[Artigo] 5 Aspectos Essenciais Num Bom Videojogo


Quais são os 5 elementos chave para um bom videojogo? Existem certamente sempre jogos que parecem quebrar o molde ou tentar algo novo, mas os cinco elementos principais que devem estar em todo os títulos de sucesso são:
  • Controlos refinados associado a um gameplay divertido;
  • Enredo e história envolventes, com personagens memoráveis e bem caracterizadas;
  • Componente áudio-visual cativante e memorável;
  • Mundo e Setting profundo;
  • Bom balanço entre desafio e recompensas.

É uma combinação ponderada destes elementos e respectivo desenvolvimento que significa a diferenciação de um jogo razoável ou bom , de um obra notável.

Jogos, como por exemplo Space Invaders ou Grand Theft Auto, ambos tiveram um sucesso estrondoso à altura do seu lançamento. Contudo as dinâmicas do mercado evoluiram muito. Desde a sua introdução no mercado caseiro no final da década de 70 , os videojogos já percorreram um longo caminho sendo uma das formas mais populares de entretenimento actualmente.

Procuramos então avaliar alguns exemplos de jogos de sucesso no passado para identificar os principais ingredientes que, quando somados, criam uma experiência memorável e atraente que consiga manter-se atractiva no mercado actual.



Controlos refinados associado a um gameplay divertido

Os jogadores mais “eclécticos” gostam de afirmar que uma boa história é o que faz um jogo. Embora isso seja verdade em uma grande parte dos jogos, a jogabilidade consegue sobrepor-se pelo simples facto de que é um aspecto que afecta a totalidade dos jogos existentes, com ou sem história!

Indo um pouco aos casos extremos, um jogo de sucesso pode ser desenvolvido inteiramente considerando somente a sua componente de jogabilidade, sem qualquer história. Títulos como por exemplo Angry Birds, Tetris, etc. não contém história alguma e são marcas que ficaram para a história. Mesmo o mítico Super Mario Bros., com a simples premissa de “Salvar uma princesa” e um enredo quase nulo, demarcou-se pela sua evolução da jogabilidade na altura.

Fundamentalmente, os jogos devem ser interactivos. Sendo uma forma do jogador mergulhar num mundo diferente, se os controlos forem desajeitados ou não for divertido de jogar, a interiorização da experiencia nunca será a mesma. Mesmo um jogo com uma óptima história, se falhar na componente interactiva poderá revelar-se um fracasso.

Doom Eternal: Apresenta uma das jogabilidades mais refinadas no género à data 


Enredo e história envolventes, com personagens memoráveis e bem caracterizadas

Sem querer ser contra indicativo, e embora tenhamos acabado de dizer que a jogabilidade supera a história, uma grande história ainda desempenha um papel fundamental no sucesso do jogo. A verdade é que, embora a jogabilidade seja importante, esta nem sempre salva um jogo. Isso é especialmente verdadeiro se o jogo for uma experiência single player, que depende de entregar uma narrativa envolvente e personagens memoráveis que nos faça ficar capturados. Nesses casos em particular, a história pode ganhar uma importância tão significativa quanto a jogabilidade

No que se refere às personagens, independentemente do jogo possuir uma narrativa envolvente, o título deverá conter personagens que não sejam aborrecidos ou pouco memoráveis. Isso significa criar personagens que sejam visualmente interessantes, bem escritos e com os quais o jogador possa se identificar. Inclusive, alguns argumentistas acreditam que são os personagens e não o enredo ou o cenário, que separam uma boa de uma grande história.

Serie BioShock: Uma história, enredo e personagens que ficarão na memória de todos os que os jogaram


Componente áudio-visual envolvente, cativante e memorável.

Os gráficos, arte, banda sonora e efeitos especiais são extremamente importantes para qualquer videojogo. Sendo os humanos, animais que experienciam através dos seus sentidos, quanto mais refinadas e integradas estas valências forem, melhor é a experiencia que o jogador absorve.

Conforme o hardware evolui, os gráficos apresentados ao jogador também aumentam. Cada vez mais os jogos aparentam orientar a sua evolução na direcção a uma experiência hiper-realista para ajudar neste processo de interiorização. No entanto, óptimos gráficos nem sempre se traduzem numa experiência extremamente realista, bastando ter em consideração os dois pontos apresentados previamente. Por exemplo, Ryse: Son of Rome tinha alguns dos gráficos mais realistas e bonitos quando foi feito, no entanto o jogo não recebeu muitos comentários positivos da comunidade, simplesmente por causa da jogabilidade repetitiva e do combate desenhado em torno de “Quick Time Events”.

Contudo, é importante destacar que alguns dos jogos mais icónicos e visualmente atraentes não têm visuais realistas: é a singularidade que os diferencia. Por exemplo, a série Ratchet and Clank, Zelda ou Cuphead, de entre muitas outras, são séries de jogos extremamente populares que consideram gráficos mais animados que se encaixavam bem com o tipo de jogabilidade e história existente.

Felizmente, a indústria de jogos cresceu ao ponto de reconhecer que bons videojogos não são apenas uma forma de apresentar uma história, mas também de compartilhar arte. Isso pode ser visto no estilo cel shading inspirado em desenhos animados utilizado por exemplo na série Borderlands, nas silhuetas em preto e branco de LIMBO ou o estilo de arte animada do Studio Ghibli de Ni no Kuni. Esses jogos não fornecem uma renderização perfeita de cada elemento no ecrã ou de cada cenário. Em vez disso, eles oferecem uma visão artística de seu mundo por meio de estilos de arte únicos.

Final Fantasy VII Remake: Um porta-estandarte no que se refere ao realismo gráfico nos videojogos 


Mundo e setting profundo

Ao contrário de outras formas de entretenimento, como cinema e televisão, os jogos são interactivos e consequentemente, têm mundos que podem ser explorados.

Claro que os jogadores só vão querer verificar tudo o que o seu mundo tem a oferecer se houver coisas que chamem a atenção deles. Isso pode ser qualquer coisa, desde cenários cativantes, missões, recompensas ou desafios bem posicionados.

Um óptimo exemplo disto é Zelda: Breath of the Wild, Horizon Zero Dawn ou a série GTA. Todos estes títulos apresentam um mundo extremamente evolvente que fazem o jogador perder-se para além da sua missão principal.

Xenoblade Chronicles: Destaca-se, entre outros motivos, por apresentar um dos world settings mais criativos num JRPG


Bom balanço entre desafio e recompensa


Outro desafio que todos os videojogos enfrentam é encontrar o equilíbrio perfeito entre dificuldade e recompensa. Um jogo precisa ser desafiador para o jogador, para que sinta que teve que trabalhar para isso quando completar um nível ou missão. Como que se tivessem realizado algo!

Isso pode significar um mapa ou nível onde nem sempre seja fácil de descobrir para onde ir, promovendo a exploração e raciocínio por parte dos jogadores em descobrir como avançar no jogo. Ou se, por exemplo, precisa de alguma estratégia inteligente para conseguir ultrapassar um dado obstáculo ou enimigo. São aspectos assim quem  podem transformar um bom videojogo num verdadeiro clássico.

Existem, inclusive, até alguns títulos que tem uma nova abordagem a essa teoria, concentrando-se na dificuldade e na complexidade. Jogos como a série Souls, criada pela From Software, fornecem um nível de dificuldade onde é esperado que o jogador morra frequentemente, mesmo até a completar tarefas simples no jogo. Isso pode ser frustrante para alguns, mas para outros, promove uma grande sensação de realização quando finalmente alcançam seu objectivo .

Cuphead: Um jogo onde o sentimento de dificuldade somente é ultrapassado pelo de realização.


Algo diferente

A título de bónus apresentamos mais um aspecto que poderá revelar-se também diferenciador no que se refere a uma experiencia “vídeo-jogável”: a capacidade de entregar algo distinto e inovador.

Embora seguir a mesma fórmula de outro grande jogo possa parecer uma boa ideia, são os jogos que apresentam algo único que chama a atenção de todos. É claro na indústria actual, principalmente na vertente de produções indie, que existe um esforço consciente por parte dos produtores em criar um jogo que ofereça uma nova experiência. Algo que os jogadores não possam obter em outro lugar algum, mesmo que isso signifique apenas adicionar alguns ajustes a um género ou estilo de jogo já existente.

Desde pequenas “gimmicks”, passando por grandes reformulações da jogabilidade de um género já existente, até um grafismo diferente de tudo o que existe na indústria. São formas que promovem um título e fazem o jogador relembra-los durante mais tempo.


Catherine: Uma experiência singular


[Artigo] 5 Aspectos Essenciais Num Bom Videojogo [Artigo] 5 Aspectos Essenciais Num Bom Videojogo Reviewed by Carlos Silva on maio 06, 2021 Rating: 5

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