Os 10 Melhores Exclusivos PlayStation Desta Geração

Em julho deste ano vimos o lançamento do último grande exclusivo PlayStation 4. Um lançamento que marca o fecho de uma geração que, para a consola da Sony, foi um sucesso incrível. Ficou demonstrado que o segredo para o sucesso de uma consola não está nos teraflops, na resolução 4K, nem no design da caixa ou do comando. Está no software - isto é, nos jogos -, sobretudo nos títulos que a consola apresenta como exclusivos e com a descrição “apenas podes jogar isto aqui.” E é aqui que reside o “segredo” da PlayStation nesta geração.

Com um misto de sequelas bem pensadas, de novas propriedades intelectuais e de uma liberdade criativa que muitos veriam como arriscada, os exclusivos PlayStation 4 arrasaram a competição. É com este mote que nos propomos a olhar para todos os jogos que no mercado das consolas apenas podem ser jogados na PlayStation 4 e tentamos apresentar a nossa visão de quais os 10 melhores. Agora, algumas regras do jogo:

  • Remakes e remasterizações ficam de fora, explicando a ausência de Final Fantasy VII Remake ou de The Last of Us Remastered;
  • Olharemos para os jogos na perspetiva de exclusivos de consola, pelo que jogos que entretanto ficaram disponíveis para PC, como Horizon Zero Dawn ou Death Stranding, são elegíveis;
  • Jogos que tenham começado como exclusivos mas tenham entretanto surgido noutras consolas (por exemplo, a série Yakuza) são excluídos.

Sem mais demoras, olhemos para o nosso top 10 de exclusivos PlayStation desta geração.

10. Dreams (Media Molecule)

Começamos com Dreams, o fantástico título da Media Molecule que, basicamente, apresenta um potencial ilimitado. Isto porque não só apresenta logo alguns jogos nos quais os jogadores podem imediatamente mergulhar, mas também porque o catálogo de criações (ou de sonhos, como são denominados) cresce todos os dias. E quem é responsável pela robustez do catálogo? A própria comunidade. Dreams apresenta aos jogadores um conjunto de ferramentas que permite a criação de jogos de qualquer género, com quaisquer mecânicas e com qualquer direção artística que se queira. Para além de jogos, é possível criar vídeos, animações ou apenas imagens. E a recente introdução da compatibilidade com a PSVR veio expandir ainda mais o universo de possibilidades e de sonhos cuja criação está ao nosso alcance.

Com tudo isto, e com tutoriais incrivelmente bem construídos que permitem uma aprendizagem eficaz das ferramentas de construção e de criação, era impossível não destacar o trabalho fenomenal de Dreams. E este título aparece aqui na décima posição por um motivo muito simples: sendo um jogo ditado pela criação de conteúdo por parte da comunidade, nem tudo o que é apresentado tem qualidade. Há criações fenomenais, e há outras cujo único propósito foi alcançar rapidamente o troféu de platina, e cuja qualidade deixa muito a desejar. Mas sem dúvida que é um dos títulos PS4 que vale a pena espreitar, sobretudo se os leitores se considerarem pessoas criativas.


9. Marvel’s Spider-Man (Insomniac Games)

Ao longo dos anos, muitos têm sido os jogos que tentam capturar a magia e a adrenalina de vestir o fato do herói aracnídeo mais famoso de sempre. Depois de muitos falhanços, foi a vez da Insomniac Games tentar a sua sorte e de achar ouro com o fantástico Marvel’s Spider-Man. Nunca um jogo conseguiu dar uma sensação tão boa de navegar a cidade de Nova Iorque como este título nos apresenta. A isto, aliou-se mecânicas de combate e de furtividade variados e gratificantes, a um argumento memorável que faz um trabalho extraordinário no que toca à caracterização da personalidade de cada personagem envolvida, e a uma história verdadeiramente emocionante e intrigante até ao último minuto. O resultado? Apenas o melhor jogo Spider-Man de sempre.

O que é impede este título de tomar um lugar mais acima na lista? Basicamente, o facto de cair na tentação de qualquer outro jogo de mundo aberto: o das atividades secundárias repetitivas. Talvez isto afete apenas aqueles que procuram completar tudo o que o jogo tem para oferecer, mas o facto de repetir tantas vezes as mesmas atividades - por exemplo, a procura crimes que se apresentam como “copy/paste” - leva a alguma exaustão depois de terminar a campanha. Também a navegação vertical se apresenta algo atabalhoada, e certamente um dos pontos a melhorar com as próximas entradas. Ainda assim, nunca um jogo proporcionou tanto a sensação de encarnarmos este super-herói, sendo fácil de recomendar Marvel’s Spider-Man a qualquer fã das bandas desenhadas, dos filmes ou até de jogos de ação e aventura.


8. Detroit: Become Human (Quantic Dream)

A Quantic Dream ganhou grande parte da sua reputação por produzir jogos que se apresentam como dramas interativos. Depois do sucesso na geração anterior, o estúdio liderado por David Cage forneceu-nos Detroit: Become Human. Mantendo a jogabilidade simples baseada em QTEs (quick time events) e na escolha de qual a melhor opção ou caminho a seguir em cada situação, este título agarra-nos pela sua narrativa cuidadosamente construída, cativando-nos do início até um dos muitos fins. Esta questão das escolhas e consequências é um dos grandes pontos altos da experiência, com os vários caminhos escolhidos e cada decisão a ter um impacto visível no progresso da história, na evolução das personagens, nas relações entre estas, e no mundo. E quando isto é suportado por um argumento muito bem conseguido e desempenhos exemplares, sabemos que estamos perante algo de especial.

Agora, é inevitável pensar que uma jogabilidade que assente quase exclusivamente em QTEs é algo limitada. E é precisamente por isso que Detroit: Become Human não se apresenta alguns patamares acima. Embora esta mecânica faça um trabalho adequado, fica sempre a sensação de que muitas das cenas poderiam ter dado mais algum poder de controlo ao jogador sem comprometer toda a estrutura narrativa do jogo. No entanto, a mensagem da história, os altos e baixos, as reviravoltas narrativas e os momentos genuinamente tensos que vivemos durante a campanha, valem a Detroit: Become Human um lugar nesta lista. Tendo já sido oferecido pela PS Plus e sendo possível encontrar o jogo a preços bastante acessíveis, incitamos qualquer jogador a passar por esta experiência pelo menos uma vez.


7. Ghost of Tsushima (Sucker Punch)

O último grande exclusivo da geração que mencionamos no início deste artigo foi Ghost of Tsushima. E que maneira de fechar esta geração! A Sucker Punch arriscou, e muito, com este título ao mudar radicalmente de cenário, de temática e de mecânicas de jogo. Mas com esse risco, elevou a fasquia no que diz respeito ao design de mundos abertos e deu-nos uma história de conflito interior e de heroísmo extremamente cativante. Os cenários da ilha de Tsushima são deslumbrantes, o combate é preciso, exigente e gratificante, e a interface de utilizador é minimalista, incentivando o jogador a aproveitar a ligação que o protagonista tem com a sua terra natal, seguindo as rajadas de vento ou animais com os quais se cruze para se perder na imersão que toda a experiência consegue proporcionar.

Claro que nem tudo é perfeito, com alguns problemas a custarem a Ghost of Tsushima uma posição mais elevada na nossa lista. As secções de plataformas e explorar zonas mais montanhosas podem ser tarefas penosas. Também alguns bugs e falta de fidelidade gráfica em alguns momentos prejudicam um pouco a imersão total na experiência. Apesar disto, achamos que este jogo é mais um produto da excelência que tem marcado o trabalho dos estúdios PlayStation, concluindo a difícil tarefa de fechar a geração com destaque. Não hesitamos em recomendar Ghost of Tsushima a qualquer dono de uma PlayStation 4.


6. Uncharted 4: A Thief’s End (Naughty Dog)

O final da história do carismático Nathan Drake é o jogo que se segue. Uncharted 4: A Thief’s End não só é mais um extraordinário jogo da série Uncharted, é também uma fenomenal história de crescimento e de ultrapassagem de hábitos destrutivos. Esta quarta entrada na série principal de jogos apresenta a mesma jogabilidade frenética a que estamos habituados, com os conflitos armados a mostrarem-se novamente tensos, com um ritmo elevado e com mecânicas extremamente sólidas. E quando a isto juntamos uma narrativa mais madura, onde não só ficamos a saber mais sobre o passado do protagonista como o vemos a crescer e a desenvolver-se enquanto pessoa, é impossível não fazer chover elogios a este excelente jogo.

Então, porque não chega para entrar no top 5? Muito simplesmente, por dois motivos: uma concorrência feroz, e o facto de não contribuir significativamente para a evolução do franchise no que à jogabilidade diz respeito. Enquanto outros jogos da Naughty Dog começaram a experimentar com áreas mais abertas, incluindo o fantástico Uncharted: The Lost Legacy, a linearidade da experiência acaba ser demasiado notória quando comparamos este com os jogos que encontraremos daqui para a frente.


5. Horizon Zero Dawn (Guerrilla Games)

Para começar a falar dos cinco melhores, nada como olhar para um dos maiores riscos tomados. Horizon Zero Dawn chegou em 2017 e apresentou um vasto e vibrante mundo aberto povoado por predadores robóticos. A criatividade demonstrada não se aplica só no design das criaturas, mas também ao variadíssimo leque de armas e armadilhas que vamos adquirindo, à composição do mundo e à história.  A narrativa é uma das mais interessantes de toda a geração, e Aloy apresenta-se não só como uma protagonista à altura, mas como a melhor personagem principal original deste ciclo de consolas que se aproxima do fim. Este é dos poucos jogos de mundo aberto onde se tem vontade de encontrar todos os colecionáveis e de ler toda a história deste mundo que se consegue.

Tudo isto é de louvar, sobretudo se tivermos em conta que a Guerrilla Games nunca tinha criado nada que se aproximasse deste jogo até à data. Temos que procurar ativamente defeitos para apontar a Horizon Zero Dawn, e os únicos que se consegue apontar são a existência de poucas personagens verdadeiramente memoráveis e algumas atividades secundárias um pouco repetitivas. Mas a excelência de toda a experiência torna estes problemas bastante superficiais, e mal podemos esperar para ver o que a sequela, Horizon Forbidden West, nos trará.


4. Bloodborne (FromSoftware)

Se considerarmos os sistema de troféus implementado pela PlayStation, chegamos à altura para a entrega do troféu de bronze. Quem acompanha o trabalho da FromSoftware, sabe o que esperar quando um novo jogo é produzido pela sua equipa, sobretudo se estiver sob a liderança de Hidetaka Miyazaki. A ação será brutalmente exigente, a história do mundo será apresentada indireta e subtilmente, e cada vitória é sentida como uma conquista monumental. Bloodborne é o auge destas filosofias de design, pegando na gratificante jogabilidade de Dark Souls e carregando no acelerador. Uma pequena mudança no design mudou tudo: quando somos atingidos, podemos recuperar um pouco da nossa vida se ripostarmos rapidamente. Isto torna a jogabilidade muito mais frenética e agressiva, incentivando os jogadores a assumir mais riscos para recolher maiores recompensas.

Esta pequena mudança torna Bloodborne uma experiência ainda mais gratificante, e aliar isto a um design ambiental e de criaturas brilhantemente sinistro e horripilante apenas poderia resultar num dos melhores jogos da geração. Falha o top 3 da nossa lista apenas por dois motivos: alguns soluços técnicos que ocasionalmente reduzem um pouco o desempenho, e a acessibilidade. Bloodborne é extremamente exigente, mas sempre justo. Ainda assim, a curva de aprendizagem é bastante íngreme, e isso será frustrante para uma boa porção dos jogadores. Mas qualquer jogador que tenha uma PlayStation 4 deve dar uma oportunidade a este RPG de ação, e garantimos que se insistirem e se adaptarem à jogabilidade, dificilmente irão encontrar um jogo tão recompensador.


3. Persona 5 Royal (Altus)

Muitos jogadores passam à frente da oferta de jogos do género JRPG, sobretudo no ocidente. Mas se há uma série que qualquer dono de uma PlayStation 4 deve experimentar é a Persona. Em 2016, Persona 5 elevou a fasquia do género ao oferecer uma experiência cativante, personagens memoráveis, um sistema de combate profundo, e uma grande variedade de Personas para colecionar e combater. Em 2020, Persona 5 Royal pega nesta oferta fenomenal e consegue melhorá-la, oferecendo mais personagens, mais Personas e evoluções, mais história e várias melhorias à jogabilidade e ao ritmo de jogo. A isto, juntam-se uma direção artística repleta de estilo e a melhor banda sonora de toda a geração, que levará mesmo os jogadores mais distraídos a prestar atenção e a pesquisar pelas músicas no Spotify ou no YouTube.

Compilar uma lista desta natureza não é fácil, sobretudo dada a quantidade e qualidade da oferta de exclusivos desta consola, e quando olhamos para o pódio as diferenças nas qualidades ficam presas por detalhes. Assim, e apesar de todos os elogios que este jogo merece, é Persona 5 Royal que leva o troféu de prata. O único motivo é alguma flutuação nas várias narrativas contidas e no design das dungeons. São sempre interessantes e cativantes, mas há claros pontos mais altos que outros. Ainda assim, é muito fácil recomendar a qualquer jogador que experimente perder-se neste fascinante e único mundo que define a excelência dos JRPGs.


2. The Last of Us Part II (Naughty Dog)

O troféu de ouro da nossa lista vai para o fenomenal, embora infame para muitos, The Last of Us Part II. O mais recente jogo da Naughty Dog não é uma mera sequela que dá aos seus fãs mais do mesmo, tendo antes pegando na excelência do primeiro jogo e oferecido uma experiência sem igual nesta indústria. A narrativa vai por caminhos controversos mas extremamente corajosos, que obrigam o jogador a sair da sua zona de conforto e a refletir sobre assuntos complexos e pesados, culminando num final que fica preso no pensamento durante dias ou até semanas. Violência, vingança, perdão, tolerância e redenção são os grandes assuntos que marcam esta aventura que, admitidamente, se prolonga por mais algumas horas do que devia.

A isto juntam-se a melhor jogabilidade e as melhores mecânicas de jogo que a aclamada produtora alguma vez concebeu. A fluidez entre exploração, combate armado e furtividade é incomparável, e a competência técnica, gráfica e sonora tornam esta uma das experiências mais bem conseguidas na PlayStation 4, mesmo quando se joga numa versão mais antiga da consola. E claro, como não falar do variadíssimo leque de opções de acessibilidade, que abrem as portas do jogo a qualquer pessoa, independentemente das suas limitações físicas. Todos os elogios são poucos e The Last of Us Part II fica a uma unha do topo do pódio.


1. God of War (Santa Monica Studios)

E chegamos ao troféu de platina, e não foi uma decisão fácil nem tomada de ânimo leve. Todos os jogos que recebem troféus na nossa lista poderiam perfeitamente encabeçar qualquer lista de qualquer consola desta ou de outra geração anterior. Mas sem dúvida que God of War merece esta posição e este reconhecimento. Quem acompanhou as aventuras de Kratos na anterior consola da Sony certamente ficou com a impressão de que a personagem e o mundo já tinham dado tudo o que havia a dar. A violência gratuita e frenética já não entusiasmava e Kratos começava a tornar-se aborrecido e irritante. Também por isso é que o trabalho de Cory Barlog e da sua equipa é tão especial.

Em God of War encontramos um Kratos diferente, mais maduro, mais responsável e mais ponderado. Assentando no sempre fascinante mundo da mitologia nórdica, acompanhamos uma demanda muito pessoal de Kratos e do seu filho Atreus, demanda essa que vai sendo importunada pelos violentos deuses nórdicos. A jogabilidade apresenta-se irrepreensivelmente focada, desafiante, gratificante, bastante personalizável e, acima de tudo, extremamente coerente com as grandes temáticas do jogo: desenvolvimento pessoal e redenção. Cada batida narrativa é memorável, desde a desconfiança para com todas as entidades divinas até à hesitação em enfrentar o passado. O resultado é um dos desenvolvimentos de personagem mais marcante de sempre, independentemente da indústria em questão.

Admitidamente, o impacto de God of War dependerá do historial que cada jogador terá com os jogos anteriores da série. Ainda assim, os momentos entusiasmantes são numerosos, e as cenas mais emocionantes atingem-nos sempre. E quando aliamos tudo isto a um desempenho técnico irrepreensível, a uma identidade visual belíssima e muito própria, e a desempenhos absolutamente fenomenais por parte de todo o elenco, sabemos que o topo da nossa lista está muito bem entregue. Se o leitor tem uma PS4 e ainda não jogou este título, faça um favor a si mesmo. Por aqui, mal podemos esperar para ver o que a inevitável sequela nos trará a seguir. God of War é assim o melhor jogo exclusivo da PlayStation 4.


Artigo por: Filipe Castro Mesquita

Os 10 Melhores Exclusivos PlayStation Desta Geração Os 10 Melhores Exclusivos PlayStation Desta Geração Reviewed by Filipe Castro Mesquita on setembro 14, 2020 Rating: 5

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