Análise | Mortal Kombat 1 - Uma nova excelente era



Sangue, decapitações, órgãos e FATALITY, são estas as palavras que descrevem esta que é uma das mais conhecidas franquias de videojogos de sempre. Para quem não está a par da história do jogo deve se estar a perguntar "Então mas se este é o título mais recente, porque razão está intitulado como o primeiro?" Bem, é sobre isso que vou iniciar esta nossa análise.

Uma nova era

Após os acontecimentos do jogo anterior, Liu Kang, o novo deus do fogo e responsável pelo tempo, afim de fazer um mundo sem morte ou violência, criou uma nova linha temporal sem maldade ou confrontos entre os diferentes reinos. Graças a isso, a história deste jogo começa por ser bastante semelhante à do primeiro título, ou seja, o novo deus e responsável pelo Earthrealm (que é o reino do planeta terra) procura quem o irá representar num combate “mortal” contra o Outworld, um reino repleto de criaturas com poderes mágicos e com uma ambiente bastante medieval. Contudo, ao contrário do primeiro título, ambos os representantes não vão lutar até à morte, mas sim apenas demonstrar as suas capacidades através de diversas lutas. Porém, alguém decide arruinar os planos traçados por Liu Kang e manipula uma velha e bastante conhecida personagem. 


Para além disso, as personagens presentes deste jogo, apesar de serem já conhecidas nos jogos anteriores, todas elas foram completamente alteradas em termos físicos e de personalidade, algo devido à criação do novo universo. Se foi uma boa jogada da NetherRealm? FOI! Esta estratégia adotada para além de introduzir milhares de caminhos novos que a história pode rumar, permite também que toda a gente disfrute deste título mesmo que nunca tenha jogado outro. A história de Mortal Kombat 1 é talvez uma das melhores dos últimos títulos, repleta de momentos marcantes, outros bastante engraçados engraçados, plot twists, drama e acima de tudo bastante bem explicada para quem não jogou a nenhum dos jogos anteriores. Fora isso existem também inúmeros momentos que fazem referência a filmes e até a outros jogos da série, mais especificamente dos clássicos da Playstation 2.

A Implementação dos Kameos

O combate foi uma das grande revelações e inovações com a implementação dos Kameos, uma personagem que serve como suporte. Todos as personagens Kameo têm ataques que podem ser ativados de forma bastante fácil e apelativa e, melhor de tudo, estas também contém fatalities e brutalities! A utilização dos Kameos ajuda bastante aos jogadores a efetuar combos e/ou até mesmo a efetuar “combobreaker” em caso de necessidade. Contudo, a utilização do mesmo é limitada, pois a sua utilização está associada a uma barra de utilização que somente fica activa quando preenchida na sua metade ou totalidade. Falando em fatalities,  estas estão bastante bem trabalhadas e sangrentas, o que em conjunto com o enorme poder das consolas da nova geração causa um impacto único.


Quanto ao elenco de personagens, este é um pouco limitado, com apenas 23 personagens jogáveis (sendo uma delas dlc de pré venda) e 15 personagens kameo. Felizmente, a produtora teve o excelente discernimento de  incluir diversas skins personalizadas, que podem ser adquiridas à medida que vamos progredindo no modo história ou utilizamos a personagem em questão. Ainda assim,  é possível verificar que algumas personagens já anunciadas como DLC, encontram-se presentes no modo história. Não somente estão presentes os seus modelos, como os movimentos, combos, ataques especiais e contando com uma presença bastante impactante no desenrolar da história. Isto deixa nos a questionar a razão pela qual não foram incluídos de origem no jogo... 

Outro aspecto a salientar é a escolha de personagens disponíveis para utilização. Acreditamos ser bastante positivo o facto de grande parte das novas personagens serem clássicos também da Playstation 2 (da era do 3D). Em particular referenciamos Havik, Reiko Ashrah, Nitara, Darrius e Sareena, que já não apareciam num jogo da série há mais de 16 anos! 

Foram implementados dois sistemas de RPG no qual um deles representa o nosso nível como utilizador e o outro é o nível de cada personagem. Sempre que evoluímos de nível como utilizador adquirimos imagens para a nossa carta de jogador (utilizada nas partidas on-line) e personagens kameo. Já a evolução do nível dos lutadores permite-nos adquirir skins para a personagem em questão. 


Modo Invasions

Um novo modo disponível neste jogo foi o modo Invasions, que  mistura um típico modo de jogo de tabuleiro com umas pitadas de RPG.  Neste iremos avançar de casa em casa, efectuando diversas lutas com modificadores especiais, lutando contra bosses ou mesmo passando desafios como o clássico “Test your Might” (ou outros mini jogos de sobrevivência). Na vertente de RPG, é possível melhorar determinados atributos à nossa personagem, sendo essencial esta componente para ultrapassar determinadas lutas. Um aspeto bastante interessante passa pela necessidade de termos de alternar de personagem constantemente, pois cada inimigo é vulnerável contra um determinado tipo de inimigo e vice versa. Este é sem dúvida o modo de jogo que mais nos entreteu na maioria do tempo e consegue ser bastante viciante. Para além de viciante é também gigante uma vez que existem sempre novos caminhos para se descobrir.

Porém, não conseguimos deixar passar a ausência do modo Kripta onde outrora obtínhamos todos os extras e cosméticos das personagens e que por sua vez no jogo anterior tornou se bastante apelativo e ia muito mais além de uma “loja”. Para além disso, a personalização das personagens ficou bastante mais limitada, com a impossibilidade de alterar a animação de introdução e conclusão e as possíveis modificações das roupas serem reduzidas a apenas à skin, a sua cor e alterar algum acessório em questão. Para substituir e tentar haver alguma coisa do género, foi implementada a "Shrine" que serve como uma mini cripta na qual damos 1000 moedas de ouro em troca de um item aleatório, mas que não funciona muito bem devido à dificuldade em arranjar moedas. Fora esse modo, existem também itens de temporada que se encontram disponíveis para compra durante um determinado tempo. Estes últimos podem ser adquiridos com Seasonal Kredits que podem ser adquiridos ao longo do jogo e Dragon Krystals que de momento só se conseguem ter através de microtransações. 

Esta politica é algo que, considerando as mecânicas do mercado actual,  já seria de se esperar. Contudo, até ao momento, apenas é possível adquirir skins e acessórios, que de uma forma geral não influenciam em nada a jogabilidade e apenas a estética da nossa personagem.


Outros Modos de Jogo

Para além destes modos já referidos, existem também os modos online, torneios e as clássicas torres. Desta vez contamos com 5 tipos diferentes de torres: a Novice, a Warrior e a Champion que são compostas por 6, 8 e 10 lutas; a Endless que leva-te a efetuar diversas lutas até perdermos; a Survivor que funciona da mesma forma que a Endless, contudo a nossa personagem não recupera vida de luta para luta. O modo online mantém-se muito semelhante ao que nos tem sido apresentado nos últimos 10 anos, com combates ranked, player e o modo King of the Hill no qual temos de permanecer invictos para nos tornarmos o rei da montanha e lider do grupo. 

Quanto aspecto gráfico gráficos, afirmamos sem qualquer problema que Mortal Kombat 1 é um dos jogos de luta mais lindos de sempre. O seu realismo é incrível, todas as personagens transmitem personalidade, conseguem se perceber feridas ao longo dos combates devido ao dano sofrido, os cenários estão exímios e toda a animação está simplesmente incrível. Quanto à sua performance não existe nada a apontar, todos os movimentos foram efectuados de forma excelente com bastante fluidez. O mesmo menciono sobre os efeitos sonoros e banda sonora que se encontra a um nível elevadíssimo de qualidade.




Conclusão

Mortal Kombat 1 foi talvez um dos melhores jogos, senão mesmo o melhor jogo de luta que alguma vez joguei. O trajeto que a NetherRealm decidiu criar deu a origem a um mundo de possibilidades. Este aspecto associado ao enorme elenco de personagens do universo, faz com que a inovação e os caminhos que a história de Mortal Kombat possa tomar daqui em diante sejam infinitas. O combate está perfeito, os Kameos trazem mais inovação e acrescentam algo que nunca imaginaríamos que funcionasse tão bem. O modo Invasions deixou me um pouco de pé atrás na primeira vez que o vi, contudo foi sem dúvida uma enorme surpresa e talvez o melhor aspeto deste jogo. Mortal Kombat 1 é um excelente ponto de partida para os novos jogadores mas também é um excelente jogo para os fãs mais antigos. 


O melhor:
  • Uma História brilhante e com inúmeros possíveis caminhos a seguir;
  • Sistema de Kameos bastante bem conseguido;
  • Modo Invasions capaz de nos entreter por horas;
  • Os melhores gráficos alguma vez vistos num jogo do género;
  • Os heróis da era do 3D estão de volta!


O pior:
  • Personagens presentes no modo de história mas apenas vão estar disponíveis por DLC;
  • Menor número de opções de customização.



Nota do GameForces: 9.5/10


Título: Mortal Kombat 1
Desenvolvedora: NetherRealm Studios
Publicadora: Warner Bros. Games
Ano: 2023

Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a PlayStation 5.





Análise | Mortal Kombat 1 - Uma nova excelente era Análise | Mortal Kombat 1 - Uma nova excelente era Reviewed by Carlos Cabrita on setembro 22, 2023 Rating: 5

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