[Análise] Ancestors: The Humankind Odyssey [PC]


 A origem do Ser Humano sempre foi um mistério, existindo diversas teorias em torno do assunto. A verdade é que, não deve ter sido fácil. Não foi de um momento para o outro que um primata decidiu passar a caminhar sob duas patas e começar a explorar o mundo. Antes de sermos aquilo que somos hoje, os nossos antepassados tiveram de percorrer um caminho cheio de obstáculos.

Com esta ideia em mente, a Panache Digital Games, que participou na criação do franchise “Assassin’s Creed”, produziu o jogo Ancestors: The Humankind Odyssey.

O jogo passa-se em África, há mais de 10 milhões de anos, onde o jogador controla um clã de primatas, assumindo o controlo de apenas um primata específico, podendo trocar de um membro do clã para outro quando quiser. O objetivo do jogo e simplesmente sobreviver, reproduzindo a espécie para que esta continue evoluindo.

Para que a sobrevivência do clã seja possível é necessário explorar o mundo de Ancestors, descobrindo novos alimentos e fontes de água potável para que o grupo não morra à fome nem à sede. Contudo este não é o verdadeiro desafio do jogo. Num mundo tão vasto como este, existem milhares de perigos como crocodilos e cobras gigantes e até mesmo pequenos javalis, que atacam sem qualquer tipo de aviso.

A fauna não é o único perigo presente neste mundo. Até mesmo cogumelos e outros alimentos que o jogador encontra ao longo do jogo, podem representar um perigo para os primatas, visto que, alguns alimentos, quando ingeridos podem envenenar a personagem, levando-o à sua morte.

Ao iniciar o jogo, somos informados que não vamos receber muita ajuda, através da mensagem: “Boa sorte, não pretendemos ajudar muito”. E é exatamente isso que acontece. Antes de começar a explorar o mundo é nos dada a possibilidade de escolher a ajuda dada ao jogador.

Existem 4 tipos de ajuda: Total, Útil, Imersiva e Envolvente. Ao escolher a opção “Total”, a ajuda que é dada ao jogador é alguma, sendo que as várias dicas que vão surgindo durante o jogo não são uma grande ajuda apenas uma forma de guiar os jogadores. Se o jogador optar pela ajuda envolvente, a ajuda dada ao jogador é inexistente deixando o jogador à mercê dos seus instintos.

Independemente, da ajuda que o jogador escolhe, não existe qualquer tipo de tutorial, levando o jogador a sentir-se totalmente perdido nas primeiras horas de jogo, o que pode ser bastante frustrante ao início. Tal como ocorreu há milhões de anos, teremos de descobrir tudo sozinhos, traçando o nosso próprio caminho e construindo a nossa própria história através de tentativa e erro. Desta forma, o jogo pretende reproduzir as dificuldades passadas pelos nossos antepassados para sobreviver.


Tentativa e erro é o que melhor descreve o jogo. Não sabendo o que fazer, os jogadores são obrigados a confiar na sua intuição e a experimentar alimentos, tentar construir ferramentas e ganhar pontos que permitem evoluir a espécie. Com o passar do tempo começamos a perceber como funciona o jogo e começamos a ganhar mais interesse pela experiência apresentada, contudo é um processo ainda algumas horas a desenvolver.

Um dos pontos melhor concebidos do jogo é o sistema de evolução. Esta é uma mecânica baseada em aprendizagens e na sua passagem para os membros mais jovens do clã. Desta forma devemos sempre carregar uma cria para que esta possa aprender tudo o que lhe vamos aprendendo.

Apesar de possuir uma ideia tão boa e original, o jogo tem alguns aspetos menos positivos. O facto de não existir uma história/campanha pode fazer com que o jogo se torne aborrecido, levando a que alguns jogadores desistam precocemente de jogar.  Neste título o que nos leva a querer continuar não é querer alcançar um objetivo, mas sim a nossa curiosidade. 

Um outro aspeto negativo, é o facto de o jogo ser bastante repetitivo. Além das cutscene´s serem sempre iguais, após concluirmos certas ações, o sistema de combate é bastante simples e repetitivo. Alem disto, quando decidimos investigar um certo objeto, seja ele um alimento ou um pau, os movimentos feitos pelos primatas são sempre iguais.

Por fim, os gráficos deste jogo não são impactantes, nada parece ser “verdadeiro”, notando-se a possibilidade de um refinamento significativo por parte da  produtora  em apresentar um pacote que considere uma boa imersão gráfica. Em resultado, o global da experiência remete a títulos bastante antigos, quando na verdade saiu há pouco tempo para o Pc. 

Conclusões:

A nossa evolução não foi fácil, como tal Ancestors: The Humankind Odyssey não é um jogo fácil. Apesar de ter por base uma ideia bastante original e interessante, a experiência é bastante confusa ao início, levando a que muitos não apreciem o jogo. Além disso, a ausência de uma campanha torna o titulo pouco gratificante. Apesar de tudo, à medida que vamos aprendendo como se joga, tudo se torna um pouco mais interessante.

 

O Melhor: 

  • Uma Ideia Original

O Pior: 
  • Gráficos Maus 
  • Ausência de Tutoriais
  • Cutscenes e reações repetitivas 


Pontuação do GameForces – 6.0/10


Título: Ancestors: The Humankind Odyssey

Desenvolvedora: Panache Digital Games

Publicadora: Private Division

Ano: 2019



 

 

 



[Análise] Ancestors: The Humankind Odyssey [PC] [Análise] Ancestors: The Humankind Odyssey [PC] Reviewed by Bernardo Lourenço on agosto 13, 2020 Rating: 5

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