[Análise] Bravely Default II [NSW]



O anúncio de Bravely Default II caiu do céu sem ninguém estar à espera! Depois de Bravely Second End Layer ter encerrado a historia do original na 3DS em 2015 e a última entrada no mobile não ter apresentado o sucesso ou reconhecimento esperado, muitos eram aqueles que tinham esquecido esta franquia da Square Enix. O seu regresso é uma excelente notícia, pois é definitivamente um título que que demonstra que o género JRPG por turnos ainda está vivo e recomenda-se.

Começando talvez pelo próprio nome do jogo, Bravely Default II enquanto JRPG tradicional não se resume apenas a uma ideologia básica por turnos, pois conta com um sistema bastante único apenas visto nesta série, denominado de “Brave and Default". Este sistema é bastante simples: “Brave” permite jogar até 4 turnos seguidos, num total de dezasseis contando cada uma das quatro personagens; “Default” por seu lado funciona como defesa e acumulador de turnos (Braves). Exemplificando, se optamos por realizar logo quatro ações de uma só vez no inicio de um combate, ficamos bastante vulneráveis pois ficaremos as próximas três rondas sem poder fazer nada. Este sistema permite, portanto, providenciar uma componente estratégica mais profunda ao género, onde tudo tem de ser bem calculado. O mesmo ocorre com os adversários, pois usufruem do mesmo sistema, o que por vezes é inglório quando um inimigo começa o combate a atacar logo quatro vezes seguidas. Esta ideologia é bastante refrescante no género pois dá oportunidade de fazer várias combinações e optar por estratégias diferentes com os quatro personagens.

O jogo conta ainda com três dificuldades diferentes e requer algum grind típico dos JRPGS. Felizmente os encontros com os inimigos não são aleatórios, dando liberdade de escolher com quem combater. Também a disponibilização de ferramentas bastante úteis, como a opção de acelerar o jogo a uma velocidade até 4x ou de repetir automaticamente a ultima ação dos personagens, permite melhorar a forma de como desfrutamos esta experiência.



Como complemento temos também o sistema de Jobs ou Asterisk, introduzido no antecessor espiritual da série: Final Fantasy 4 Heroes of Light. Durante a aventura recolhemos pedras misteriosas, que dão aos personagens oportunidade de adoptarem diferentes profissões ou classes. Cada uma tem habilidades e características exclusivas, como o cantor que ajuda a dar mais poder aos ataques dos personagens ou o bruxo que é especialista em ataques mágicos. Adicionalmente, as personagens podem equipar diversos itens como armas, armaduras ou objectos para aumentar diferentes atributos. Nesta vertente, contamos com uma pequena novidade em relação aos anteriores, pois agora o peso do equipamento é contabilizado, dando assim mais uma camada de estratégia.

Estes Asterisks fazem também parte da história do jogo, que não sendo propriamente má, revela-se um pouco básica e cliché denotando-se como possivelmente o ponto pior no global da experiência. Em termos de resumo: os quatro personagens encontram-se quase que aleatoriamente e juntos partem numa aventura por diferentes reinos para recuperar quatro cristais roubados. Eventualmente lutarão contra um reino maléfico que quer conquistar o mundo. Pelo caminho desenvolvem-se amizades e relações através de diálogos entre os personagens ou com quests que aparecem nas cidades.



Em contra partida, os visuais quase artísticos do jogo são lindos e uma maravilha para os olhos,  encaixando perfeitamente no aspecto chibi dos personagens. Juntamente com uma banda sonora de excelência, deixam-nos sempre com vontade de conhecer a próxima cidade! São definitivamente factores que perdurarão na memória de qualquer jogador!

Para além de toda a aventura principal o jogo incluí ainda duas actividades extra. A primeira é um modo exploração, no qual o nosso protagonista embarca numa exploração naval fictícia que pode ir até 12 horas em tempo real. Após terminada, recebemos um relatório e vários tesouros encontrados nessa exploração. Estes mesmos tesouros, caso tenhamos as funcionalidades em rede ativadas, serão sempre mais valiosos (traduzindo-se como a única funcionalidade online do jogo).

A segunda actividade é um excelente mini jogo de cartas chamado “Bind & Divide”. Cada jogador tem seis cartas e tem de conquistar o maior número de quadrados/territórios num tabuleiro estilo mapa. Cada carta pode ocupar um ou mais quadrados  contando ainda com diversas habilidades que podem acrescentar ainda mais quadrados, roubar ou apagar os dos adversários. Estes adversários encontram-se espalhados pelas cidades, onde ao longo da história vão-se mostrando disponíveis para jogar. Após vencidos, ganhamos pontos que podem ser usados para lhes comprar cartas e assim melhorar os nossos baralhos.

No que toca a edições especiais foi uma desilusão tremenda para os coleccionadores, já que o original e o End Layer tiveram direito a edições especiais lindíssimas que incluíam uma figura, livro de arte e uma banda sonora. Neste ficamos apenas por uma edição básica sem conteúdo adicional relevante.





Conclusão

Bravely Default II aprendeu com os erros dos títulos anteriores da série na 3DS, oferecendo uma experiência mais rica e tradicional que aquela dos seus antecessores. Isto de certa forma acaba por também ser o seu calcanhar de Aquiles, visto que tanto a sua jogabilidade como a sua narrativa pouco inovam, face àquilo que tantos outros jogos do género já nos habituaram. Ainda assim, Bravely Default II é sem margem de dúvida uma competente adição à crescente sólida colecção de JRPG’s da Nintendo Switch, que não deverá passar ao lado de amantes deste género.


O melhor:
  • Banda sonora;
  • Sistema de jobs;
  • Direcção artistica;
  • Jogabilidade única Brave&Default;
  • Mini jogo de cartas.

O pior:
  • História banal e clichê;
  • Jogabilidade pouco inovadora face ao original.



Pontuação do GameForces – 8.0/10



Título: Bravely Default II
Desenvolvedora: Claytechworks Co. Ltd.
Publicadora: Nintendo
Ano: 2021



Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Nintendo Switch, através de um código gentilmente cedido pela Nintendo Portugal.





Artigo Por: Sérgio Dias
[Análise] Bravely Default II [NSW] [Análise] Bravely Default II [NSW] Reviewed by Carlos Silva on março 18, 2021 Rating: 5

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