Análise | EA Sports UFC 5 - Gira o Disco e toca o mesmo



Após uns mil pais nossos e alguns avé marias, eis que surge um novo título inspirado no Ultimate Fighting Championship. Estamos a falar do 5.º título desta série da EA SPORTS e o primeiro a  marcar presença na nova geração de consolas. Óbvio, sendo eu um enorme fã desta modalidade que coloca dois lutadores a enfrentarem-se numa demonstração com inúmeras artes marciais presentes, fiquei completamente louco quando este foi anunciado.  Ainda mais considerando o facto das melhorias que a EA SPORTS tem demonstrado nos mais recentes títulos do FIFA e, este ano no novo EA SPORTS FC 24

Apesar de se tratar de um novo título, a fórmula do jogo continua a mesma dos anteriores. Os jogadores têm a possibilidade de experimentar diversos modos de combate locais, percorrer o longo e vasto modo de carreira e aventurar-se contra os prós no modo online. Para além desses verificou-se ainda um novo modo de jogo que irá ser explicado mais em frente.



Pela primeira vez, o UFC 5 (vamos chamar-lhe assim para não ficar cansativo repetir sempre aquele nome gigante) foi desenvolvido com o motor "Frostbite", o mesmo que tem vindo a ser apresentado nos mais recentes jogos da EA SPORTS. Esta foi uma clara aposta ganha, melhorando imenso o jogo em comparação aos lançamentos anteriores. Graças a este motor, foi possível vermos imensas melhorias na sua vertente visual, como texturas melhoradas, movimentos mais fluídos e danos mais realistas. Nos títulos anteriores os danos eram bastante superficiais, só se notavam algumas nódoas negras ou verificava-se algum sangue nos inimigos. Já neste mais recente título, os lutadores poderão ficar com danos visíveis e muito realistas. 

Para além disso e afim de complementar esse aspeto, foram implementadas as paragens médicas durante os eventos. Estas, ocorrem sempre que um dos lutadores sofre um corte ou lesão ao longo do combate, fazendo com que este não continue a comportar-se como usualmente. Quando sofremos demasiado dano num local em específico, usualmente na face, iremos sentir as consequências! Caso estejamos com um ferimento grave, vamos ser alertados pelo jogo e pelo médico na pausa entre cada ronda, ou até mesmo durante a luta. Caso essa zona continue a ser afectada o médico irá interromper e dar como terminada a luta. Vale salientar que estes danos afectam a performance dos lutadores, ou seja, por exemplo, um lutador que tenha uma ferida grave na vista, irá ter mais dificuldade em desviar-se ou defender os golpes inimigos.


Outro aspeto visual que foi implementado foram as câmeras slow motion. Sempre que um dos lutadores sofre um "Knockout", ou seja, é derrobado através de um golpe e fica inconsciênte no chão, o jogo irá apresentar um "replay" do golpe em diversos ângulos e em câmera lenta para se ver com pormenor o golpe e os aspetos gráficos do jogo. Nesta repetição conseguimos perceber o impacto que o golpe dá ao inimigo, desde as bochechas a mexerem-se até ao revirar dos olhos e a saliva a sair pela boca. Um grande problema neste aspeto é que grande parte das vezes o lutador que cai inconsciente assim que toca no chão torce-se todo e parece uma vítima de um exorcismo.

Por fim, este novo motor trouxe também uma enorme melhoria no combate, especialmente no combate de chão, que está mais fluído e rápido do que nunca. A primeira novidade é a substituição do já velhinho mini-jogo que todos nós estávamos acostumados, por... nada. Isso mesmo, nada! Ao contrário dos jogos anteriores, agora não é preciso nada mais, nada menos do que através do analógico esquerdo conseguir selecionar a submissão e caso o inimigo esteja fatigado ou já com algum dano significativo nessa zona, o mesmo irá submeter. Outra novidade é também durante o conhecido "jogo de chão" e consiste nas transições entre posições que estão rápidas e muito realistas. 
 

Uma surpresa que tive, foi quando decidi verificar o elenco de personagens do jogo. Mal pude acreditar quando vi o quão realistas estão os lutadores presentes no jogo. Contudo e por outro lado, verifiquei também que muitos ainda estavam desatualizados! Sabem quem está desatualizado? O CONOR MCGREGOR! Sim! Um dos lutadores ou o lutador com maior influência na MMA atualmente! Fora isso reparei também na ausência de inúmeros lutadores. Ok, eu sei que a UFC tem no seu catálogo mais de 578 lutadores e que obviamente, é quase impossível inserir esta quantidade absurda de personagens no elenco, mas tive pena quando fui procurar por exemplo o nosso português André Fialho e o mesmo não constava no elenco. No total o jogo conta com 229 lutadores, nos quais desses, muitos são lutadores que ou já não lutam, ou nunca lutaram MMA ou são repetidos (existem lutadores que se encontram presentes em duas divisões distintas).

Quanto aos modos de jogo, o mesmo apresenta os já velhinhos Stand and Bang e Knockout e, pela primeira vez, o modo simulation que consiste num modo super realista, com uma dificuldade elevada e no qual não nos é possível ver nenhuma "hub".



Passando então para o modo carreira que, de uma forma geral, está idêntico ao apresentado no título anterior. Basicamente criamos a nossa personagem e começamos o nosso percurso pelas companhias independentes até chegarmos à UFC. Este modo inicia-se sempre com a escolha do adversário (esta nunca feita por nós obviamente), sendo necessário de seguida escolher quantas semanas precisamos para nos prepararmos para a luta e pronto. WE ARE READY TO FIGHT! Em cada semana temos direito a 100 pontos de tempo, para gastar em cada atividade que desempenhamos. Desde a propaganda à luta (para a mesma ficar com mais audiência e nós com mais fãs), até mesmo os treinos que conseguimos fazer com a nossa equipa ou com um outro lutador (que nos ensinará um golpe dele), são diversas a possibilidades.

Este modo apresenta ainda uma vertente mais focada no RPG, no qual podemos fazer melhorias na performance do nosso lutador tanto em termos de durabilidade contra golpes, como em relação a velocidade ou dano que causamos aos inimigos.



Por fim e para terminar os modos de jogo, o UFC 5 oferece um modo de jogo, intitulado de "Fight Week" no qual nos é possível participar em lutas que irão decorrer ou já decorreram em eventos televisivos da UFC. Cada luta tem um nível de dificuldade diferente e a nossa vitória irá nos oferecer unidades monetárias que poderão ser utilizadas para comprar "alter egos" para algumas personagens ou alguma personalização para as nossas personagens criadas. Este funciona da mesma forma que os season passes nos jogos competitivos.

Quanto ao desempenho do jogo, este funciona sem qualquer problema que prejudique a gameplay, contudo verifiquei diversos bugs de câmera, no qual a mesma efetua uma volta de 360º sem qualquer razão aparente. A hitbox dos lutadores também tem alguns problemas. Muitas vezes era vítima de golpes que nem tocavam no meu lutador, contudo, é uma situação rara. Outro bug que verifiquei foi durante as entradas dos lutadores. Numa luta em que a minha personagem era brasileira durante a entrada verifiquei que o meu lutador ia com o Hasbulla, que para quem não sabe, é da equipa dos lutadores russos. Ou seja, não era suposto estar ali a andar comigo. 

Outro aspeto que me desiludiu bastante está presente também nas entradas. Ao contrário do que acontecia nos jogos anteriores, as entradas e animações dos anúncios dos lutadores foi encurtada, o que apesar de ser mais rápido, retira um bocado do "hype" que sentimos ao lutar. Por outro lado, reparei que as animações tanto dos lutadores durante as entradas para o octógono, como do apresentador foram totalmente refeitas e estão bastante realistas. Quero acreditar que este corte na apresentação dos lutadores seja somente um bug, caso contrário, fico extremamente desiludido com a EA SPORTS. 



Para terminar, gostaria de referir também outros dois problemas que verifiquei no jogo que me deixaram completamente estupefacto. O primeiro é como é que em pleno 2023 e já com tantos jogos anteriores a este, a EA SPORTS ainda não tenha obtido os direitos para utilizar as músicas originais dos lutadores. Apesar das músicas utilizadas serem bastante semelhantes, a sensação que senti quanto fã, não é a mesma que seria se fosse a original. Em segundo lugar, não percebo como é possível enganarem-se no país de origem de um lutador, por exemplo o Khamzat Chimaev que apesar de ser russo, nunca teve essa nacionalidade nos eventos da UFC (ele durante os eventos sempre teve como origem a suécia e mais recentemente mudou a sua nacionalidade para os Emirados Àrabes Unidos).


Conclusão

Apesar de não ser perfeito, EA SPORTS UFC 5 é talvez o melhor jogo de combate MMA até à data. As novas adições no combate, os inúmeros modos de combate e o modo de carreira, que apesar de igual ao anterior, não piorou, faz com que este se mantenha na liderança. Fica por melhorar apenas algumas questões técnicas mínimas e o número de lutadores presentes em jogo que provavelmente vão ser adicionados ao longo da vida deste título.


O melhor:

  • Paragens médicas;
  • Lesões físicas realistas e que influênciam o combate;
  • Novas animações;
  • Novas mecânicas de submissão.


O pior:

  • A ausência de alguns lutadores que na minha opinião seriam interessantes para utilizar;
  • Bugs reparáveis;
  • Erros nas nacionalidades dos lutadores e outras coisas minimas;
  • Modo carreira igual ao título anterior.


Pontuação do GameForces - 8.0/10





Título: EA Sports UFC 5
Desenvolvedora: EA Vancouver
Publicadora: EA Sports
Ano: 2023



Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a PlayStation 5, através de um código gentilmente cedido pela (...)

Autor da Análise: Carlos Cabrita

Análise | EA Sports UFC 5 - Gira o Disco e toca o mesmo Análise | EA Sports UFC 5 - Gira o Disco e toca o mesmo Reviewed by Carlos Cabrita on novembro 28, 2023 Rating: 5

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