Filipe Mesquita - Pokémon Legends Z-A
Carlos Silva - Simon the Sorcerer: Origins
Simon the Sorcerer Origins acabou por ser a surpresa mais agradável deste ano porque conseguiu fazer algo que muitos duvidavam ser possível: recuperar o espírito clássico da série e apresentá-lo de forma moderna, divertida e totalmente cativante. O humor, que sempre foi a alma destes jogos, regressa aqui no seu melhor, revelando-se inteligente, leve, rápido e cheio daquela ironia britânica que tornou Simon famoso. Nada soa forçado ou antiquado; pelo contrário, o jogo parece estar constantemente a brincar consigo próprio e com o género, mas sempre com respeito pela aventura original. É humor que funciona tanto para quem conhece a série como para quem chega agora.
Grande parte desta experiência funciona tão bem graças ao excelente trabalho de voz dos atores. Cada personagem soa viva, expressiva e cheia de personalidade. Simon, em particular, ganha uma nova energia graças a uma interpretação que mistura arrogância, sarcasmo e um toque de inocência que encaixa perfeitamente na sua jornada. O elenco secundário também brilha, dando vida a criaturas, magos, vilões e figuras bizarras com um entusiasmo que contagia. Mesmo diálogos simples tornam-se memoráveis porque a entrega das falas é feita com ritmo, intenção e carisma.
Outro elemento que dá força ao jogo é o seu visual. O desenho feito à mão é um dos grandes destaques, criando um mundo que parece ter sido cuidadosamente esboçado página a página antes de ganhar movimento. Cada cenário está repleto de pequenos detalhes, desde uns simples livros empilhados, passando por florestas tortuosas ou laboratórios mágicos desarrumados. Tudo cenários que contam pequenas histórias só pela forma como foram desenhados. É um estilo artístico que transmite charme e dedicação, e que encaixa perfeitamente no tom leve e fantasioso da aventura.
Simon the Sorcerer Origins surpreende porque não tenta reinventar aquilo que já funcionava; melhora-o. É um jogo cheio de coração, humor genuíno, vozes talentosas e um estilo visual encantador. Num ano repleto de grandes lançamentos, foi este título, aparentemente modesto, que conseguiu arrancar sorrisos constantes e lembrar porque estas aventuras continuam tão especiais para mim. É essa combinação de nostalgia bem tratada e qualidade real que faz dele a minha surpresa mais agradável do ano.
Filipe Martins - ARC Raiders
Às vezes, um jogo não precisa de uma premissa complicada para nos conquistar — e ARC Raiders é a prova disso. Com uma ideia simples na base, o jogo consegue prender o jogador de imediato, com mecânicas intuitivas e desafios bem medidos.
O que realmente torna a experiência única é o sentimento de risco constante: perder tudo o que explorámos durante uma expedição deixa-nos com o coração a bater mais rápido, e cruzar com outro jogador ao longe sem saber se será aliado ou inimigo adiciona uma tensão incrível. Cada encontro tem potencial para surpresas, seja uma ajuda inesperada ou um ataque traiçoeiro que nos obriga a improvisar e a reagir no momento.
Escolhi ARC Raiders nesta categoria porque, honestamente, não esperava investir tantas horas num título semelhante. Mas o jogo conseguiu agarrar-me exatamente pelos motivos que mencionei: tensão, exploração e encontros imprevisíveis que tornam cada expedição memorável.
No fim, ARC Raiders entra nesta categoria por conseguir fazer aquilo que muitos títulos maiores não conseguem: prender-nos sem grandes artifícios, oferecer momentos de pura adrenalina e deixar-nos com aquele sorriso satisfeito — ou o coração acelerado — ao terminar uma expedição.
Carlos Cabrita - Clair Obscur: Expedition 33
Quando vi Clair Obscur: Expedition 33 pela primeira vez, lembro-me de comentar: “quero jogar isto, tem boa pinta”. Ainda assim, nunca pensei que o jogo fosse realmente tão acima da média. A expectativa era moderada; a surpresa, enorme.
Cheguei até ele por recomendação de amigos e de elementos da nossa própria equipa, e fiquei imediatamente cativado. Desde o primeiro momento até ao último, a experiência manteve-me completamente envolvido, sem que o interesse alguma vez vacilasse.
O combate diferenciado, a sensação de exploração quase infinita e todo o enredo construído em torno do mundo do jogo conseguiram deixar-me de boca aberta em vários momentos. É um daqueles títulos que não chega com grande alarido, mas que acaba por se impor pela qualidade e pela confiança com que executa as suas ideias.
Clair Obscur: Expedition 33 não só superou todas as expectativas como se afirmou como uma das experiências mais memoráveis do ano. Pela forma como apareceu quase de surpresa e se revelou tão impactante, é, para mim, a Surpresa do Ano.
Reviewed by Tiago Sá
on
dezembro 31, 2025
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