Análise | Gotham Knights - Batman Quem?

 Antes de sequer falar em Gotham Knights e apesar de, para mim, não fazer qualquer sentido a guerra Marvel vs DC, o meu super-herói de eleição faz parte do universo Marvel. Para conhecerem um pouco melhor este vosso redator, estou a falar do Wolverine. Já o antagonista situa-se no mesmo ambiente que o jogo que iremos analisar, e é nada mais nada menos que Joker! Embarcando numa curta viagem temporal e fugindo um pouco para a arte cinematográfica, o papel que Joaquin Phoenix interpretou, de uma maneira soberba, em 2019 no filme com o nome do vilão, fez-me ainda mais apreciar esta persona non grata. 

Voltamos agora para o mundo dos videojogos, desta vez indo um pouco mais atrás, até 2015, altura em que saiu o ultimo capitulo da serie Arkham, com o título Batman Arkham Knight. Tal como o filme, Joker foi bastante aclamado pela critica e é, ainda nos dias de hoje, um título a ter em conta na nossa biblioteca (tal como os restantes jogos da série). Mas porque é que fui buscar um título com 7 anos para falar de Gotham Knights devem estar vocês a perguntar e bem? Seja pelo mesmo universo, atmosfera, estilo de jogo ou conceitos de jogabilidade é impossível não termos aqui diversos pontos de comparação evidentes. Mas esteremos perante um título que vai ser ovacionado como o seu "precedente" ou merece uns estrondosos apupos?

Vamos então falar de Gotham Knights!




E no principio... o Fim.

Batman morreu. É triste, traumático e estranho ver o grande herói sair de cena, mas também o motivo central de toda a história do nosso jogo e que em toda a sinceridade é a premissa mais interessante possível para títulos que envolvam a personagem. Seja porque os inimigos aproveitam-se desse fator para voltar em força ao crime, ou porque a nossa equipa sente o peso que lhes caem em cima, este pormenor dá contexto a praticamente todos os diálogos. Sim, porque sem Batman para proteger a cidade, cabe aos seus 4 pupilos seguirem as "asas" do seu mestre.

Temos assim Batgirl, Nightwing, Red Hood e Robin com a árdua tarefa de limpar Gotham das transgressões e delitos que começam a aparecer um pouco por todo o lado. Cada um dos heróis têm estilos de combate diferentes o que demonstra um esforço em diluir o sentimento de repetição natural existente nestes tipos de jogos quando se controla somente um personagem. Seguindo a evolução da história vamos desbloqueando várias técnicas diferentes para cada um deles e ainda uma alteração constante nos movimentos de combate. Este aspecto da experiencia revela uma maneira bastante saudável de promover um melhor equilíbrio no que se tradicionalmente resvala para uma dicotomia qualidade versus quantidade.




Não só em termos de movimentos de combate, mas nos próprios inimigos sentimos uma variedade suficiente. Dentro das diferentes fações existe variedades de inimigos, devidamente caracterizados e que com o tempo aprendemos a reconhecer para assim sabermos as suas fraquezas e como os eliminar. Não só o fato de visualmente serem bastantes distintos, também o uso de armas, utensílios e os estilos de combate são significativamente diferentes, potencializando  a experiencia para o jogador. 

Uma Pequena Grande Gotham

E se até aqui descrevemos bons modelos onde a Warner Bros consegui arranjar formulas para fugir á rotina, não deixam de existir alguns pontos que poderiam ser melhorados.  Comecemos por Gotham. A cidade é grande e está cheia de detalhes interessantes, sem duvida alguma, mas acabamos por sentir que a ação, mais especificamente os combates, acabam por ocorrer invariavelmente nos mesmos locais, com uma notória falta de aproveitamento do mapa completo. Acaba por ser somente necessária fazer a exploração do restante mapa para os colecionáveis espalhados.





Por falar em pontos ligados á exploração e que necessitam melhoramentos  a utilização do nosso veiculo, neste caso a nossa Batcycle é algo que se inclui nesta categoria. Infelizmente o uso da mesma, torna-se o pior ponto em Gotham Knight. Se por acaso jogaram Arkham Knight, devem recordar-se que era um deleite usarmos o Batmobile. Aqui é exatamente o oposto e por diversos motivos. Um dos quais é a proximidade com que fica do ecrã, criando o sentimento de ocupar grande parte do mesmo, o que faz com que muitas vezes não termos a noção da existência de alguns objetos ao nosso redor, levando chocar contra eles pelo simples fato de não os vermos. 

Outro ponto negativo é a velocidade do veiculo, ou melhor, a falta dela. Sentimos recorrentemente que movemo-nos quase que em camera lenta e mesmo o efeito que o jogo cria para essa tarefa (através de uns efeitos brancos no contorno do nosso ecrã) não ajuda minimamente nesse aspeto. Aqui, acreditamos que a adição de um nitro (que faria todo o sentido no contexto) eliminaria este problema. Acabamos invariavelmente por navegar pela cidade através dos checkpoints, ou com o nosso gancho. Este último método é  muito á semelhança de um homem aranha com engenhocas, utilizando o gancho para subir a pontos altos, planar e voltar a usar o gancho (repetindo o processo as vezes necessárias). Terminamos por usar a Batcycle exclusivamente quando somos obrigados a faze-lo.





Já em termos de evolução do enredo acabamos também por sentir algum desconforto considerando a repetição com que se processa. Apesar de estar cativante, com toda a aura sombria e vários vilões com a sua própria historia, sentimos que para prosseguir passamos sempre pelos mesmos passos. Explicamos usando as duas áreas distintas onde decorre a acção.

A nossa base, onde acontece as cutscenes, as interações com os nossos personagens, e onde podemos escolher o herói que queremos controlar. É aqui também que temos a opção de evoluir e personalizar a nosso personagem em termos de equipamento, paletes de cores, etc.




Depois de tomadas essas decisões seguimos para a noite, na segunda área: a cidade. Aqui temos que inicialmente eliminar pequenos delitos para subir a nossa barra de crimes premeditados para depois voltarmos à nossa base para que esses crimes premeditados possam estar disponíveis no mapa. A progressão na história é feita genericamente através de missões  onde temos que ou eliminar uma certa quantidade de inimigos ou acabar com um tipo especifico de crimes premeditados. Após essa conclusão, acabamos por ter uma missão especifica mais complexa e diferente das restantes, e assim sucessivamente, tornando-se aqui num ciclo  que tende a revelar-se...enfadonho.

Uma nota para o modo multijogador onde podemos de momento somente fazer o modo história na partida de outro jogador, embora esteja evidente um modo assalto heroico com a nota Coming soon (a chegar em breve).




Os 30 FPS...

No mês do seu lançamento, foi anunciado que Gotham Knights teria a sua performance gráfica bloqueada a 30 fotogramas por segundo, sem a opção de um modo performance. Esta opção fez, como se costuma afirmar, correr muita "tinta" por essa internet fora. A verdade é que sendo um jogo exclusivo nova geração questionou-se o porquê. Em resposta, o Produtor Executivo justifica-se com a necessidade de trazer uma experiencia co-op mais completa e solta, num mundo aberto e detalhado. É uma resposta válida? Fica ao vosso critério.

O que posso afirmar, é que mesmo a 30 fps, senti sempre movimentos fluidos, o que enalteceu a experiencia que tive durante as horas de jogo. Não tive qualquer problema ou falha gráfica digna de registo. Falando ainda noutra componente audio-visual, a banda sonora está cativante, com pormenores como o tráfico da cidade ou mesmo os ruídos feitos pelos inimigos, a dar uma optima envolvência a esta experiencia.





 Conclusões

Se Gotham Knights é um jogo original? Não, mas isso não invalida de ser uma experiencia sólida. Darem destaque e oportunidade a heróis secundários de brilharem e podermos, inclusive, alternar entre eles, trás uma saudável variedade distinta de jogos do género. Um dos seus pontos fortes passa definitivamente pelo enredo interessante, relegando para segunda linha o protagonismo que Batman tinha neste mundo. Têm alguns pontos que podiam de uma maneira simples ser corrigidos e talvez com atualizações o façam, mas como um todo é um bom jogo de super-heróis com a atmosfera já habitual do universo Batman. Com o modo Multiplayer ainda a ser limado, poderemos ter aqui mais algumas horas de entretimento para passar com amigos ou entusiastas deste género.


O Melhor:
  • Variedade em termos de técnicas e mecânicas de combates, poderes, inimigos, etc
  • História original e cativante ;
  • Mapa grande e diversificado mas....

O Pior:
  • ...Pouco utilizado pela próprio jogo ;
  • Evolução no enredo repetitivo;
  • Tudo envolvendo o Batcycle;




Pontuação do GameForces – 8/10


Título: Gotham Knights
Desenvolvedora: WB Games MontrealQLOC
Publicadora: Upload Distribution
Ano: 2022

Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a PS5, através de um código gentilmente cedido pela Upload Distribution.


Autor da Análise: Filipe Martins




Análise | Gotham Knights - Batman Quem? Análise | Gotham Knights - Batman Quem? Reviewed by Filipe Martins on novembro 02, 2022 Rating: 5

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