[Análise] Giraffe and Annika [PS4]



Com a constante procura por uma experiência diferenciada do restante mercado, as produtoras tem cada vez mais apostado em entregar títulos que procuram elementos únicos e cativantes. Este é o caso de Giraffe and Annika, onde existe uma extensa e clara aposta numa aventura que mistura elementos de ritmo, aventura e story telling.

Nesta aventura, acompanhamos as aventuras de Annika, uma protagonista meia humana, meia gato, cativante, doce e algo inocente. Após acordamos numa ilha sem memórias de onde estamos ou como chegamos, rapidamente conhecemos Giraffe, um rapaz que nos vai ajudar a recuperar as memórias à medida que vamos colectando três cristais perdidos dentro de três masmorras espalhadas pela ilha.


Para isso, teremos de explorar e interagir com os peculiares habitantes da ilha, à medida que vamos desvendando os seus mistérios e evoluindo as características da nossa personagem com novas habilidades. Conforme vamos passado cada uma das masmorras e cumprindo com os pedidos dos habitantes vamos recebendo itens chave, assim como habilidades que ajudam a explorar novos cantos da ilha, até lá inacessíveis.

Efectivamente o efeito de exploração e backtracking é uma óptima premisa que ajuda a conhecer a ilha de dentro para fora, onde cada momento de "Eureka" é acompanhado por uma óptima sensação de cumprimento e descoberta. O jogo neste sentido dá bastante liberdade ao jogador para explorar à vontade e falar com todos, mas denotamos contudo que alguns desafios tornam-se menos intuitivos, levando a extensos períodos de simplesmente tentar descobrir o que é necessário efectuar ou como o concretizar. Felizmente, durante toda a experiência, somente denotamos três pontos onde esta situação ocorreu.


A jogabilidade foi outro elemento onde se notam alguns entraves no controlo mais preciso de Annika, principalmente nas secções onde o jogo adquire elementos mais similares a um título de plataformas. Ainda que não seja um entrave critico, algumas secções podem tornar-se bastante frustrantes por este elemento. Como referenciado, o jogo baseia-se fundamentalmente na exploração da ilha e das três masmorras existentes. Isto significa que Annika terá de percorrer diversos obstáculos e solucionar vários puzzles à medida que vai progredindo, onde a presença de fantasmas são um evento frequente que temos de esquivar. Efectivamente a nossa personagem não tem características ofensivas, onde a utilização de cristais azuis espalhados pelo cenários são um elemento vital para recuperar a preciosa energia perdida a escapar destes adversários. Ainda assim, existe altura que Annika terá confrontos com os bosses existentes no jogo.

Nestas ocasiões, o jogo apresenta uma vertente de jogo de ritmo, onde temos de cronometrar as nossas defesas e desvios com os ataques que recebemos do inimigo. Não sendo propriamente um modo de jogo muito complexo, quando comparado com outros títulos, é efectivamente um dos pontos altos do jogo. De facto a banda sonora é um das características mais memoráveis e cativantes de toda a experiência, denotando elementos que enriquecem todos os cenários e eventos que ocorrem durante as sequências de história. Estes excertos são apresentados sobre a forma de um conjunto de banda desenhada interactiva com uma direcção artística bastante inspiradora e certamente um dos elementos que distingue o jogo dos demais. Ainda abordando a componente gráfica, a caracterização da ilha está interessante, mas denota-se algum falta de sensação de profundidade, assim como pequenos bugs gráficos. Estes aspectos conjugados com o difícil controlo da personagem são um conjunto de problemas que poderão marcar a experiência e poderiam ser sido melhor trabalhados, deixando a sensação que o título poderia apresentar uma qualidade final significativamente superior.


No global da experiência, a sensação geral que a experiência transmite e que estamos perante o contar de um conto de fadas a desenrolar-se numa forma quase que mágica, onde o limiar entre sonho e realidade tende a desvanecer-se entre eventos. Com cerca de 6 a 8 horas, dependendo do empenho em encontrar todos os coleccionáveis do jogo, apresenta uma duração adequada para aquilo que se propõem a apresentar. Ao jogador caberá descobrir todos os segredos desta ilha, seus habitantes e como estes se conjugam com a história de Annika.


Conclusão 
Giraffe and Annika, apresenta uma óptima premisa, misturando elemento de exploração, plataformas e ritmo. Ainda assim as suas melhores características passam pela conjugação das sequências gráficas com a banda sonora. 
O seu enredo, enquanto não original, tende a deixar uma boa imagem no global da experiência. Para quem, procura uma aventura que a nada deve a um conto de fadas, este é uma excelente opção a considerar.




O melhor: 
  • A conjugação do estilo gráfico com a banda sonora;
  • Ambientação e liberdade de exploração;
  • Sequências de ritmo


O Pior: 
  • Controlo da personagem pouco exacto para certas secções de plataformas;
  • Falta de indicações mais explicitas em como prosseguir em certas alturas do jogo;
  • Modelação gráfica com possibilidade de ser melhor refinada.



Pontuação do GameForces – 7.0/10 



Título: Giraffe and Annika
Desenvolvedora: Atelier Mimina
Publicadora: NIS
Ano: 2020

Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Playstation 4, através de um código gentilmente cedido pela Reef Entertainment.

Autor da Análise: Carlos Silva

[Análise] Giraffe and Annika [PS4] [Análise] Giraffe and Annika [PS4] Reviewed by Carlos Silva on setembro 03, 2020 Rating: 5

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