GameForces Awards 2023 - Melhor Remake/Remaster do Ano

Hoje, olhamos para uma categoria nova, para uma categoria que está bastante na berra, mas que os (ainda) maiores Game Awards ainda não se decidiram reconhecer - toma Keighley, estamos à tua frente nesta! Falamos de Remakes e de Remasters. À medida que a indústria vai crescendo e tornando mais madura, e à medida que os jogadores vão abrangendo faixas etárias mais amplas, temos visto uma tendência para olhar para o passado e querer revivê-lo. Temos visto a nostalgia a ganhar um papel cada vez mais preponderante na nossa indústria e, com ela, vemos os regressos de jogos que já podem ser considerados clássicos. E é para esses regressos que olhamos agora e que reconhecemos.

Entre jogos diretamente relançados tal como eram há anos atrás, jogos que receberam um rápido facelift para embelezar a nitidez visual, jogos que passam a ficar disponíveis nas consolas modernas com algum conteúdo adicional, bónus e nunca antes visto, e jogos que foram completamente refeitos de raiz para tentar modernizar e fazer uma experiência corresponder à visão cor de rosa que aplicamos quando nos recordamos da mesma, 2023 foi um ano riquíssimo em "novas velhas" ofertas. Gostando-se ou não, é uma tendência que funciona e que parece estar para ficar, portanto abracemo-la e reconheçamos o que de melhor foi feito neste canto da indústria.

Carlos Silva - Resident Evil 4

Bem, estou numa posição de desvantagem aqui. A verdade é que joguei pouquíssimos Remakes/Remasters, mas se tiver que escolher um seria definitivamente o meu Resident Evil preferido!

Acredito que esta é uma das melhores entradas na série e a sua transposição para a geração mais recente faz jus ao seu legado. Combinada com as técnicas mais recentes de terror, Resident Evil 4 apresenta agora uma experiência ainda mais angustiante!

Filipe Mesquita - Dead Space

Bem sei que, este ano, houve um jogo de terror refeito de raiz que recebeu todas as atenções e todos os louros, tanto na imprensa como em cerimónias de prémios ligeiramente mais conceituadas que a nossa. Sim, o remake de Resident Evil 4 foi excelente, elevou a fasquia do que podemos e queremos esperar de videojogos de terror e sobrevivência no futuro e conseguiu melhorar visivelmente um jogo que, por si só, já figurava nas listas de melhores de sempre de muita gente. Mas, para mim, houve outro jogo de terror refeito de raiz que se destacou mais este ano: Dead Space.

Ok, para simplificar isto, até vou admitir que, no geral, Resident Evil 4 é um jogo melhor, mas acho Dead Space um remake mais competente. Regressar ao Ishimura, depois de tantos anos a pensar que nunca mais o faria, foi um prazer assustador. O combate está muitíssimo melhor, os itens de upgrades já não são necessários para abrir portas aleatórias, o sistema de luz confere toda uma nova sensação de perigo a toda a experiência e... ainda temos direito a um novo final secreto que contextualiza ainda melhor toda a narrativa. São dois grandes títulos de terror, que agora podem perfeitamente andar lado a lado. E só pelo facto de Dead Space ter conseguido subir tanto na hierarquia com este remake, merece receber este meu prémio pessoal de Remake/Remaster do Ano.

Carlos Cabrita - Like a Dragon: Ishin

Apesar de ser um enorme fã da série Yakuza, ou Like a Dragon, como agora passou a ser chamada, havia um jogo que nunca poderia jogar. Estou a falar de Ryū ga Gotoku Ishin!, um título independente da série principal que só fora lançado no oriente. Ou seja, precisava de aprender japonês ou nada feito. Com isso, foi com um enorme agrado que este ano, foi lançado o Like a Dragon: Ishin, um remake que deu a oportunidade aos fãs do ocidente de experimentarem esta experiência diferenciada. 

Em Like a Dragon: Ishin jogamos com Sakamoto Ryōma, que apesar de ser idêntico a Kiryu, não se trata da mesma pessoa. O mesmo acontece com todas as restantes personagens que apesar de terem a mesma cara, não se tratam das personagens já conhecidas na série principal. Já a sua história localiza-se num japão mais antigo e é vocacionada para os samurais.

Filipe Martins - Dead Space

Sem dúvida Dead Space. Mesmo tendo na memória a história do original em 2008, todo o suspense, a adrenalina e jump scares estão lá. Com uma roupagem atual bem delineada, este novo título é praticamente obrigatório para os fãs do género, tendo ou não jogado os títulos originais.

Tiago Sá - Kirby's Return To Dream Land Deluxe

Do mesmo modo que o Filipe Mesquita prefere o remake de Resident Evil 4 como jogo mas galardoa Dead Space como o remake mais ambicioso, eu elejo Kirby's Return to Dream Land Deluxe como o remake do ano, apesar de também preferir uma experiência diferente de 2023: Ghost Trick: Phantom Detective.

Ghost Trick é um dos melhores trabalhos de Shu Takumi, a mente por trás da série Ace Attorney, mas até este ano esta obra estava presa na Nintendo DS. Assim, o objetivo do relançamento não era atualizar uma campanha datada, mas sim disponibilizar uma pérola refinada nas plataformas atuais. Portanto, o que encontramos de novo nas versões Steam, Nintendo Switch, Xbox e PlayStation de Ghost Trick consiste em gráficos atualizados para alta definição, controlos compatíveis com comandos e rato/teclado, remixes das músicas originais e uma galeria de arte. No seu cerne, Ghost Trick é hoje o que já era na DS, ou seja, um jogo fenomenal para quem procura bons puzzles e mistérios de topo numa das aventuras mais fora da caixa e definitivas da indústria.

Por seu lado, Kirby's Return to Dream Land nem sequer está perto de ser o meu jogo favorito da série. Porém, com a versão Deluxe para a Nintendo Switch, a HAL Laboratory foi muito além do que era esperado deste remake. O estilo visual foi notavelmente alterado, com a aplicação de cell-shading intemporal às personagens e uma renovação completa dos ambientes de fundo, quando um mero upscale para HD bastaria para modernizar a versão Wii. Além disso, a seleção de minijogos foi significativamente alargada e tornou-se num fator de recomendação deste pacote, lembrando-me um pouco de New Super Mario Bros. DS e Super Mario 64.

Um novo epílogo foi criado, que não só nos proporciona uma cadência de exploração e combate refrescante para a série mas também estabelece uma ponte narrativa com os jogos seguintes. Isto para não falar de uma série de mudanças pequenas, que ora atualizam a experiência para os padrões das sequências, ora melhoram a campanha com ajustes que eu não sabia que precisava. Posso dizer com confiança que Kirby's Return to Dream Land Deluxe é quase a melhor versão que o material base poderia ser, e todo o esforço imprevisível colocado nesta versão é digno de enaltecimento.

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Digam-nos de vossa justiça! Concordam com as escolhas dos nossos redatores? Há algum remake ou remaster que, na vossa opinião, mereça destaque e que não tenhamos referido ao longo deste artigo? Partilhem connosco as vossas opiniões, e enriqueçam esta discussão!

Introdução e Edição do Texto por Filipe Castro Mesquita

Thumbnail e Imagens de Texto por Carlos Cabrita