[Análise] Hyrule Warriors: Age of Calamity [NSW]


Seguindo o estilo de jogo do seu antecessor, Hyrule Warriors: Age of Calamity é a "prequela" que qualquer fã da saga The Legend of Zelda poderia querer, produzido pela Koei Tecmo Games e lançado pela Nintendo, Age of Calamity é o titulo Musou que todo o amante deste genero de jogos e não só esperava!

O estilo Musou apresenta uma caracterização singular e frequentemente associada a títulos da Koei Tecmo. Convenhamos que a produtora, quando em parceria com outras casas com experiência dentro do género como a Omega Force, apresenta títulos verdadeiramente inovadores. Dentro deste sub género de jogos de acção, começa cada vez mais a surgir títulos cujas componentes associadas à narrativa e jogabilidade muito similar a um action RPG, são apresentados aos fãs, enquanto uma experiencia diferenciada dos restantes títulos musou.

Para compreender isso iremos numa primeira instancia dar umas luzes do que podem contar numa experiência “Musou”. Este sub género dos jogos de acção caracteriza-se primordialmente pelas suas batalhas. Nestas, assumimos o controlo de um dos “generais” presentes, normalmente uma personagem extremamente overpowered em relação à vasta maioria dos adversários. O nosso objectivo? Conseguir equilibrar toda a dinâmica da batalha presente no sentido de cumprir com os objectivos impostos, normalmente associados ao controlo de diversas áreas do campo de batalha, vencer inimigos específicos ou executar acções relacionadas com o enredo.

Esta é uma fórmula já bem estabelecida e que conta com dezenas de títulos na sua cimentação dentro da indústria. Contudo, é também uma fórmula que se encontra estagnada no tempo até recentemente. Ainda assim, com o lançamento de títulos como Dragon Quest Heroes, Fire Emblem Warriors ou  Persona 5 Scramble, tem existido estes últimos anos por parte da produtora uma predisposição em tentar encontrar novas formulas. Nestes títulos as batalhas ainda estão presentes, mas existe uma componente muito maior no que se refere ao enredo, caracterização de personagens e actividades a realizar entre batalhas, providenciando uma sensação de ser tratar mais de um action RPG, ao invés de um musou.

Hyrule Warriors: Age of Calamity segue a premissa acima, procurando quebrar os laços do que o género é e encontrar uma fórmula renovada e diferenciada. Já o primeiro título “Hyrule Warriors” lançado inicialmente para a Nintendo WiiU em 2014, investiu neste campo ainda que numa forma primordial. Neste ainda existe a estrutura de “batalha atrás de batalha”, somente com o efémero ecrã de refinamento de características de personagens entre elas. Contudo, um modo aventura que misturava mecânicas de “dungeon crawling” com desafios em batalha ajudou a criar uma forma bastante interessante de prolongar a vida desse título em particular e a abrir portas ao conceito de que existe interesse em misturar o género Musou com outros.

Como mencionado anteriormente este mesmo titulo trata-se em concreto do que poderemos chamar de uma possível sequência de eventos passados das quais os fãs de Breath of the Wild poderão vir a gostar ou gostavam de poder ter presenciado no titulo original. Nomeadamente, podemos ver como eram algumas personagens no passado, como é o caso de Impa que neste mesmo título se torna uma das personagens que podemos utilizar durante o nosso percurso do jogo.

Falando neste ponto não podemos deixar de abordar todo o enredo que dá vida a este mesmo jogo. Ameaçada por uma força maligna conhecida como Calamity Ganon, Hyrule depende da Princesa Zelda e do seu leal campeão Link para não deixar esta terra sucumbir ao caos. Estes, acompanhados da fiel ajudante Impa e um desconhecido mini guardião partem numa jornada de descoberta e conhecimento pelo reino. O objectivo final desta aventura passa por tentarem encontrar uma forma de impedir a vitória de Calamity Ganon ao mesmo tempo que tentam recrutar novos aliados. Durante este percurso, porém, os nossos heróis e personagens serão forçados a lidar com exércitos de monstros e outros oponentes que anseiam pela ascensão de Ganon.


É para impedir a ascensão de Calamity Ganon que os nossos heróis realizam uma série de missões, em que presenciamos eventos familiares aos jogadores de Breath of the Wild. Poderemos presenciar como Link convence os 4 restantes campeões a pilotarem as Divine Beasts, ou como é que as Sheikah Towers se erguem perante o nosso olhar! Certamente todos estes eventos necessitam de ser devidamente acompanhados de uma caracterização condizente de todos estes personagens, como das próprias hordas de inimigos com os quais nos vamos ter de enfrentar durante o decorrer na nossa história. Nesta valência Age of Calamity abunda qualidade, apresentando personagens ricamente apresentadas, introduzidas e caracterizadas, ainda que por vezes a qualidade silenciosa do protagonista aparenta distoar um pouco.

Abordando a questão da caracterização, mas agora numa vertente gráfica, apenas existe uma coisa que possamos dizer: temos o excelente grafismo de BOTW num jogo de warriors! Desde as vozes até ao grafismo de todas estas personagens, até ao próprio ambiente que rodeia os diferentes mapas deste  jogo, tudo nos faz lembrar e recordar a excelência das várias horas passadas a jogar Breath of the Wild.

Não podemos deixar de salientar todo o notável trabalho, no qual podemos apreciar tanto os detalhes dos vários elementos, como os efeitos de luz. Em particular estes últimos encontram-se aplicados de uma excelente forma, criando para o jogador um cenário envolvente e cativante, quer seja em modo portátil como em modo TV. Um último ponto que acreditamos que mereça ser mencionado tem a ver com a prestação de fotogramas por segundo, que em muitos títulos deste mesmo género é um dos pontos fracos. Pelo que pudemos apreciar em Age of Calamity, este jogo não escapa impune. Nomeadamente, quando demasiados inimigos estão presentes no ecrã ou ataques elaborados são realizados, a taxa de fotogramas desce bastante - na nossa experiência, foi mais grave no modo TV do que no modo portátil. Nunca sentimos que estas quedas colocassem em causa a nossa diversão, mas elas são perceptíveis e estão presentes em toda a aventura.


Abordando agora outro tópico, possivelmente um dos mais importantes num musou: em termos de jogabilidade somos presenteados com uma excelente mistura de géneros. Neste momento, podemos caracterizar esta experiência mais como um excelente action-RPG com vários elementos de musou, do que um musou "puro". Encontraremos muitíssimos elementos de RPG, como por exemplo a melhoria de armas, utilizando para isto o atributo de fusão de armas iguais. De igual forma existe a possibilidade de continuar a cozinhar tal como acontecia em BOTW e até podemos comprar itens que nos ajudaram a realizar todo um tipo de várias missões secundárias.

Estes elementos RPG reflectem-se de igual forma na evolução das personagens, evoluindo estas  independentemente e de uma forma bastante idêntica. Resumidamente, as que formos utilizando têm uma evolução que começa no nível 1 e conforme forem utilizados nos diferentes mapas vão ganhando experiência de modo a ganharem novas habilidades (um pouco parecido ao que presenciávamos em jogos como os da saga de Pokémon). Isto permite utilizar um conjunto amplo de personagens e que eventualmente permite ao jogador experimentar os várias até escolher os que mais tem interesse em utilizar.

Ainda assim, dentro desta mesma temática, é de salientar o equilíbrio em termos de personagens sobre o qual se pode afirmar que todos são bastante idênticos, apesar de haver um ou outro que se sobressai um pouco. Pelo que pudemos notar existem algumas, como é o caso da Impa e da Urbosa, que com certos ataques especiais e efeitos passivos, se tornam um pouco overpowered demais para o nível de dificuldade apresentado durante a experiência global. Consequentemente, com estes dois personagens por vezes a passagem dos diferentes mapas e quests tornam-se aborrecidas ou até desinteressantes. Fora este pequeno desajuste, as restantes estão todas bastantes idênticas em termos de jogabilidade e equilíbrio de habilidades.



No que se refere ao feeling que este jogo passa ao jogador, não podemos deixar de dizer que estamos com toda a certeza perante um excelente jogo que acrescenta em termos de história e enredo uma nova perspetiva interessante para quem jogou BOTW. Complementarmente, estamos perante um excelente e bastante bem criado musou com diversos elementos de action-RPG que irá proporcionar aos mais diversos jogadores várias horas de entretenimento e diversão.

Por fim e não menosprezando esta parte, temos de salientar que existem alguns pontos que poderiam ser melhorados num geral, como é o caso de alguma confusão que alguns dos mapas geram na hora de nos deslocarmos nos mesmos. Alguma da inteligência da IA fica um pouco a quem do standard de BOTW e por vezes, com vista a conseguirmos progredir, é necessário algum grinding. Mas mesmo com estes pequenos pontos fracos temos de admitir que estamos perante um excelente e muito cativante titulo que nos irá proporcionar várias horas de diversão!


Conclusão


Num geral temos que dizer que estamos perante um excelente titulo que dá a conhecer ao jogador uma historia e alguns detalhes que nunca pensaríamos poder ter existido. Sendo que o jogo num todo encontra-se muito bem criado e bastante bem construído, no qual foram tidos em conta a maioria de pontos e cuidados que pretendiam ser apresentados num titulo como este.

A sensação global é que esta experiência é quase tudo o que se podia ter pedido para um sucessor do primeiro Hyrule Warriors, e é um excelente complemento a Breath of the Wild.

O Melhor:

  • Excelente enredo e história;
  • Cativante arte gráfica;
  • Banda sonora pensada e criada de forma excelente;
  • Combos e design destes extremamente cativante.

O Pior: 

  • Por vezes fraca IA ou inteligência de inimigos;
  • Mapas por vezes podem ser confusos de entender;
  • Necessário grind, que por vezes se torna excessivo;
  • Performance abaixo das expectativas.

Pontuação do GameForces – 8.5/10 

 

Título: Hyrule Warriors: Age of Calamity 
Desenvolvedora: Koei Tecmo 
Publicadora: Nintendo 
Ano: 2020 


Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Nintendo Switch, através de um código gentilmente cedido pela Nintendo. 

  

 

Autor da Análise: Bruno Ferreira

[Análise] Hyrule Warriors: Age of Calamity [NSW] [Análise] Hyrule Warriors: Age of Calamity [NSW] Reviewed by Bruno Ferreira on dezembro 19, 2020 Rating: 5

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