[Retrospectiva] Puzzle Bobble [NSW]

Com o sucesso de Bubble Bobble lançado em 1986 para as máquinas de Arcade, a Taito lança o seu sucessor em 1994. Inicialmente foi apenas disponibilizado na América do Norte e no Japão com o nome Bust-a-Move. No ano seguinte chega à Europa com o nome Puzzle Bobble e quem viveu a sua adolescência no final dos anos noventa certamente se recorda deste título nas máquinas de Arcade Neo Geo. Apesar da sua simplicidade é um título marcante. Ao longo dos anos tem sido lançado em diversos sistemas e como seria de esperar chegou recentemente ao catálogo da eshop da Nintendo Switch.

Mesmo para a época não era um jogo inovador, mas o que terá de diferente e que cativa quase todos os jogadores? É esta a pergunta que deve ser colocada e a resposta é simples: a verdade é que tem os níveis bem desenhados. Apesar da sua simplicidade é extremamente viciante. Controla-se um canhão que lança “bolhas” e o objetivo é simples: pretende-se acertar em outras bolhas da mesma cor, quando se atinge um conjunto de três, estas explodem e desaparecem. Num esquema de puzzle’s simples o sucesso depende em limpar toda a área de jogo, só que essa área é cada vez mais curta. Nos dias de hoje pode até ter um aspeto banal, mas na altura era bastante agradável e seguia com uma música que acrescentava animação à experiência. O ritmo musical aumenta quando se está prestes a sair derrotado num determinado nível, mas também abranda quando tudo caminha para o sucesso. Não há muito a acrescentar quanto ao seu esquema, o vício que Puzzle Bobble transmite deve-se a uma progressão desafiante e ao mesmo tempo divertida.

O seu custo de aquisição na eshop é cerca de sete euros e muitos perguntarão se efetivamente é um bom investimento, tendo em conta que se vive uma época em que muitos jogos similares estão disponíveis gratuitamente para mobile. A questão é que Puzzle Bobble tem uma qualidade única, pode-se mesmo dizer que muitos dos títulos similares que andam por aí são apenas imitações de qualidade bem inferior. Aqueles que hoje em dia têm mais de trinta anos podem agora desfrutar na Switch deste excelente jogo apesar que para o conteúdo que apresenta não é propriamente barato, a boa novidade é que pode ser repetido quase até ao infinito, permite que se façam pequenas “jogatanas” para se descomprimir entre maratonas em jogos de maior peso.

Como vem sendo habitual na série Aca Neo Geo, é apresentado no formato original de quatro por três e certamente os mais saudosos desta época de máquinas de Arcade estão mortos por lhes porem as mãos, neste caso não será necessário gastar moedas de cinquenta cêntimos, basta carregar no botão L1 e obtêm-se mais um crédito. É daqueles jogos em que este tipo de progressão não estraga a experiência, se não se conseguiu passar um determinado nível à primeira, não faz mal, repete-se o nível até se conseguir, não há um sentimento excessivo de facilidade. O seu esquema original era dotado de uma certa dificuldade, não só para o tornar viciante, mas também para permitir que os cofres das máquinas se enchessem.

Para concluir, é possível dizer-se que esta chegada à eshop, permite que alguns veteranos matem algumas saudades de uma era dourada, mas de certa forma é um bom jogo para quase todos os gostos, não é um titulo com uma extensa oferta de conteúdo e prima essencialmente pela simplicidade, mas parece que cada vez que é repetido está sempre reciclado e com o mesmo nível de desafio.

Vítor Carvalho