[Análise] Marvel's Avengers [PS4]




O universo cinematográfico da Marvel, é um dos universos mais amados de todo sempre com um sucesso estrondoso. Numa tentativa de atingir o mesmo sucesso que tem no mundo da 7ª arte, a Square Enix criou Marvel Avenger´s, um videojogo que desde o início criou uma expectativa a níveis perigosos. Contudo, por inúmeros motivos que iremos abordar de seguida podemos afirmar convictamente que a Square Enix não conseguiu ir ao encontro dessas expectativas.

Quando foi anunciado pela primeira vez, sentimos uma sensação de extrema felicidade e ansiadade por, finalmente, podermos controlar o nosso grupo favorito de super-heróis. Desde o início, era palpável que este iria ser um jogo que permaneceria na memória dos jogadores, como o melhor jogo associado ao universo Marvel, podendo até mesmo superar o sucesso esmagador de Spider-Man.

Este nosso pensamento, começou a modificar-se quando surgiu a BETA. Inicialmente, sentimos que a Square Enix tinha feito um trabalho genial. Contudo, após algumas horas de jogo, apercebemo-nos que existiam muitos pontos negativos e que a produtora tinha deixado muito por polir, mas isto não fez com que perdêssemos a esperança, enquanto o grandes fãs da Marvel que somos!

Depois de uma semana a desfrutá-lo, estamos perante uma situação onde podemos afirmar que este é um jogo, que apesar de ter alguns pontos positivos resultantes das mudanças feitas pela empresa, acabou por nos desiludir e partir o coração, fazendo nos sentir como uma criança que não recebeu aquilo que queria para o Natal.



Ao iniciar o jogo temos duas opções: começar a campanha ou jogar a iniciativa Avenger’s. A Iniciativa Avenger’s assimila-se à componente Multiplayer e se o jogador quiser pode começar por aí, contudo o jogo incentiva o jogador a iniciar a sua experiência através da campanha e só depois partir para o Multiplayer. 

Como tudo neste jogo, a campanha tem os seus pontos positivos e os seus pontos negativos. A Campanha arranca com os acontecimentos anteriores às explosões na ponte de São Francisco, o A-Day. Nesta missão tomamos controlo de Kamala Kan, que desde o início ganhou um espaço especial no nosso coração por ser uma fanática dos Vingadores com uma energia tão positiva. 

Foi também nesta missão que começou o nosso entusiasmo pelo jogo, não só por ser a primeira missão, mas também por ser quase que uma introdução aos nossos heróis e ás suas personalidades, provocando-nos arrepios cada vez que aparecia uma cara conhecida. 

Após os eventos trágicos do A-Day, que já tínhamos conhecimento graças à BETA, a culpa recai sobre os Vingadores, onde as inúmeras mortes resultantes das explosões levam o grupo a separar-se. Sem os heróis mais conhecidos em todo o mundo, George Tarleton, um dos cientistas que sobreviveu ao desastre, apodera-se da tecnologia Stark e cria a A.I.M, que vai perseguir os inumanos. Cinco anos passam e o nosso objetivo é reunir os Vingadores para impedir George Tarleton. 

A campanha é no geral composta por uma narrativa interessante e fácil de gostar, podendo facilmente considerar como um ponto positivo da campanha, contudo, apesar desta narrativa cativante a campanha tem alguns problemas. O primeiro problema encontra-se logo no início: após as missões do A-Day e da ponte de São Francisco, demora demasiado tempo a chegar ás novidades e a aquilo que queremos chegar. 

As primeiras missões baseiam-se todas em 3 coisas: correr, saltar e baloiçar. Lembramo-nos de pensar, “Mas isto nunca mais acaba? Estamos fartos de saltar, só queremos lutar”. Após algumas horas de jogo começa a existir uma maior diversidade de missões e o jogador começa a disfrutar um pouco mais do jogo. Contudo, as missões que finalmente nos trazem o que queríamos são extremamente longas, podendo atingir uma duração de uma hora. 

Esta duração extrema levou-nos a querer que a missão acabasse mais rápido, porque evocava um sentimento de saturação sobre estarmos sujeitos à mesma situação e no mesmo local durante demasiado tempo. Para além disto os diversos locais onde se desenrola a ação são quase sempre os mesmos, existindo apenas algumas mudanças que tentam disfarçar esta repetição. Este aspeto denota um nível de repetibilidade demasiado elevado que não ajuda em nada a manter a atenção do jogador com novos elementos que renovem o seu interesse. 

Em adição a este facto, as missões que compõem a campanha são muito poucas, correspondendo a um total de apenas 11h. Pessoalmente, preferíamos que existissem mais missões, mais diversificadas e todas elas com um tempo mais reduzido, ao invés de poucas missões com uma duração extrema. 
Outro problema é o tamanho gigantesco da área de jogo. Nem sempre maior significa melhor, as áreas de jogo (mapas) são tão grandes que quase que se torna uma chatice ir em busca de um baú que supostamente contem algo de valioso. Tudo isto torna-se mais chato quando não levamos heróis que tenham a capacidade de voar, tal como o Hulk, fazendo-nos sentir que estamos a correr a meia maratona!



Relativamente às suas mecânicas, Marvel’s Avengers é bastante simples. Existem os ataques leves e os pesados, onde a ausência de combos complexos tornam o combate simples e fluido, mas não muito satisfatório, podendo tornar-se repetitivo. Contudo, isso não nos tirou o prazer de arremessar o martelo do Thor inúmeras vezes! Fundamentalmente, cada herói tem as suas habilidades especiais que os tornam, de certa forma, únicos e cativantes de jogar com eles.

As animações estão muito bem concebidas, mas infelizmente os gráficos estão pobres e existem quebras na taxa de fotogramas de uma forma bastante regular. Outro grande problema é a câmara que não é capaz de acompanhar a ação caótica do combate, sendo difícil de controlar e assumindo posições estranhas quando nos tentamos reposicionar.

No que diz respeito à AI, reconhecidamente esta está bastante bem concebida, levando a que muitas vezes haja desafios e situações complicadas, especialmente se escolhermos as dificuldades mais elevadas. Apesar deste sucesso, os inimigos com que nos cruzamos são todos muito parecidos e fazem quase todos o mesmo, mesmo assim alguns deles são capazes de nos fazer passar por um mau bocado.



Ainda assim e por mais incrível que pareça, estes não são os principais problemas do jogo. O principal problema de Marvel Avenger’s é o sistema de loot implementado. À medida que vamos derrotando inimigos, cumprindo missões e abrindo cofres, somos recompensados com novos items equipáveis. Existem dois grandes problemas em torno deste sistema de loot.

Em primeiro lugar, o equipamento que equipamos nas nossas personagens, não tem qualquer tipo de alteração cosmética, ou seja, foge a receita tradicional de qualquer jogo que tenha um sistema de loot minimamente bem implementado. Enquanto que num MMO existe um bichinho dentro de nós que nos leva a querer experimentar todo o equipamento que recebemos, devido às alterações visuais, neste jogo esse bichinho não existe sendo uma questão de o jogador escolher o equipamento com o número mais elevado.

A única maneira de poder personalizar os nossos heróis é através de cosméticos. Todos os cosméticos existentes podem ser comprados na loja, com dinheiro do jogo ou ganhos através das cartas de desafio que funcionam como um mini battle pass. Até aqui tudo bem, o problema é que para ganhar os créditos necessários para comprar um cosmético é necessário jogar demasiadas horas a fio, não providenciando um sentimento de recompensa justa mas sim de uma penosa experiencia.

Em segundo lugar, todo o equipamento que vamos recebendo parece ser todo igual em termos de estatísticas. Não existe nenhum equipamento que  tenha aparecido e que nos tenha feito pensar “WOW este capacete é uma monstruosidade”, todos eles parecem ser iguais e as vantagens de cada um são mínimas, levando a que o jogador equipe aquele que tenha um número de poder mais alto sem grande preocupação sobre as outras características.



Ainda assim e apesar de todos estes pontos negativos (que convenhamos serem bastantes mais do que positivos), não fez com que  não gostássemos da experiência em si, muito devido a sermos grandes fãs da Marvel. O facto de nos sentirmos felizes por estar a controlar as nossas personagens favoritas de todo o sempre, fez com que esses pontos negativos fossem subjetivamente ignorados, levando a que passássemos umas boas horas neste jogo. 

Algo importante de sublinhar é que nem todos têm o mesmo sentimento que nós. Houve bastantes críticas feitas a este jogo e, na nossa opinião, ainda há muito que polir. Principalmente acreditamos que, com a adição de novos heróis e com o lançamento constante de atualizações este jogo pode alcançar um patamar elevado no mundo dos videojogos.


Conclusão 

Com o objetivo de tentar agradar todos os jogadores e de oferecer uma experiência de Multiplayer e SinglePlayer magníficas, Marvel Avenger´s perde-se ao tentar fazer demasiadas coisas de uma só fez, levando o jogo tenha diversos problemas. Contudo, ao conseguir representar as personagens de um universo tão amado e tendo por base uma Fan-Base bastante grande, Marvel Avenger’s consegue conquistar alguns corações. A comunidade aguarda, impacientemente, a adição de novos conteúdos que poderão tornar o jogo naquilo que os fãs sempre esperaram que fosse.

 

O melhor: 

·                  Narrativa Cativante

·                  Animações Bem Concebidas

·                  AI Desaviador

 

O Pior: 

·                  Campanha Curta

·                  Missões Muito Longas

·                  Pouca diversidade no espaço onde decorrem as missões

·                  Inimigos muito parecidos uns com os outros

·                  Sistema de Loot

·                  Gráficos Pobres

 

 

Pontuação do GameForces – 6.5/10 

 

 

Título: Marvel Avenger´s
Desenvolvedora: Square Enix
Publicadora: Square Enix
Ano: 2020

 

Autor da Análise: Bernardo Lourenço




[Análise] Marvel's Avengers [PS4] [Análise] Marvel's Avengers [PS4] Reviewed by Bernardo Lourenço on outubro 03, 2020 Rating: 5

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