[Análise] Wonder Boy: Asha in Monster World [PS4]

 


Após o belíssimo trabalho feito pela LizardCube no remake do Wonder Boy The Dragon’s Trap (terceiro título da saga Wonder Boy), chega-nos às mãos o renovado clássico Wonder Boy: Asha in Monster World, produzido desta vez pela Monkey Craft. Este título, originalmente lançado na velhinha SEGA Mega Drive no longínquo ano de 1994, encontra agora novamente a luz do dia através de um remake que recorre à mais recentes técnicas de melhoria gráfica. Para os fãs da saga, podem contar com ele já desde o dia 28 de Maio!

Dando agora algum contexto. A história baseia-se na clássica ideia de um reino onde o povo vivia feliz e sem preocupações, mas que passou a ser atormentado por um mal eminente que entretanto ameaça o status quo. E é aí que entra a nossa cativante heroína Asha, destinada pelos espíritos guardiões a proteger e salvar o seu reino.

Como se de uma fábula se tratasse, Asha assume o seu papel de protectora do reino e com a ajuda do seu fiel companheiro azul Pepelogoo irão percorrer todo este mundo de fantasia de forma a libertar o mesmo das garras dos seus vilões.



Toda a ambientação deste jogo relembra-nos um pouco aquele universo associado às histórias das 1001 noites, do Aladino, de Ali Babá. Muitos são os elementos que remetem para este sentimento, desde as roupas e armas utilizadas, ao vendedor ambulante com seu camelo, ou mesmo o génio da lâmpada. Este aspecto ajuda a providenciar uma óptima imersão, criando um mundo cativante e divertido para o jogador desfrutar durante a sua jornada e consequentemente providenciando uma experiência mais recompensadora.

No que concerne à componente audiovisual e em particular ao seu grafismo, este título apresenta um saudável visual colorido, vibrante e inspirado no seu original de 1994 (pois, em termos de simetria gráfica, são bastante idênticos). De notar inclusive que os produtores do remake encontraram a sua inspiração na clássica arte pixelizada do titulo original, o que é uma óptima forma de fazer uma homenagem às suas origens, enquanto objectivando o futuro e uma experiência mais actual.



E como o jogo não é apenas feito de grafismo, toca-nos agora falar um pouco na sua jogabilidade e neste sentido este título apresenta uma variedade consideravelmente boa.
Com vista a podermos completar e avançar no jogo, temos como objectivo libertar os 4 espíritos guardiões (Rotto, Shabo, Hotta e Priscilla) que nos irão ajudar na nossa demanda para derrotar o antagonista principal. No decorrer da experiência o jogador é presenteado com vários cenários, os quais apresentam alguma subdivisão, cada uma com progressão ora linear, ora livre e com um level design próprio e diferenciado. Exemplificando, tanto ocorre estarmos a desbravar uma selva, como a voar pelos céus em tapetes mágicos ou explorar o interior de uma pirâmide antiga. Ainda assim, apesar desta grande variedade presenteada ao jogador, por vezes a jogabilidade pode tornar-se monótona e até cansativa, devido á extensa duração que cada nível possui.



Para além dos diversos cenários ou níveis, temos ainda uma espécie de loja onde a nossa heroína poderá obter uma grande variedade de itens que irão auxiliar-nos no decorrer do nosso percurso. Esta loja pode ser encontrada no castelo da rainha Praprill XIII, o qual também funciona como um Hub onde poderemos escolher qual o nível ou cenário que pretendemos fazer. Isto porque, uma vez que os níveis sejam concluídos, poderemos em qualquer altura revisitá-los de forma a recolher todos os itens que possam ter ficado para trás da nossa primeira passagem. Portanto uma estrutura de jogo reconhecida a qualquer um que tenha experiência neste tipo de jogos.

Não podemos deixar de falar do nosso querido companion Pepelogoo. Este apresenta-se com um visual que lembra bastante o visto nas animações do Estúdio Ghibli. A sua interacção com a nossa personagem expande o leque de acções disponíveis, introduzindo inclusive melhorias em algumas mecânicas, como por exemplo a possibilidade de realizar saltos duplos ou planar sobre os cenários. Ainda assim, notamos que a ajuda que este personagem nos proporciona, resume-se substancialmente às secções de exploração e solução de puzzles e não tanto em termos de combate.

Destacamos nomeadamente que não é possível ao nosso personagem correr e atacar ao mesmo tempo, e nem tão pouco existe a implementação de combos. Em consequência, o combate torna-se algo monótono, algo que se agrava visto que os nossos inimigos também reagem de maneira muito padronizada.



Como referido anteriormente, todo o jogo se ambienta num mundo e universo um pouco similar ao de Aladino/Ali Baba. O que nos transporta também para esses ambientes são as músicas do jogo, sendo que em todas elas é-nos possível identificar uma qualquer melodia mais arábica ou até egípcia. Consequentemente, a banda sonora tende a enriquecer a experiência, providenciando uma melhor interiorização ao jogador, enquanto enaltecendo ainda mais o setting global do jogo.



Conclusão

Wonder Boy: Asha in Monster World apresenta uma experiência divertida e bem construída. Denota-se um trabalho exímio por parte da produtora em actualizar a parte técnica e visual, mantendo algumas das mecânicas do jogo original. Esta mesma situação pode apresentar-se como defeito para os jogadores novatos ou mais-valia para aqueles que experimentaram o original. É caso para afirmar que este título trata-se de um idoso num corpo rejuvenescido! Apesar de alguns pequenos defeitos como um todo, é digno de nota e respeita o legado do clássico da SEGA.

Obs.: A versão física de Wonder Boy: Asha in Monster World vem, exclusivamente, com o jogo original Monster World IV, publicada pela ININ Games.


O Melhor:

  • Óptima recriação de um clássico;
  • Visual colorido, vibrante e inspirado;
  • Cenários diversificados;
  • Desafio feito á medida

O Pior: 

  • Combates monótonos;
  • Sistema de progressão simplicista;


Pontuação do GameForces – 9/10 

 

Título: Wonder Boy: Asha in Monster World
Desenvolvedora: 
Monkey Craft 
Publicadora: 
STUDIOARTDINK 
Ano: 2021 


Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a PlayStation 4, através de um código gentilmente cedido pela STUDIOARTDINK.


Autor da Análise: Bruno Ferreira

[Análise] Wonder Boy: Asha in Monster World [PS4] [Análise] Wonder Boy: Asha in Monster World [PS4] Reviewed by Bruno Ferreira on junho 18, 2021 Rating: 5

Sem comentários:

Com tecnologia do Blogger.