Análise | Song of Nunu: A League of Legends Story - Dois Melhores Amigos numa Aventura Gelada!


A Riot Games forjou mais um derivado do seu gigante sucesso que é League of Legends. Para quem não sabe, Riot Forge é uma distribuidora ramificada da Riot Games, que procura trabalhar com outros estúdios dando o universo de League of Legends (LOL) a conhecer. Expandindo e proporcionando experiências mais focadas em determinados personagens ou determinadas nações de Runeterra (o mundo fictício onde grande parte da lore de LoL se desenrola), poderemos conhecer melhor a sua história e perceber os seus desenvolvimentos.

Desenvolvido pela Tequila Works temos agora, a juntar ao já vasto leque de jogos com o nome de League of Legends, uma experiência single-player focada em Nunu & Willump: Song of Nunu: A League of Legends Story.

Este título procura aprofundar o conhecimento que temos sobre Nunu, sempre acompanhado do seu fiel amigo Willump e que juntos formam um personagem jogável no LoL. Será que Song of Nunu o faz de forma correta?



Esta narrativa conta a história de um pequeno miúdo de nome Nunu, separado desde cedo da sua mãe e tribo Notai. De igual forma seguimos também o seu fiel companheiro e amigo Willump, um yeti das regiões gélidas de Freljord, onde passamos a totalidade do tempo de jogo  (revelando-se este o principal bioma).

Logo à partida e ao longo de toda a jornada, reparamos que a ligação entre Nunu e Willump é muito forte. Uma relação bastante dinâmica entre ambos (revelando um desempenho notável do trabalho de equipa produtora), é conseguida através de uma recorrente brincadeira e constante diálogo entre ambos. Ainda que o jogador não entenda nada do que o yeti possa dizer, o pequeno Notai faz um excelente trabalho ao responder dando a ideia do que Willump poderá ter dito. Esta decisão, na quantidade de falas e interações, faz com que toda a experiência e potencial associação do jogador às  personagens seja muito mais envolvente. De igual forma, evita também aqueles “silêncios constrangedores” a que estamos habituados em alguns jogos de aventura, quando estamos simplesmente a explorar. Há ainda interações engraçadas com o ambiente, que acrescentam mais profundidade a este título. A título de exemplo poderíamos mencionar a construção de bonecos de neve por parte de Willump (mostrando uma veia de artista), ou até mesmo a degustação de frutos selvagens por parte de Nunu (que ainda se encontra a aprender sobre o mundo).

O que torna a sua amizade ainda mais divertida, para quem assiste de fora, é a competição saudável entre os dois: Lutas de bolas de neve! Temos a oportunidade de participar em algumas ao longo da jornada, em momentos de descontração. Mas quem poderá estar a ganhar?



E por falar em competição, aproveito agora para falar sobre o combate.

Um sistema de combate bastante simples. Uma espécie de jogo do "toca e foge", com as habituais mecânicas de um jogo de aventura e um sistema de combate mais leve. Tudo muito standard e sem grande curva de aprendizagem, o que poderá ser algo decepcionante para alguns tal como foi para mim. O que acaba por ser uma pena, quando pensamos no complexo e desafiante sistema de combate de League of Legends.

Também seria de esperar vermos Nunu & Willump executarem alguns dos seus já conhecidos ataques, ou que fossem aprendendo algo novo com o desenvolver do jogo, mas… não é até ser tarde demais, que isso infelizmente acontece.

A juntar à pouquíssima variedade de combinações em combate que podemos fazer, temos uma ainda menor variedade de inimigos (contam-se pelos dedos de uma mão), e todos eles sem oferecer grande resistência ou desafio.



É fácil de perceber assim que, o foco principal de Song of Nunu passa pela resolução de quebra-cabeças e pelos segmentos de plataformas.

Este último foco, à semelhança do sistema de combate, também não traz nada de novo nem de inovador. Temos o já universal input para saltar entre plataformas, podemos escalar paredes específicas à atividade e temos ainda alguns elementos como plantas explosivas, contra as quais podemos atirar bolas de neve para que explodam e nos abram caminho para avançar.

Já os quebra-cabeças são capazes de ser o melhor que este jogo tem para oferecer. A dificuldade de cada um vai variando, mas nunca chegam a ser difíceis a ponto de se tornarem frustrantes. Principalmente os quebra-cabeças em que Nunu tem que usar a sua flauta SvellSongur, são muito divertidos! O jogador tem que clicar nos inputs corretos para tocar as notas que são pedidas para que algo aconteça ou reaja à melodia que dali resulta.

Uma mecânica/curiosidade que está, em parte, ligada com estes segmentos é o facto de o pequeno Notai - sendo o principal personagem utilizado - está constantemente a subir e a descer das cavalitas do seu yeti favorito, automaticamente, sempre que é necessário. Um pormenor com uma excelente execução e animação.




Para quem está familiarizado com parte da lore deste extenso universo, verão algumas caras conhecidas e reconhecerão o nome de outras tantas.

O único exemplo que vos posso dar é Braum, o guardião de Freljord, que se apresenta bastante cedo no jogo e vai tendo alguma relevância, servindo como guia para a nossa dupla com o seu otimismo e boa disposição! Um personagem muito bem caracterizado e facilmente adorado por todos.




Song of Nunu: A League of Legends Story é um jogo bastante curto, o qual demoramos apenas cerca de 8 horas para o completar, sem grandes pressas e ainda conseguindo completar o conteúdo secundário (sem spoilers… colecionáveis) na sua totalidade. Acabamos por ficar com aquela sensação na boca de que “sabe a pouco”, pelo menos, foi o que aconteceu comigo.

Encontrei ainda alguns problemas: Numa cutscene tinha o Nunu em T-pose, que resultou em Willump a interagir e abraçar “o ar”; Noutra situação tive uma dessincronização entre voice-acting e movimento da boca dos personagens presentes em cena; Tive ainda dois crashes em diferentes cutscenes mais para o final do jogo.

Nada de muito grave ou que influenciasse negativamente a globalidade da experiência. Principalmente, nada que me impedisse de me divertir! 




Este título foi jogado em PC, e posso adiantar que não é de todo exigente a nível de performance.

Num computador com 32Gb de RAM, um processador i7-9700K e uma gráfica RTX 2070, uma resolução de 1440p e o nível de grafismo em Muito Alto em todos os parâmetros, consegui sempre manter uma taxa de fotogramas acima dos 125fps.




Conclusão

Song of Nunu: A League of Legends Story tem como objetivo proporcionar uma experiência mais descontraída ao seu público alvo. Público esse que acredito ser bastante mais jovem, considerando a dificuldade e a simplicidade do jogo, assim como toda a complexidade da narrativa.

No entanto, não destoa daquilo que é uma boa aventura com momentos de aprendizagem, de descontração ou alguns mais intensos.

Um jogo que, para os amantes de League of Legends e de todo o seu universo, trará novo conhecimento sobre a lore de Nunu & Willump e de Freljord.



O Melhor

  • Dinâmica entre Nunu e Willump;
  • Execução dos quebra-cabeças;
  • Caracterização de personagens.


O Pior

  • Sistema de combate algo aborrecido;
  • Muito pouca variedade de inimigos.


Pontuação do GameForces: 6.5/10


Título: Song of Nunu: A League of Legends Story
Desenvolvedora: Tequila Works
Publicadora: Riot Forge
Ano: 2023


Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Steam, através de um código gentilmente cedido pela Riot Games.

Autor da Análise: Ricardo Neves


Análise | Song of Nunu: A League of Legends Story - Dois Melhores Amigos numa Aventura Gelada! Análise | Song of Nunu: A League of Legends Story - Dois Melhores Amigos numa Aventura Gelada! Reviewed by Ricardo Neves on outubro 30, 2023 Rating: 5

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