Persona 5 Tactica - A Táctica de Conquistar os Nossos Corações




Persona 5 tem vindo a revelar-se uma verdadeira mina de ouro para a Atlus. Desde o seu lançamento em Setembro de 2016 (já lá vão 8 anos!!!), este viu diversas versões ou spinoffs da sua história serem publicados. Certamente que a riqueza de cenários, profundeza da caracterização das personagens ou cativante narrativa são elementos que potenciam este aspecto. Contudo, efectivamente, já passou muito tempo e estamos perante mais um lançamento neste mundo: Persona 5 Tactica. Se começam a questionarem-se se ainda vale a pena revisitar esta realidade, não deixem de ler a análise abaixo!

Numa frase sucinta, sim, Persona 5 Tactica continua a apresentar o mesmo nível de irreverência, ambientação e soberba banda sonora, mas…começa também a apresentar alguma saturação e convenhamos que a passagem de um RPG por turnos para um RPG táctico não foi tão bem conseguida como a que ocorreu com Persona 5 Strikers! Bem, antes de elaborar mais sobre esta afirmação vamos dissertar numa primeira instância na experiência e si…e depois abordaremos então a forma de como se encaixa no contexto global de Persona 5.



Em Persona 5 Tactica acompanhamos mais uma vez as aventuras dos nossos ladrões de corações preferidos. Todas as personagens do título original estão de volta, sendo que a sua caracterização continua soberba, mas no fundo já se encontra devidamente estabelecida. Desta vez seguimos mais uma incursão a uma realidade cognitiva que nos leva a testar novamente as nossas habilidades e respectivas Personas. Sem querer estar a levantar muito o véu ao enredo, podemos desde já confirmar que poderão contar com novas personagens específicas a este lançamento. A sua caracterização encontra-se bastante bem conseguida e devidamente associada à narrativa deste título (muito à semelhança do que ocorreu com os remasters e spinoffs anteriores). Não somente isso, como as suas habilidades são interessantes e relevantes para as batalhas.

As mecânicas de batalha divergem significativamente do título original. Desta vez contamos com uma jogabilidade focada numa experiência táctica (dai o nome!). Portanto, poderão contar com a necessidade de movimentar pela área de batalha, posicionar as personagens, considerar bónus, alcance das armas ou magia a utilizar durante uma batalha, etc. Confesso não ter grande experiência neste tipo de jogos. Certamente não sou uma enciclopédia  como o nosso gran mestre do género Sérgio Dias, mas já joguei alguns e de todos esses, este foi de longe o mais…”fácil”. Para mim é recorrente perder-me neste género de batalhas e acabo sempre a colocar-me numa situação complexa ou de difícil resolução, mas em Persona 5 Tactica nunca senti isso. Suponho que seja devido ao facto de existirem somente uma mão cheia de mecânicas que necessitamos de dominar, ou por causa dos mapas simplicistas (na sua maioria) onde facilmente descobrimos a melhor forma de potenciar os danos! Principalmente, devido a uma IA que parece uma barata tonta e que raramente consegue coordenar o seu ataque, dispersando-se e posicionando-se sempre em lugares de fácil reacção.




Efectivamente não senti a dificuldade que senti em algumas batalhas de Persona 5 ou Persona 5 Strikers. Mas isso não significa que a jogabilidade seja má. A verdade é que… diverti-me nas batalhas, mas ficou sempre aquela sensação de estar a passar aquilo demasiado facilmente. Então poderão estar a questionarem-se do porquê de me estar a divertir nas batalhas? Bem, a resposta é simples: a evolução dos Skills é cativante (assim como a sua utilização nas batalhas), existe alguma diversidade nos objectivos das batalhas (assim como da forma de como estas decorrem) e a componente áudio visual está no ponto!

Efectivamente, o facto de existirem batalhas onde somente temos de aguentar algumas rondas, atingir uma meta, ou descobrir alguma mecânica para vencer determinado inimigo ajuda imenso a manter o interesse ao longo do tempo. Também a componente audiovisual está excelente. Reconheço que é possivelmente o título mais fraco de todos os spinoffs de Persona 5 lançados, mas não deixa de ter uma arte conceptual muito interessante e uma banda sonora de topo. Aliás, diria mesmo que a Atlus poderia abrir um curso em como fazer bandas sonoras para videojogos. Sério… procurem no Spotify ou qualquer forma de ouvir música que utilizem!




Posto isto, vou agora retroceder à afirmação de que esta experiência começa a denotar alguma saturação deste mundo. Existem dois grandes factores aqui. Primeiro, transpor a jogabilidade original de Persona 5 para outro género não é tarefa fácil. Existe toda uma componente social, uma de colecção de demónios, outra de actividades secundárias, etc. que seria necessário considerar. Enquanto em Persona 5 Strikers conseguimos minimamente ter este sentimento, em Persona 5 Tactica estamos reduzidos ao mínimo dos mínimos. As actividades secundárias são paupérrimas, resumindo-se a algumas batalhas secundárias e conversas adicionais com os diversos personagens. Felizmente a colecção e criação de monstros continua boa, adicionando alguma variedade ao que já estamos habituados (por exemplo criar armas especiais a partir dos monstros).

Portanto, não há a liberdade que existe nos outros títulos da série. Estamos sim, perante uma história animada com umas batalhas pelo meio… Nada mais. Esta mesma narrativa encontra-se muito em linha com as temáticas dos títulos anteriores. Desta forma, quem já os jogou, começa a verificar um padrão constante que poderá tender a rever-se monótono. Por outro lado, quem nunca jogou os títulos anteriores, também terá um problema que passa pelo facto de que poderá sentir-se perdido com a familiaridade entre os diversos membros do ladrões de corações ou alguns eventos que abordam. Enquanto fã da série gostaria de ver alguns elementos ou personagens de títulos anteriores a dar ar de sua graça, mas também reconheço que isso poderá levantar problemas a quem nunca tenha pegado num jogo da série e somente queira desfrutar de um RPG táctico.




Desta forma, creio que a Atlus necessita de deixar os nossos ladrões preferidos descansar e dedicar-se a novos títulos e séries. O remake de Persona 3 certamente parece algo que poderá ressuscitar toda uma nova série, e a temática diferenciada certamente ajudará nisso.

No fundo, ao completar Persona 5 Táctica, sentimos este aspecto de “marcar passo”. Ainda que não sendo um jogo mau ou mediano, também não apresenta o nível de excelência que estamos habituados na série.






Conclusões

Persona 5 Tactica contempla uma experiência cativante, mas que falha em introduzir mecânicas de jogo novas e diferenciadoras… algo que outras no género conseguem fazer melhor. Ainda assim, apresenta uma narrativa cativante, arte conceptual no ponto e uma banda sonora extraordinária. Estes elementos em si ajudam imenso em transmitir uma experiência gratificante ao jogador. Não obstante, ficamos a sentir que poderá estar na hora de deixar os nossos ladrões preferidos descansar um pouco e abordar novas aventuras!



O Melhor:
  • Arte Conceptual Apelativa;
  • Banda Sonora;
  • Caracterização de Personagen e Narrativa cativante...


O Pior:
  • ... mas que tende a revelar-se repetitiva para os fãs da série;
  • Baixa complexidade das batalhas;
  • Inexistência de componente social e fraca componente secundária.




Pontuação do GameForces – 7.5/10




Título: Persona 5 Tactica
Desenvolvedora: Atlus, P Studio
Publicadora: SEGA
Ano: 2023
Persona 5 Tactica - A Táctica de Conquistar os Nossos Corações Persona 5 Tactica - A Táctica de Conquistar os Nossos Corações Reviewed by Carlos Silva on janeiro 09, 2024 Rating: 5

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