[Análise] Pokémon Sword – The Isle of Armor [NSW]


Pokémon Sword é um dos jogos que compõe a oitava geração deste tão amado franchise. Com algumas decisões controversas e muitas críticas recebidas, sobretudo pela ausência de um PokéDex completo, a Game Freak tenta agora algo novo. No lugar de uma entrada definitiva, recebemos pela primeira vez expansões para os jogos desta geração. Com a primeira expansão, The Isle of Armor, a chegar 8 meses depois do lançamento do jogo base, conseguirá a mesma dar novas alegrias aos fãs desta série, ou será um modelo a evitar daqui para a frente?


Em The Isle of Armor vemos nosso avatar a receber um bilhete que permitirá viajar para esta famosa ilha, na qual o anterior campeão da região de Galar, Leon, treinou e se tornou o temível treinador que conhecemos. Ao chegar à ilha, somos confrontados por Klara (Avery se se jogar a versão Shield), que imediatamente nos desafia para uma batalha. Ao surpreendê-la com uma vitória relativamente fácil, ela tenta dissuadir-nos que procurar um dojo na ilha, uma vez que não quer que lhe roubemos os holofotes perante os seus colegas e mestre. Obviamente, ignoramos esta nova rival e dirigimo-nos ao dojo, onde participamos em vários desafios e batalhas com o objetivo de ficarmos mais fortes e de adquirirmos os novos Pokémon lendários da ilha: Kubfu e Urshifu.

A narrativa oferecida é muito simples, girando à volta de adquirir Kubfu, evoluí-lo e fazê-lo atingir todo o seu potencial. Para isso, teremos de cumprir várias tarefas, explorar bem a ilha, e derrotar treinadores poderosos. As tarefas não passam de minijogos relativamente simples, mas que acrescentam algo à experiência, particularmente a primeira de todas. Nesta teremos de perseguir Slowpokes treinados para serem extremamente velozes, de modo a recuperar peças de um fato roubado. Não é nada de revolucionário, mas para um jogo que se baseia em exploração e combate, esta pequena tarefa marca um desvio do esperado e oferece um momento de jogabilidade surpreendentemente divertido.


Depois de cumpridas as tarefas, e de derrotarmos a nossa rival, recebemos o pequeno Kubfu, e uma nova tarefa: trazê-lo connosco na exploração da ilha e treiná-lo para que possa crescer e evoluir. Aqui a exigência é algo elevada (tive de o treinar até nível 70), o que levará a algum tempo de treino repetitivo, marcando o ponto mais fraco da experiência. De seguida, levamos Kubfu a uma e duas torres, nas quais seremos desafiados por 5 treinadores. O cumprimento de cada torre irá fazer Kubfu evoluir para uma de duas formas diferentes de Urshifu, dando aqui uma componente de escolha e consequência que apenas encontramos quando se escolhe o Pokémon inicial no começo de Pokémon Sword. No final disto tudo, teremos de voltar a explorar a ilha em busca de um método de tornar Urshifu capaz de adquirir uma nova forma Gigantamax. Todas esta atividades culminam com uma batalha final contra Mustard, uma das mais desafiantes do jogo no que toca aos níveis da sua equipa de Pokémon. Tudo isto forma um pacote de conteúdo que facilmente relacionamos com a narrativa do jogo base, enquanto alguns elementos de jogabilidade refrescantes são introduzidos.

No entanto, o ponto mais forte de toda a expansão prende-se com a própria ilha onde tudo isto se passa. Esta é composta por vários ecossistemas que se encontram surpreendentemente bem interligados entre si. Desde uma pequena área desértica, a corpos aquáticos extensos e povoados por Sharpedo que nos intercetam a altas velocidades (e Wailord quase à escala), ou a áreas montanhosas com grutas profundas, a diversidade de ambientes é impressionante. Todas estas áreas adotam as mecânicas da Wild Area do jogo base, com controlo total sobre a câmara e a possibilidade de encontrar numerosos Pokémon a navegar pelos ambientes, com a câmara a estar fixa apenas em espaços interiores. Quanto ao design do mapa da ilha, este está extremamente bem conseguido, não só pela sensação de coerência que temos ao transitar de uma área para outra, mas pelo próprio tamanho total da ilha, que apresenta uma área explorável mais extensa que a da Wild Area anterior, e pelos vários caminhos escondidos passíveis de serem explorados.


De facto, o novo conteúdo é extremamente amplo e variado, com novas mecânicas de jogo relevantes a referir. O primeiro chama-se Cram-o-matic, uma máquina que nos permite descartar itens desnecessários e misturá-los para formar um item novo. Max Soup também é uma novidade, e implica a recolha de ingredientes para se poder fazer uma sopa que permitirá a um Pokémon compatível (como Inteleon, forma evoluída do meu Pokémon inicial) adquirir a capacidade de uma transformação Gigantamax. Por fim, e para além das tarefas e minijogos já referidos, podemos ainda ingressar em batalhas de uma nova modalidade: Restricted Sparring. Nestas, teremos de escolher um tipo de Pokémon e participar em várias batalhas com apenas três monstros que contenham essa tipologia, com a possibilidade de ganhar pontos para gastar na aquisição de itens úteis.

Já no que toca ao mais importante, os próprios Pokémon, são 100 os monstros a serem reintroduzidos, dois deles com novas formas regionais de Galar. Muitos dos Pokémon com formas regionais externas a Galar também regressam, sendo possível adquirir versões base de, por exemplo, Zigzagoon ou Weezing através de trocas com NPCs espalhados pela ilha. Também é possível adquirir formas de Alola de diversos Pokémon, através de um minijogo no qual teremos de encontrar vários Diglett. Depois de encontrar alguns, um treinador vai-nos oferecendo, por exemplo, Raichu ou Vulpix nas suas versões de Alola, tornando este uma vertente da expansão na qual vale bastante a pena mergulhar. De resto, podemos encontrar ainda vários novos ataques e habilidades, e ainda diversas novas transformações Gigantamax.


Olhando para aspetos mais técnicos, não há nada de radicalmente diferente a apontar a esta expansão que não se aplique ao jogo base. Os modelos dos Pokémon estão bem desenhados e animados, a maioria dos ataques apresenta animações competentes, o jogo apresenta uma framerate consistente quando se está em modo offline, e a câmara pode ser controlada de modo simples e intuitivo. Um aspeto relevante prende-se com a música, uma vez que esta expansão volta a apresentar novas trilhas de qualidade muito elevada, embora não atinja o nível das melhores músicas do jogo base.

Por outro lado, ainda podemos encontrar alguns elementos com texturas de baixa qualidade, o jogo online leva a quebras de desempenho ainda bastante significativas, e há momentos nos quais a câmara se aproxima demasiado quando a margem de manobra do nosso avatar é mais limitada no mundo (embora visualmente os espaços continuem a ser bastante abertos). É de lamentar a persistência de alguns destes problemas mais técnicos que, volvidos 8 meses, poderiam perfeitamente já estar resolvidos (ou amenizados) aquando do lançamento desta expansão.


Conclusão
The Isle of Armor é uma primeira expansão extremamente bem-conseguida, que acrescenta conteúdo de grande quantidade e qualidade. É extremamente prazeroso explorar esta ilha que serve de nova (e mais extensa) Wild Area, o regresso de tantos Pokémon familiares alarga a profundidade estratégica e a longevidade do jogo, e algum do conteúdo apresenta mecânicas simples mas frescas para este franchise. Os únicos aspetos negativos prendem-se com problemas que já se encontravam no jogo base, tais como algumas texturas menos bem conseguidas, alguma quebra de framerate quando online ou alguns posicionamentos ocasionalmente menos felizes da câmara. Mas no geral, estamos perante uma expansão no verdadeiro sentido da palavra, e os fãs de Pokémon irão querer acrescentar esta experiência à sua versão do jogo da oitava geração.

O Melhor:

  • Explorar a nova ilha e os seus vários ambientes é um prazer
  • Algumas tarefas levam a mecânicas de jogo refrescantes para a série Pokémon
  • Regresso de 100 Pokémon e várias formas regionais aumenta bastante a longevidade e a variante estratégica gerais do jogo

O Pior:

  • Mantém alguns dos problemas técnicos e gráficos que encontramos no jogo base
  • Exige algum grinding para poder evoluir Kubfu

Pontuação do GameForces – 8.5/10


Título: Pokémon Sword – The Isle of Armor
Desenvolvedora: Game Freak
Publicadora: Nintendo
Ano: 2020

Autor da Análise: Filipe Castro Mesquita
[Análise] Pokémon Sword – The Isle of Armor [NSW] [Análise] Pokémon Sword – The Isle of Armor [NSW] Reviewed by Filipe Castro Mesquita on junho 20, 2020 Rating: 5

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