Miasma Chronicles é nos trazido pela mão de The Bearded Ladies, a equipa que também nos premiou com Mutant Year Zero: Road to Eden. E se menciono já na introdução este título é por dois motivos: primeiro é um excelente jogo e segundo, pelas similaridades que existem entre eles. Esta equipa de desenvolvedores executaram uma fórmula bem conseguida dentro do género de role playing games por turnos e criaram jogos robustos e interessantes. Mas falemos de Miasma Chronicles em particular.
Esta narrativa passa-se num futuro onde o planeta é dizimado por um fenómeno designado Miasma que destrói tudo por onde passa deixando o mundo num momento apocalíptico onde, aliado ao capitalismo habitual dos humanos, vemos agora a humanidade praticamente à beira da extinção. Cabe ao nosso herói Elvis, junto com o seu "irmão" robot Diggs e mais uns poucos companheiros que se vão juntando à equipa, salvar o mundo desta peste que o desola. No desenrolar do jogo, este enredo tornar-se-á complexo o suficiente, não sendo propriamente algo de fenomenal, mas deixa o jogador mergulhar na história cativando-nos. A caracterização das personagens está bem conseguida, com vários momentos hilariantes, muito por culpa do robot Diggs. Infelizmente os NPC pouco mais acrescentam à narrativa, sendo simplesmente usados para um aumento do lore deste universo, numa clara oportunidade falhada de darem alguma profundidade ao jogo e os seus enigmas.
Para salvar então o mundo, Elvis têm á sua disposição uma luva especial como peça central, com a capacidade de curar os efeitos de Miasma e receber poderes. Este são usados durante os combates, a grande mais valia de Miasma Chronicles e que a equipa de The Bearded Ladies tão bem reproduz.
Para os fãs de rpg's de estratégia ou táticos, a jogabilidade remonta ao estilo de X-Com, onde antes de cada batalha estamos escondidos para podermos assim preparar uma emboscada aos nossos inimigos. Aqui temos a hipótese de andar pelo mapa e perceber o padrão de movimentos dos esquadrões inimigos. dando mesmo a possibilidade de eliminar alvos que estejam fora do campo de visão de outros. Nesta fase, a componente mais estratega vem ao de cima, pois temos que ter em consideração diversos aspectos, como por exemplo se o poder das nossas armas silenciosas são o suficiente para eliminar num turno ou separar inimigos através do uso de itens para assim mais facilmente ultrapassarmos essa fase.
Quando entramos em combates temos ao dispor 2 pontos de acção por personagem, onde temos opção como disparar, usar itens, mover-nos pelo mapa, usar habilidades ou poderes. Aqui novamente apesar de não ser demasiado complexo temos que escolher cuidadosamente o que queremos fazer, pois apesar de Miasma Chronicles ter várias opção de dificuldade, mesmo a mais fácil não permite abordar o jogo em modo "Rambo". Temos sempre que escolher posicionar-nos por trás de protecções. Isto porque protecções completas dão uma hipótese de acertar o alvo em 20% e as incompletas 50%. Nesta situação acabamos sempre por procurar um angulo por detrás do inimigo para assim termos 100% de probabilidades de atingir.
A variedade de inimigos, tipos de armas, poderes e habilidades trás novamente várias opções no plano táctico, algo bastante positivo em Miasma Chronicles. Aliado este aspecto a todos os elementos ligados ao género (como o aumento de nível através de experiência e distribuição de skill points), acredito que permitirá saciar a sede aos fãs mas que não assustará os "novatos", podendo mesmo tornar-se a ponte para títulos mais complexos como por exemplo X-Com ou Phoenix Point.
E por falar nos títulos anteriores, neste género de jogos cabe-me salientar que por norma estão associados a uma jogabilidade que é mais prazerosa e intuitiva através de um computador, ou seja, com um teclado e rato. Mas, posso aqui eliminar esse preconceito. Miasma Chronicles está perfeitamente adaptado a um comando. Exemplificando, com o R1 rapidamente trocamos a seleção da personagem bem como do inimigo a acertar. Andar pelo mapa durante a parte da navegação é facilmente exequível com o analógico, bem como a seleção do quadrado que queremos ir durante as fases de combate. O uso de poderes e habilidades também, pois basta carregar numa tecla para alterar até à que queremos usar.
Tantos nos momentos de combate ou fora deles todos os cenários são dados à exploração, principalmente pelos detalhes visuais implementados. Visualizar um futuro mundo apocalíptico através de Miasma Chronicles é bastante apelativo, principalmente numa fase mais avançada do jogo. Teremos a possibilidade de explorar aeroportos e hospitais, tudo bem detalhado e rico em pormenores. Se tivéssemos de indicar uma oportunidade de melhoria no quesito audio-visual, seria não apresentar uma sonoplastia do mesmo nível, que não sendo ruim, também não amplia propriamente a experiência.
Em termos técnicos, este título traz-nos as habituais opções Performance / Qualidade, onde na primeira o jogo corre a 60 FPS (senti uma ou outra quebra em momentos aleatórios, nada que deixou memória) e onde a opção de Qualidade baixa para metade dos fotogramas por segundo. Recorrentemente, não só neste título, mas noutros que tenham esta opção na PlayStation 5, opto sempre pelo modo Performance pois continuo a não ver melhoramentos visuais significativos que compense a descida de FPS.
Conclusões
O Melhor:
- Vários elementos estratégicos, inerentes ao estilo, bem conseguidos
- Variedade de inimigos e armas e cenários saudável
- Cenários visuais e caracterização das personagens interessantes
- Efeitos sonoros medianos
- Pouco uso do mundo / Npc's para envolver no enredo
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