[Análise] Dragon Ball Z: Kakarot [PS4]


Se pudéssemos caracterizar Dragon Ball Z: Kakarot numa só frase seria: Uma fiel viagem ao passado pelo anime criado por Akira Toriyama. Este novo jogo da franquia, desenvolvido pela CyberConnect2 e publicado pela Bandai Namco Entertainment, pretende ser considerado como o RPG mais fidedigno da série até à data, que desde cedo levantou intenso interesse e elevadas expectativas. Mas será que cumpre com o esperado?


A resposta passa num primeiro instante por estarmos perante uma fiel representação da história original, onde acompanhamos as aventuras e peripécias de Goku e seus amigos, replicando fielmente a saga Z e passando pelos momentos mais icónicos resultantes dos combates com todos os vilões que atormentam o planeta terra.


O jogo aborda toda a saga de Dragon Ball Z, desde a invasão de Raditz até ao desesperado recurso a todos os seres vivos para conseguir derrotar Majin Buu. Pelo meio seremos presenteados com arcos de história icónicos, tais como a chegada dos Saiyans ao planeta Terra onde lutamos com Vegeta pela primeira vez, o arrepiante momento em que nos transformamos em Super Saiyan pela primeira vez na luta contra o Frieza, até à raiva libertada por Gohan na lutra contra o Cell. Neste título a Main Story inclui uma vocalização completa em Inglês e Japones, contando com o bónus adicional de serem os atores originais da série a fazê-lo.


As características base de qualquer RPG estão presentes. Todas as personagens têm níveis que podem ser aprimorados, habilidades que podem ser aprendidas com o tempo e mecânicas que possibilitam customizar a evolução de cada personagem.


Neste sentido, existe disponível um “Community Board”, cuja utilização no inicio não é de fácil assimilação e onde denotamos que poderia existir um melhor tutorial relativo à sua utilização. Principalmente porque com um efectivo domínio desta valência do jogo será possível ter uma preciosa ajuda extra durante a aventura. Resumidamente, o objectivo desta mecânica passa por coleccionar os emblemas de todas as personagens e colocá-los neste tabuleiro, conectando-as conforme as suas relações no anime. Exemplificando, Goku e Gohan têm uma ligação de pai e filho, o que faz com que se ganhe mais pontos (habilidades, experiencia, orbs, etc.) se eles estiverem lado a lado neste menu.


Ainda na óptica das mecânicas de RPG, existem actividades complementares tais como pescar ou caçar animais para mais tarde transformar em refeições que permitem melhorar as características da nossa personagem temporariamente.


Na componente referente às batalhas temos um título que muito se assemelha a Budokai Tenkaichi, com lutas frenéticas num cenário amplo e em que a nota predominante são combos com um único botão. Em conjunto podem ser utilizadas 4 habilidades customizadas conforme a personagem que estamos a usar, tais como Kamehameha, Galick Gun ou Spirit Bomb.


A vertente de exploração é caracterizada por um sistema de hubs onde podemos viajar entre os mesmos como se de um fast travel se tratasse. A melhor vertente desta característica passa pelo nível de detalhe que cada hub possui, onde nos podemos deparar com locais icónicos tais como a cápsula de treinos na casa da Bulma, passando por Namek e mesmo o planeta do King Kai.


Complementarmente a esta vertente de exploração não podia ficar de fora a possibilidade de procurar pelas bolas do Dragão. A capacidade de reunir todas as bolas permite-nos pedir um desejo dentro de um conjunto pré-determinado de hipóteses, como por exemplo: dinheiro, orbs, itens raros ou voltar a lutar com os vilões já derrotados na história.


No mapa do jogo existe a possibilidade de seguir a Main Story, mas também podemos optar por fazer missões secundárias que são fundamentadas primordialmente nos conceitos de encontrar itens, lutar contra inimigos ou conduzir em corridas bem divertidas e loucas pela cidade. Esta dinâmica possibilita estender significativamente a vida do jogo, sendo necessárias muitas horas para completar todos os segredos escondidos.


Em termos de grafismo o jogo está muito bem conseguido com a animação característica, reconhecida a nível mundial e muito similar às Mangas. Também a banda sonora nos deixa verdadeiramente rendidos com a qualidade da sua associação aos momentos da historia nos quais se enquadra e também porque funciona como uma viagem no tempo visto estarem incluídas as músicas mais reconhecidas da série.


Contudo, por toda a espectacularidade que este grafismo nos apresenta é frequente a queda da taxa de fotogramas em certos pontos do mapa, mas que no fundo não é suficiente para se tornar incomodativo ao ponto de manchar a experiência. Também as missões secundárias tendem a tornar-se repetitivas com o desenvolver da aventura.


Resumo:

Enquanto um RPG de uma franquia tão popular, conseguimos perceber que estamos perante um diamante em bruto que pode ser lapidado com o lançamento de futuros jogos com o mesmo estilo. Esperamos que em futuros lançamentos os produtores consigam entregar uma experiência deste nível, mas arriscar um pouco mais nas mecânicas e no enredo.

Os criadores souberam ir buscar o melhor da série e levar-nos numa viagem no tempo verdadeiramente nostálgica que proporcionará aos fãs sentarem-se novamente em frente do televisor a levantar as mãos para ajudar Goku com a Bola Genki.

A CyberConnect2 consegue assim elevar a fasquia e deixar-nos em êxtase por um novo episódio.

Por isso não percam o próximo episódio, porque nós também não o perderemos!!!

O Melhor:
  • Cutscenes a lembrar o anime;
  • História replicada fielmente da série;
  • Banda sonora incrível;
  • Nostalgia "It's Over 9000!".

O Pior:
  • Repetibilidade nas missões secundárias;
  • Algumas frame drops em zonas com muitos objectos em tela.

    Pontuação do GameForces – 9/10

    Título: Dragon Ball Z: Kakarot
    Desenvolvedora: CyberConnect2
    Publicadora: Bandai Namco
    Ano: 2020

    Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Playstation 4, através de um código gentilmente cedido pela Bandai Namco.

    Autor da Análise: Bruno Neves  

    [Análise] Dragon Ball Z: Kakarot [PS4] [Análise] Dragon Ball Z: Kakarot [PS4] Reviewed by Bruno Neves on fevereiro 22, 2020 Rating: 5

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