Super Mario 3D World - Diferenças Entre Versões

Estando o mundo de olhos postos em Bowser’s Fury, a Nintendo poderia ter simplesmente copiado e colado Super Mario 3D World na Switch e poucos iriam reclamar. Tal como vários dos seus contemporâneos, 3D World na Wii U poucos sinais dá da sua idade, graças aos seus controlos precisos, acessibilidade e intemporal apresentação audiovisual. Nesse sentido, a quantidade de alterações aplicadas a esta conversão é inesperada.

Já desde o anúncio inicial desta remasterização tinham sido deixados bem evidentes os seus grandes diferenciais: ajustes na jogabilidade base e a adição de multijogador online. No website da Nintendo, são duas as melhorias na jogabilidade apresentadas: “Todas as personagens conseguem agora correr mais depressa e escalar mais alto após utilizarem um superguizo, tornando mais fácil percorrer e alcançar todas as plataformas dos níveis”. Destes dois ajustes, o incremento na velocidade é indubitavelmente o mais notável. Passei mais de uma centena de horas em torno da versão Wii U, sem nunca sentir que as personagens eram lentas. No entanto, após jogar este relançamento, comecei a questionar-me se os protagonistas do jogo original têm chumbo nos sapatos. 

 

Se as alterações da velocidade melhoram imensamente a experiência, a melhoria da capacidade de escalada passam praticamente despercebidas. Em raras ocasiões, esta permite-nos atingir com maior facilidade regiões de difícil acesso (como os 3 1-UPS escondidos em M4-5); mas, salvo estas circunstâncias, esta mudança não é mais do que um discreto ajuste de acessibilidade, que dá maior margem de erro para as secções de plataforma do jogo.

Também a servir como uma ajudinha adicional aos jogadores, uma nova manobra foi adicionada ao jogo. A qualquer momento durante um salto podemos dar um mergulho para a frente, que aumenta a distância horizontal que percorremos – uma acrobacia muito útil para nos salvar em saltos mal calculados e para agilizar o nosso movimento.

Por fim, o controlo touch de Super Mario 3D World teve de ser adaptado para o uso em TV mode e, se já jogaram outro port da Wii U, já sabem o que a Nintendo fez: adaptou o touch para um ponteiro controlado por motion, que agora pode ser usado independentemente por cada um dos quatro jogadores. Apesar de esta forma de controlo ser menos precisa, esta revela-se mais prática, visto que na versão original era necessário tirar a mão dos botões para usar estas funcionalidades, quebrando o ritmo da jogabilidade. No modo portátil, os jogadores continuam a utilizar o ecrã de toque tal como na Wii U, tanto durante os níveis como nos menus, que o suportam na sua integridade. Por seu lado, os controlos por microfone foram de vela neste remaster: as plataformas que eram outrora controladas com sopros foram substituídas por plataformas genéricas automatizadas.


O microfone não foi o único sacrifício de 3D World. Foi igualmente descartada neste jogo foi a opção de controlar as personagens com o D-Pad em vez do analógico, que era útil para as mover com uma maior precisão. Esta alteração teve como objetivo libertar estes botões para novos comandos desta versão: Up serve para usar o item que temos de reserva, função esta que na Wii U era executada com o botão Minus. Left é usado para as funcionalidades amiibo adicionadas nesta versão. Premindo este botão e pousando uma figura amiibo sobre o ponto de contacto NFC, recebemos um item: se usarmos o amiibo do Cat Mario, podemos tornarmo-nos no White Cat Mario, uma forma invencível do Cat Mario, e se usarmos o amiibo da Cat Peach, recebemos um power-up aleatório. Todos os restantes amiibo do universo Mario conferem-nos uma Super Star, e todos os restantes amiibo recompensam-nos com um cogumelo 1-UP.

Por fim, Down ativa o novíssimo modo câmara, que podemos usar para tirar fotografias da nossa aventura. Tal como em Odyssey, podemos rodar, mover e aproximar/afastar a câmara, aplicar filtros e inserir o logótipo do jogo, mas o que é totalmente novo aqui é a adição de carimbos que podemos posicionar livremente nas superfícies - como na Switch não existem funções sociais semelhantes às do Miiverse, os carimbos foram retrabalhados para este modo. A seleção de carimbos é exatamente a mesma, mas agora estes itens estão pintados a cores e não a preto e branco.


Tal como os carimbos, os menus do jogo receberam uma pincelada. Os estilos de letra e menus foram modificados quase na sua totalidade, tendo adotado um estilo mais minimalista. A interface de jogo também foi alterada, mas de uma forma mais discreta: os vários elementos que vemos quando jogamos um nível foram reduzidos, de modo a serem menos intrusivos.


Para além das alterações estéticas, foram adicionadas novas opções aos menus de jogos para simplificar a experiência e preencher algumas lacunas.  Por exemplo, podemos trocar entre os quatro ficheiros de gravação (na Wii U eram apenas três) ou criar cópias deles a qualquer momento e, enquanto jogamos um nível, utilizar a opção “Tentar novamente” para o iniciar do começo, sem perder vidas. Em adição, uma secção de ajuda foi adicionada, permitindo aos jogadores conhecerem os controlos e as mecânicas da aventura.

De resto, quem olha despreocupadamente para esta versão vê o mesmo jogo que conhecemos há oito anos. A resolução foi aumentada para 1080p em modo TV, mas não conseguimos encontrar outras diferenças visuais significativas entre as duas versões. A título de curiosidade, averiguamos se a Nintendo tinha alterado a draw distance do jogo, visitando M5-4 – um nível em que os elementos surgem do nada de modo distrativo - e verificamos que esta se mantém inalterada.

À medida que jogamos, vamo-nos apercebendo de outras alterações mais discretas. Por exemplo, duas medidas são milagrosas para aumentar a agilidade da aventura, especialmente para aqueles que a estão a repetir: por um lado, é possível na versão Switch saltar a maior parte das cinemáticas. Por outro, os dados de jogo são gravados em segundo plano, salvando dois segundos ao jogador a cada nível e livrando os speedrunners de terem de atulhar a memória interna da consola! 

Outra novidade interessante é a adição de multijogador nos níveis de Captain Toad. Na Wii U, o líder da brigada Toad tinha de enfrentar estes desafios sozinho; contudo, na Switch, os seus três companheiros podem acompanhá-lo desta jornada. Tal como o seu capitão, os restantes Toads não podem saltar; contudo, os participantes podem entrar numa bolha a qualquer momento, para irem ao encontro de um dos seus colegas (tal como acontece nos níveis normais).

A jogabilidade em si também foi alvo destes pequenos ajustes. As Estrelas Verdes/Carimbos que apanhamos já não são perdidos quando morremos, as bolas de fogo são mais rápidas e duram mais tempo, agora basta tocar uma vez no Y/X para agarrar um item (não sendo necessário segurar o botão), a entrada nos canos com groundpound/roll é mais natural, as personagens não começam a deslizar imediatamente quando pressionamos o botão ZL numa rampa…Já encontramos tantos que temos a certeza de que existem inúmeros outros que nos passaram ao lado!

Para terminar, vamos dar uma olhada aos glitches que existiam em 3D World na Wii U. Nos nossos testes, a maior parte dos glitches conhecidos de Super Mario 3D World continua a funcionar neste port, mas inúmeros outros parecem ter sido corrigidos. Não fomos capazes de, por exemplo, realizar os glitches Out of Bounds, Baddie Box Sound Glitch, Invisible Water Glitch, World Map Out of Bounds e World Map Jump Glitch na Switch.

O glitch que nos permitia duplicar as carapaças de Koopa Troopas também foi corrigido, mas apenas na atualização 1.1.0. Na Wii U, este glitch, em circunstâncias muito particulares, podia fazer congelar a consola, que teria em seguida de ser desligada segurando o botão POWER. Na Switch, procuramos reproduzir o acontecimento, com algum nível de sucesso: o jogo na versão 1.0.0 congela inicialmente, mas rapidamente é fechado com o aparecimento de uma mensagem de erro.

Para nós, o mais interessante destas correções é a Nintendo se ter dado ao trabalho de corrigir erros inócuos como a água invisível em M1-1, mas não ter corrigido um glitch de perder a cabeça como o que veem abaixo…


Super Mario 3D World - Diferenças Entre Versões Super Mario 3D World - Diferenças Entre Versões Reviewed by Tiago Sá on fevereiro 25, 2021 Rating: 5

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