Xenoblade Chronicles, The Legend of Zelda, Mario, e muitas outras séries. O seu objetivo não é avaliar os jogos com base numa ideia de perfeição mecânica, na básica harmonia entre as facetas do título. Bem mais interessante do que isso, ele trata as sensações e impressões que a experiência evocou como o principal determinante da apreciação do jogo e é a partir delas que explora as suas estrutura e componentes para explicar como contribuíram para a sua experiência subjetiva e intransmissível – que é, pessoalmente, a forma mais edificante de encarar a crítica de jogos.

Esta minha crença pessoal também determina a crítica que leio. Para além dos textos da nossa equipa (como não podia deixar de ser), tenho uma "lista" (gigantesca, diga-se de passagem) de redatores específicos para acompanhar, como Ulisses Domingues (Squared Potato) e Francisco Isaac (Glitch Effect). Também destaco o trabalho de Filipe Urriça (Rubber Chicken), que não se cinge à usual cultura de artigos/análises – por exemplo, se tiverem interesse em conhecer novos críticos habilidosos, não há nada como subscrever a sua newsletter Videojogos: Boas Leituras. Por fim, pisando fora de terras lusitanas, adoro consumir os imprevisíveis e hilariantes artigos satíricos de Hard Drive e, se procuro uma análise de um jogo menos popular por cá, Nintendo Life não me costuma deixar pendurado.


Filipe Martins

Hoje em dia pouco tempo tenho para acompanhar estes media. Vou acompanhando os diretos quando é algum jogo do meu interesse, e os State of Play que vão aparecendo para estar atento a novas coisas que venham dai a aparecer. Mas permitam-me aqui divagar novamente para a nostalgia da minha experiência e mencionar um site que na altura teve um impacto em mim. Eu sou (era, visto que o tempo já não me permite esse feito) o género de jogador completicionista, de explorar todos os cantos, descobrir todos os segredos etc. Ora bem, na minha mocidade pré-adolescente onde o inglês era ainda meio arranhado, usei por múltiplas vezes walkthroughs para completar a 100% os jogos. Entre eles veem à cabeça, Tomb Raider 2, Broken Sword, ou mesmo jogos da saga Final Fantasy. Para isso usava unicamente um site: Gamespot.com 

Atualmente já não preciso deste tipo de ficheiros, mas deixo aqui o meu agradecimento a esse site por toda a ajuda que me deu naqueles meus momentos difíceis!



Ricardo Neves

Atualmente consumo Twitch.tv quase diariamente.
Não posso deixar de mencionar três grandes streamers portugueses que sigo: O enorme ZorlaKOKA, para tudo o que é conteúdo relacionado com Counter-Strike, e umas valentes gargalhadas; MoraisHD com o seu enorme talento para comédia e que, para quem não sabe, fez parte do elenco da edição de Cabaret da Coxa de 2018 com Rui Unas; e temos ainda o impakt, primeiro parceiro da Twitch em Portugal, com um enorme talento para videojogos e entretenimento.
Internacionalmente, sigo maioritariamente o CohhCarnage, um "variety streamer" que um enorme conhecimento sobre a indústria, e o Elajjaz, um rei no que toca a jogos com elevado nível de dificuldade, não fosse eu um fanático por tudo o que sejam jogos souls-like tal como ele (a mim só me fica a faltar o talento...).
Tento ainda assistir aos eventos das editoras quer seja na própria Twitch ou no Youtube.
A própria plataforma da Steam também tem a sua central de notícias, e sendo um jogador de PC, é algo a que também deito o olho com frequência.



Sérgio Dias

Atualmente muito pouco acompanho os media; com a maioria dos jogos que quero jogar já sei o que esperar e, quando é um algo novo para mim, costumo ficar pelos trailers. Sou da geração das revistas e nesse tempo consumia bastante... Agora que falo nisso fiquei com saudades de comprar uma revista de videojogos.


Filipe Mesquita

Já passei por várias fases de consumo de media de videojogos. Desde as velhinhas revistas de jogos (ainda alguém se lembra da Multi Consolas e da Maxi Consolas?), até aos sites puramente de notícias (de onde destaco a família da PushSquare, NintendoLife e PureXbox), estou agora numa fase muito mais audiovisual. E aí, não há grupo com melhores podcasts, vídeos e streams do que a Kinda Funny.

É o grupo de produção de conteúdo que mais sigo atualmente, desde os podcasts diários de notícias, aos podcasts temáticos dirigidos às consolas ou a análises, impressões e afins. As personalidades de todos os membros deste grupo são super divertidas. Todas as discussões que têm são tão interessantes quanto bem-humoradas. Parece ser genuinamente um grupo de amigos cheio de sentido de humor que adora videojogos, e ouvir o que produzem numa base diária entretém-me e informa-me ao mesmo tempo.

De facto, é um grupo de pessoas que gosto tanto de ouvir que até comecei a consumir os seus conteúdos relacionados com outras coisas para além de jogos. É um grupo que vale bastante a pena seguir e, se puderem, apoiar.

 

Meet the Team | Quais Media de Videojogos Acompanham? Meet the Team | Quais Media de Videojogos Acompanham? Reviewed by Tiago Sá on novembro 02, 2023 Rating: 5

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