[Análise] Trine 4: The Nightmare Prince [PS4]




Passava o ano de 1992 quando The Lost Vikings foi lançado sobre a arquitectura preconizada por Ron Millar. O jogo apostava num conceito de puzzle solving, misturado com plataformas e um modelo cooperativo com diversificadas personagens. Apesar do moderado sucesso obtido na altura, só recentemente tivemos a oportunidade de testar uma experiência idêntica nas consolas actuais.

A saga Trine segue a mesma premissa generalizada por The Lost Vikings, mas expandindo-a à jogabilidade, grafismo e conectividade dos dias de hoje.  Resumindo, seguimos as aventuras de 3 aventureiros, cada um com habilidades específicas que permitirão ultrapassar os diferentes puzzles que vamos sendo submetidos. O jogo decorre numa perspectiva 2,5D, onde percorremos sala após sala (puzzle após puzzle), com alguns combates pelo meio e um boss no final de cada nível.



A beleza deste jogo passa pela forma de como abordamos os desafios. No início é frequentemente exequível ultrapassar cada puzzle utilizando somente um dos heróis, mas com o aumentar da complexidade dos desafios que nos são impostos, rapidamente teremos de combinar as habilidades das várias personagens para conseguir ultrapassar cada nível.
Efectivamente existem alguns puzzles que torna-se difícil a sua racionalização, mas eventualmente existe um sistema de ajuda que ao fim de alguns minutos preso no mesmo ecrã apresenta algumas dicas (por exemplo, quais as habilidades a usar) para podermos prosseguir com a aventura.

O enredo segue as aventuras de três heróis, um mago (Amadeus), um cavaleiro (Pontius) e uma ladra (Zoya), cada um com origens, habilidades e personalidades bem distintas. Amadeus é um característico e descontraído mago, com a possibilidade de levitar objectos ou conjura-los para providenciar plataformas de apoio ou activar botões. Pontius é de longe o mais forte e honrado dos três com a possibilidade de atacar com a espada, reflectir objectos com o escudo ou deslocar-se rapidamente pelos cenários. Por fim temos Zoya, uma irónica ladra que apesar de um grande desejo por bens materiais tem um coração mole pelos mais desfavorecidos. As suas habilidades passam pelo arco e flecha, que poderá utilizar para diversos efeitos, desde activar botões, utilizar para congelar ou queimar itens no jogo ou criar pontes entre dois objectos.


A aventura começa quando o grupo é convocado pelo concelho de magos para perseguir um príncipe que fugiu do seu castelo, após uma série de eventos que permitiu que os pesadelos fossem libertados no mundo. Grande parte da aventura decorre connosco a perseguir o príncipe e enfrentar os diversos pesadelos que o atormentam (e a nós!), sempre num tom bastante cómico.

Durante a aventura somos presenteados com cenários verdadeiramente belos, muito á semelhança do que a série nos habituou e com um story telling bastante adequado ao ambiente do título. Efectivamente a beleza gráfica associada aos cenários é uma componente constante e que se tornou uma assinatura desta série.
Também a banda sonora é competente, sólida e adequada, ainda que não se torne verdadeiramente memorável, mas cumpre plenamente a sua função.



Em termos de jogabilidade, com tantas possibilidades de controlo o trabalho desenvolvido pela produtora está bastante competente e rapidamente é possível assimilar as mecânicas de funcionamento do jogo. As personagens não mudam drasticamente durante o percurso da aventura, mas algumas habilidades adicionais vão sendo introduzidas ao longo da história, o que permite manter  o interesse do jogador ao longo da jornada.

Uma boa revisão notada neste título, face aos anteriores, foi na reformulação das habilidades dos personagens no sentido de poderem ser utilizadas em combate. Efectivamente torna-se ocasional a necessidade de combater com os pesadelos do príncipe, sendo que no início do jogo somente podemos contar com Pontius como a única alernativa mais intuitiva para derrotar os adversários. Mas a possibilidade de desbloquear novas habilidades que tornam os outros personagens em também capazes lutadores é uma boa revisão no sistema de combate de Trine. Quer Zoya, quer Amadeus, terão habilidades que permitem uma maior resposta em termos de combate com por exemplo diferentes flechas ou arremessar blocos conjurados.



No que toca à dificuldade, por conhecer a série, não podemos considerar tratar-se de um jogo particularmente difícil ou com quebra-cabeças complexos. Efectivamente se há algo que possamos apontar neste jogo é o elevado nível de “Hand Holding” durante toda a experiência.

Por fim deixamos uma menção à componente multiplayer, que é onde verdadeiramente este título brilha. Enquanto seja possível passar o jogo em modo singleplayer, existe a possibilidade de jogar com outro jogador no conforta da nossa casa ou via online. Ainda é possível jogar um modo competitivo online que ajuda a promover a longevidade do título. Nestas vertentes o factor diversão é amplamente expandido e permite boas horas de diversão a descobrir formas alternativas de passar os puzzles que já anteriormente conhecemos.




Resumo
Jogos cooperativos de plataformas são um dos subgénero com óptimas premissas que permitem a jogadores de diversas idades e gostos juntarem-se para poder aproveitar uma experiência em comum.
Trine 4 faz parte de uma série com raízes fortes no que toca à sua jogabilidade e enquanto não procure revoluciona-la, denota-se uma clara evolução sobre títulos anteriores. Quem conhece os títulos anteriores já poderá ter uma boa ideia do que contar.
Definitivamente é um título para quem gosta do género, ainda que denotando alguma simplicidade nos quebra-cabeças, não é um factor significativo no global da experiência e o setting, caracterização das personagens e grafismo são óptimos pontos para prender o jogador durante a sua jornada.




O Melhor:
  • Ambiente geral do título remetente a um mundo mágico e bem caracterizado.
  • Boa implementação dos controlos e evolução das personagens.
  • Grafismo belo a acompanhar uma aventura mágica.


O Pior:
  • A facilidade da generalidade dos puzzles.




Pontuação do GameForces – 8,0/10



Título: Trine 4: The Nightmare Prince
Desenvolvedora: Frozenbyte
Publicadora: Modus Games
Ano: 2019

Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Playstation 4, através de um código gentilmente cedido pela Modus Games.

Autor da Análise: Carlos Silva



[Análise] Trine 4: The Nightmare Prince [PS4] [Análise] Trine 4: The Nightmare Prince [PS4] Reviewed by Carlos Silva on março 23, 2020 Rating: 5

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