15 Jogos a Solo Que Nos Divertem Durante Centenas de Horas

Todos gostamos de sentir que os nossos investimentos valem a pena, certo? No que toca a videojogos, isto pode ter significados diferentes para cada jogador: o número de horas de diversão, a qualidade de uma narrativa, a espetacularidade audiovisual, ou o quão somos levados ao limite das nossas capacidades pelo desafio. Portanto, e como já podem ter percebido pelo título, vamos focar-nos aqui no primeiro significado. Porquê? Porque o recente anúncio de que o tão aguardado Dying Light 2 poderá levar 500h a completar levou a uma discussão interessante entre os membros da nossa equipa, e queremos mostrar-vos o resultado da mesma e alargar a discussão a qualquer leitor cuja curiosidade possamos incitar.

Então, colocamos a questão: quais os jogos que nos conseguem manter ocupados e entretidos durante múltiplas centenas de horas? De referir que não consideraremos qualquer jogo, já que procurámos cingir-nos a títulos a solo e/ou com uma componente online extremamente limitada. Portanto, nada de FIFA, de Call of Duty, de Halo, de Splatoon, ou qualquer outro título cuja longevidade depende quase exclusivamente dos modos multijogador – até porque senão seria uma lista aborrecida, pouco variada e pouco distintiva. Assim, vamos focar-nos em jogos a solo (ainda que alguns tenham ligeiras implementações sociais), com qualidade e variedade o suficiente para nos entreter durante centenas de horas, e convidamos qualquer leitor a partilhar qualquer título que não tenhamos referido!
 

Animal Crossing: New Horizons (Switch)

Começamos com o estrondoso sucesso exclusivo à Nintendo Switch, Animal Crossing: New Horizons. Este jogo de simulação e gestão em tempo real cativou a grande maioria dos detentores da consola híbrida da Nintendo com a grande diversidade de construções para realizar, de decorações para aplicar, de recursos para recolher, de insetos para apanhar ou de peixes para pescar. Tudo isto ocupará uma bela dezena de horas, mas é quando tudo parece estar a chegar ao fim e depois dos créditos que o jogo se abre ainda mais. Porque é aqui que desbloqueamos ferramentas para terraformar a ilha na qual nos encontramos e manipular toda a sua topografia a nosso bel-prazer. Com estas, as possibilidades de gestão e organização territorial do nosso pequeno paraíso são quase infindáveis.
 
A quantidade de objetos decorativos que se vai adquirindo ao longo do tempo, uma boa variedade de colecionáveis para conseguir e a tamanha liberdade no que toca ao design de cada pequeno detalhe da nossa ilha pode muito bem ocupar qualquer jogador durante várias centenas de horas. Isto sem falar da possibilidade de criarmos padrões únicos para aplicar a roupas e tantos outros objetos, que certamente divertirá durante ainda mais tempo aqueles de nós com mentes mais criativas.
 

Minecraft (PlayStation, Xbox, Switch, PC, e mais uns quantos)

Prosseguimos a nossa lista com outro jogo que confere uma liberdade criativa igualmente elevada: Minecraft. Qualquer jogador com alguns anos de interesse nesta indústria já sabe o básico sobre este título – amplo mundo aberto gerado aleatoriamente, recheado de animais dóceis e criaturas ferozes que atacam sobretudo de noite, com vários eventos dinâmicos (como invasões a vilas), e com uma jogabilidade que assenta na recolha de vários tipos de blocos, recursos ou itens para se construir utensílios, edifícios e várias outras estruturas. Tudo isto dá forma a um jogo simultaneamente intuitivo e surpreendentemente profundo – no que toca a mecânicas, e não só em relação às miríades de minas que exploramos em busca de diamantes e outros minérios valiosos.

Com o passar dos anos, a componente cooperativa tem ganho mais força, mas argumentamos que não há nada como explorarmos à nossa vontade o mundo, irmos experimentando com construções diferentes sempre que progredimos e encontramos algo de novo, ou até enfrentarmos o boss “final” sem a ajuda de ninguém. Na verdade, achamos que o maior valor no multijogador de Minecraft é exibir orgulhosamente a nossa engenhosidade nas construções a amigos (não muito diferente do que gostamos de fazer na entrada anterior). Mas sim, é na experiência a solo, relaxante e stressante em igual medida, que alguns de nós já investiram várias centenas de horas e na qual continuaremos a investir mais uma quantas, já que as atualizações que acrescentam itens e recursos novos não devem parar de chegar tão cedo.
 

Dreams (PlayStation 4 e PlayStation 5 via retrocompatibilidade)

Certo, vamos a uma primeira pequena batota deste género: Dreams é um jogo onde *tecnicamente* são precisos outros jogadores. Trata-se de um título no qual cada jogador cria e partilha a sua experiência única – jogos, narrativas, arte digital, entre outros. Mas a experiência que cada um terá, seja de criação seja de jogo, é largamente a solo – portanto sim, Dreams é elegível para esta lista.
 
Posto isto, Dreams pode muito facilmente ocupar-nos durante largas centenas de horas, eventualmente até milhares. Graças à quantidade de jogos únicos, que assentam em diferentes géneros, que apresentam mecânicas de jogo distintas e com identidades visuais e sonoras tão próprias, este jogo é quase perigoso para a nossa produtividade diária, dado o quão fácil é perdermo-nos completamente na sua crescente oferta. Quanto à criação, o leque de ferramentas ao nosso dispor é assoberbante, sendo preciso várias dezenas de horas só para experimentar cada uma, quanto mais utilizá-las de modo estruturado para se chegar a uma criação coerente. Portanto, quer prefiram criar, quer prefiram experimentar, Dreams tem um potencial de entretenimento o mais perto do ilimitado que conhecemos.
 

The Elder Scrolls: Skyrim (quase todas as consolas e plataformas existentes, por este andar)

Eis o jogo que continua a ser lançado em todas as plataformas existentes e que, muito brevemente, poderá até vir a ser jogado numa qualquer calculadora da Texas Instruments ou da Casio. Brincadeiras à parte, há um motivo pelo qual Skyrim – um jogo com mais de dez anos, não nos esqueçamos - continua a ser relançado em todas as plataformas mais recentes. Porque continua a ser comprado. E este jogo continua a ser comprado porque apresenta um dos mais fascinantes e recheados mundos alguma vez presentes em RPGs ocidentais.
 
A narrativa é relativamente simples de seguir e terminar, mas a quantidade de missões secundárias que aprofundam a história destas terras, as várias fações e a enormidade de interações curiosas entre NPCs que dão um toque naturalista a tudo isto são sempre um prazer de descobrir. Isto para nem falar do absurdo volume de tesouros e itens interessantes para descobrir nos vários esconderijos e cavernas espalhados pelo vastíssimo mundo aberto. Tanto que há jogadores a descobrir novos segredos ainda nos dias de hoje!  Com tudo isto, não será de estranhar que muitos de nós voltem a ter vontade de mergulhar em Skyrim durante mais umas quantas centenas de horas quando este jogo inevitavelmente chegar à PlayStation 7 e à Xbox Series 1080.
 

Red Dead Redemption 2 (PlayStation, Xbox, PC)

De um gigantesco jogo de mundo aberto, para outro, mas desta vez num género diferente! Sim, Red Dead Redemption 2 é o mais recente jogo de ação na terceira pessoa da gigante Rockstar Games, que nos coloca num mundo aberto absolutamente massivo e recheado de atividades. Quando se quer fazer uma pausa da já por si só extensa (mas fantástica) narrativa, esta encarnação do velho oeste oferece-nos uma série de distrações, desde missões secundárias, jogos de poker ou criaturas imponentes para caçar. Tudo isto junto já poderá perfazer umas quantas dezenas de horas.
 
Mas como em qualquer bom jogo da Rockstar, a grande fonte de prazer desta experiência é em explorar o mundo e ir espalhando o caos pelo mesmo. Assaltos à mão armada só porque nos apetece ou matar e saquear alguém só porque sim apresentam-se aqui como distrações bastante divertidas. Mas a cereja no topo do bolo é o dinamismo deste mundo, não só na reação às nossas ações, mas em interações aleatórias entre NPCs, e em todos os mistérios únicos que o jogo não se esforça por divulgar que tornam a exploração de cada centímetro quadrado um esforço verdadeiramente gratificante. O melhor, é que ainda há uma enormidade de segredos por descobrir no jogo, e ao saber disto apenas nos sentimos mais incentivados a passar mais uma boa centena de horas ou duas em Red Dead Redemption 2.
 

Pokémon (particular ênfase nos jogos da Switch e da 3DS)

Sim, o maior e mais rentável franchise do mundo tinha mesmo de marcar a sua presença numa lista desta natureza. E não nos conseguimos restringir a apenas uma geração de jogos, considerando que X/Y, Sun/Moon ou Sword/Shield podem todos apresentar um potencial de centenas de horas de entretenimento – e considerar apenas os mais recentes significa deixar de fora uma série de monstros. Com quase 900 criaturas atualmente implementadas ao longo de vários jogos (mais de 1000 até, se incluirmos variantes regionais, mega evoluções e outras mecânicas do género), é fácil perceber como é fácil investir centenas e centenas de horas num só jogo de uma das mais recentes gerações.
 
Com uma miríade de ataques diferentes e com cada monstro a poder ter habilidades distintas, a mera experimentação de diferentes equipas com vários pontos fortes e fracos diferentes pode ocupar, à partida, uma série de horas. Acrescentem a isto a caça de monstros brilhantes, a manipulação de ovos para encontrar equilíbrios perfeitos entre natureza e indicadores ocultos que influenciam cada atributo de ataque, defesa, velocidade, por aí fora, e muito facilmente se investe várias centenas de horas. Isto para não falar de ir ao encontro do slogan da série, e ir, de facto, apanhá-los todos. Portanto, mesmo a solo é bastante plausível um jogador mais ou menos casual colocar centenas e centenas de horas num qualquer jogo Pokémon, até porque a cena competitiva destes jogos costuma ser apenas para uma pequena porção de jogadores, com uma audiência de nicho.
 

Super Mario Maker 2 (Switch)

Lembram-se da pequena batota que tivemos que fazer algumas entradas atrás? Sim, vamos repeti-la, porque *tecnicamente* Super Mario Maker 2 apenas tem o potencial de nos entreter por causa de outros jogadores. O jogo apresenta um modo de história com níveis originais e com filosofias de design distintas do que encontramos nos títulos habituais do canalizador mais famoso do mundo. Mas este é relativamente curto, e é nos níveis criados e partilhados por outros que o sumo desta experiência se encontra. É aqui que podemos com muita facilidade encontrar centenas de horas de conteúdo divertido, conteúdo esse também jogável quase exclusivamente a solo, daí este jogo aparecer nesta lista.
 
Uma vez mais, quer se esteja a criar ou a jogar, o potencial de horas investidas é quase ilimitado. Super Mario Maker 2 apresenta um leque de ferramentas de criação extremamente variado, alusivo a diferentes estilos visuais da série e cujas misturas levam a desafios de plataformas que podem variar entre o agradável e o absolutamente demoníaco. Com emparelhamentos de inimigos e de obstáculos nunca antes vistos, ao ponto de ser possível explorar e ir aos limites do que o motor de jogo permite, as possibilidades para criar ou jogar níveis únicos é tão grande, que será de estranhar que qualquer detentor deste jogo não tenha posto pelo menos 200 ou 300 horas no mesmo.
 

The Binding of Isaac (PlayStation, Xbox, Switch, PC)

Está na hora de meter um indie ao barulho, e nada como um bom roguelike para preencher as quotas numa lista desta natureza. Como tal, vamos olhar para o aclamadíssimo dungeon crawler lançado em 2011, e que ainda hoje continua a ser expandido, The Binding of Isaac. Como é hábito, cada run do jogo significa começar completamente do zero, e ter de ir explorando as várias salas de cada andar das masmorras que temos de levar Isaac a atravessar em busca de melhorias, novas habilidades e itens utilizáveis que nos ajudam… ou nem por isso.
 
Uma run bem-sucedida é, por norma, relativamente curta, e assim sendo, como é que podemos retirar deste jogo centenas de horas de diversão? Basicamente, a quantidade bruta de upgrades que podemos encontrar e aplicar a Isaac em cada demanda é simplesmente astronómica, sobretudo com as grandes atualizações e expansões que o jogo tem recebido ao longo da sua década de existência. Juntar isto ao facto de layouts de masmorras serem sempre aleatórios, de podermos defrontar diversos bosses diferentes em cada tentativa, e de haver uma boa variedade de finais diferentes para testemunhar em função do nosso desempenho e de como equipamos Isaac (ou uma das várias outras personagens jogáveis com mecânicas distintas), significa que temos uma demanda de várias centenas de horas para ver e experimentar tudo o que o jogo tem para oferecer. E fazemos tudo isto de muito bom grado!
 

The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Switch e WiiU)

Regressando aos jogos de aventura em mundos abertos, deparamo-nos com um que merece uma atenção especial. The Legend of Zelda é um franchise com 35 anos de existência, e nem sempre a sua adaptação a mundos tridimensionais tem sido bem recebida. Mas Breath of the Wild é (quase) unanimemente um jogo adorado por qualquer um que coloca o seu cartucho numa Nintendo Switch. O grande motivo é o grau de liberdade quase sem paralelo dentro deste género que este título oferece para quem se aventura no extenso reino de Hyrule. Podemos explorar à nossa vontade e ir abordando a narrativa ou as missões secundárias como quisermos, sempre com um arsenal de habilidades que nos acompanha desde o início.

Como é que tudo isto se traduz em longevidade? Simples: este é um dos mundos abertos cujo design melhor se emparelha com as mecânicas de jogo. Isto resulta numa experiência onde perdermo-nos no mundo é sempre um acontecimento bem-vindo e que nos pode levar a descobrir mais um segredo que revele mais sobre o passado ou mais um santuário escondido que nos ajudará a ficar mais fortes. É impressionante o equilíbrio entre vastas áreas abertas e zonas escondidas recheadas de desafios ou colecionáveis. E são tantos os segredos e os itens para descobrir e colecionar, que o mais surpreendente é o quão nos queremos dedicar a encontrar tudo o que Breath of the Wild tem para oferecer. Se a sua sequela repetir em boa medida esta fórmula, vamos ter todo o prazer em voltar a investir algumas centenas de horas nesse jogo, tal como fizemos neste.
 

Assassin’s Creed Valhalla (PlayStation, Xbox, PC)

Continuamos na senda dos jogos de mundo aberto, olhando agora para um jogo menos virtuoso, mas que nos conseguiu surpreender bastante. Falamos da mais recente entrada da aclamada série Assassin’s Creed. Em Valhalla viajamos no tempo até ao século IX e temos de liderar o nosso clã a conquistar várias regiões anglo-saxónicas. Como tem sido hábito desde que a série se transformou para assentar no género de RPG com um combate ligeiramente reminiscente de títulos souls-like, temos perante nós um mundo aberto maior que Jörmungandr (a serpente gigante capaz de dar uma volta inteira ao mundo com o seu corpo, na mitologia nórdica).
 
É certo que não é o mundo mais bem desenhado que já vimos, mas este jogo tem vários aspetos que tornam a sua exploração um prazer. Primeiro, é aqui que encontramos a melhor e mais variada jogabilidade de um Assassin’s Creed até hoje. Depois, muitas das novas atividades secundárias espalhadas pelo mundo são genuinamente divertidas – das quais destacamos as trocas de insultos em poesia cantada, que conseguem tirar umas boas gargalhadas de nós. Por fim, as terras britânicas,  nórdicas, e até mitológicas que aqui exploramos estão recheadas de segredos e de eventos dinâmicos cujas descobertas proporcionam sempre momentos divertidos. Com tudo isto, sentimo-nos bastante compelidos a continuar a explorar e a interagir com tudo o que podemos, e com o jogo a receber constantemente novas atividades e eventos nos quais participar, não é de admirar que se retire umas boas centenas de horas na companhia de Eivor.
 

Stardew Valley (PlayStation, Xbox, Switch e PC)

Vamos a outro indie? Visto que estão a ler esta lista já depois dela estar escrita, a pergunta é retórica, claro está. Portanto, cá vamos nós mergulhar, desta vez, no fenómeno conhecido como Stardew Valley. Este amado RPG de simulação que foi sendo lançado ao longo de 2016 e 2017 traz para a atualidade todo o charme dos clássicos Harvest Moon, ao colocar-nos encarregues de restabelecer uma quinta enquanto criamos laços com os habitantes locais.
 
Tal como muitos outros jogos já abordados, o grau de liberdade de que dispomos é impressionante, sendo um dos fatores determinantes no potencial de centenas de horas de longevidade. As interações com NPCs surtem efeitos nos próprios e no mundo, existe uma grande variedade de atividades nas quais participar, como pesca, construção de itens ou explorar cavernas geradas aleatoriamente, e o mundo vai sendo expandido à medida que vamos completando coleções de itens e tarefas agrícolas. Ou seja, Stardew Valley é um jogo com muito mais recheio do que parece à primeira vista, e juntando a isto mecânicas de combate contra criaturas ferozes e uma personalização profunda de muitos aspetos da vida agrícola, não será de espantar que tantos jogadores queiram passar tanto tempo com esta experiência relaxante.
 

The Witcher 3: Wild Hunt (PlayStation, Xbox, Switch e PC)

Vamos lá voltar aos RPGs de ação, e para um dos mais aclamados. Sim, The Witcher 3 é mais um jogo no qual podemos perfeitamente passar umas quantas centenas de horas e sentir que cada segundo investido valeu a pena. Sobre a narrativa não há grandes coisas novas a acrescentar - é simplesmente fantástica. O mesmo pode ser dito das dezenas e dezenas de missões secundárias e contratos para caçar monstros que vamos aceitando e cumprindo. Só com tudo isto, é facílimo ultrapassar a marca das 100 horas, sobretudo se contarmos com as duas fantásticas expansões também lançadas.
 
E voltamos também a um termo já familiar para quem tem lido tudo até aqui – grau de liberdade. Em The Witcher 3 voltamos a ter imensa liberdade para explorar as cidades e a natureza que compõem não um mundo aberto no sentido mais estrito do termo, mas várias regiões abertas. E tal como em muitos outros jogos já abordados, o dinamismo de cada região é para lá de impressionante. A quantidade de eventos aleatórios, ou cujas ativações dependem de condições muito específicas, elevam exponencialmente a gratificação de andar simplesmente pelo mundo. Isto para não falar da quantidade de itens, de armas ou de armaduras que, por si só ou quando cruzados uns com os outros, contam histórias interessantíssimas. Há poucos jogos que contam tão bem histórias através dos ambientes e dos seus conteúdos, mas este é um deles.
 

Trilogia Dark Souls (PlayStation, Xbox, PC, e a remasterização do primeiro na Switch, também)

E por falar em ambientes e seus itens que contam histórias, como podíamos não abordar a série Dark Souls de seguida? A maravilhosamente negra série que saiu da mente de Hidetaka Miyazaki não só definiu todo um novo subgénero dentro dos RPGs de ação, mas elevou a fasquia no que toca ao design de grandes áreas abertas. Portanto, explorar cada recanto de qualquer um dos três jogos desta série levará a várias dezenas de horas, se não mesmo para lá da centena. Até porque cada item, arma, armadura ou equipável de qualquer tipo traz consigo uma descrição que aprofunda um pouco mais a história deste universo. Mas mencionámos centena, no singular. Portanto de onde vem a ideia de que se pode chegar ao plural?
 
Não sabemos se estão a par disto, até pela abundância de comparações e de memes sobre o assunto, mas os jogos Dark Souls são desafiantes. Muito desafiantes, mas sempre justos. Portanto, é daqueles jogos que valem o preço só pela sua jogabilidade e pela gratificação que é conquistar uma área recheada de perigos e inimigos ou derrubar um boss com o triplo do nosso tamanho. E tratando-se de um RPG, há muita liberdade na construção e evolução da nossa personagem. Juntando a jogabilidade gratificante à miríade de hipóteses de abordar o jogo – foco no corpo a corpo, na distância ou na magia, por exemplo -, sentimo-nos sempre incentivados a explorar os New Game+ (e NG++, e NG+++, …) de modo a maximizar tudo, experimentar várias abordagens e colecionar de facto tudo o que os jogos têm para oferecer. Assim, facilmente se atingem as múltiplas centenas de horas em cada um destes três jogos, e caso no sintamos compelidos a fazê-lo em todos, podemos até ultrapassar a barreira das 1000 horas.
 

The Sims (PlayStation, Xbox, PC) 

Que tal algo radicalmente diferente? Nada como passar de uma série de RPGs de ação sombrios e opressivos onde nos encontramos na base da cadeia alimentar, para uma série onde somos basicamente deuses… também potencialmente sombria. Sim, voltamos a repetir a dose de não especificar um só jogo, porque qualquer título The Sims tem um potencial de longevidade de centenas e centenas de horas. Só nos criadores de personagens é possível perder-se um par de dezenas de horas, e na construção e design de uma habitação outro par de dezenas mais. E quando finalmente tomamos o controlo das nossas personagens e famílias, então é que as possibilidades nunca acabam.
 
Podemos ser deuses bondosos e misericordiosos, levando cada personagem a desenvolver-se, a arranjar empregos que as deixem realizadas, e a formar famílias para dar continuidade à sua linhagem. Ou podemos ser do mais maléfico que há e fazer os nossos avatares sofrer e morrer de forma disparatada e macabra. Quase tudo o que pode estar entre estes dois extremos – até o mais absurdo como engatar alienígenas, ou ter conversas filosóficas com a morte - é possível de ser feito em The Sims, sobretudo nos jogos mais recentes e com as inúmeras expansões. Estes jogos oferecem tantas, mas tantas possibilidades que é inteiramente possível permanecer nos mesmos durante uma mão cheia de centenas de horas e não conseguirmos experimentar tudo o que está ao nosso alcance.
 

Microsoft Flight Simulator (Xbox e PC)

Entre jogos de ação, mundos abertos, RPGs, e afins, terminamos a nossa lista com algo diferente: um simulador de voo. Sim, o mais recente Microsoft Flight Simulator tem um potencial de jogabilidade e rejogabilidade impressionante, ao colocar-nos no cockpit de uma aeronave e ensinar-nos a pilotá-la. Depois de aprender as bases da pilotagem, podemos pegar em duas dezenas de aeronaves diferentes e completar uma grande quantidade e variedade de exercícios e desafios de modo a ambientarmo-nos a todas as mecânicas e funcionalidades de um avião.
 
Depois disto é que a grande maioria da diversão começa, ao ficarmos com o mundo todo ao nosso dispor. Estamos a falar a sério, Microsoft Flight Simulator utiliza tecnologia de ponta para reproduzir uma simulação incrivelmente realista de todo o planeta Terra, permitindo-nos levantar voo de onde quisermos e voar para onde bem entendermos no mundo. Sobretudo durante esta incessante pandemia, foi um escape maravilhoso para os amantes de viagens, que puderam revisitar locais queridos ou mergulhar numa paisagem que antes lhes era inacessível… ou despenhar aviões sobre locais de má memória, supomos. Depois de dominar a jogabilidade, este pode ser um dos jogos mais viciantes do género, e que muito facilmente nos leva a querer passar centenas de horas a explorar o mundo.
 

Artigo por: Filipe Castro Mesquita
15 Jogos a Solo Que Nos Divertem Durante Centenas de Horas 15 Jogos a Solo Que Nos Divertem Durante Centenas de Horas Reviewed by Filipe Castro Mesquita on janeiro 20, 2022 Rating: 5

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