Análise | Asterigos: Curse of the Stars - Uma Aloy Adolescente?

Se conhecem a franquia Horizon (e neste mundo quem não?) então Aloy é um nome que não precisa apresentações. Saberão também que no primeiro jogo a passagem de Aloy criança para Aloy adulta é feita numa cutscene (uma excelente cutscene relembramos). Imaginemos agora, que essa transição estagna na adolescência e é feita num mundo inspirado no mitologia grega/romana. Com essa premissa em mente apresentamo-vos a heroína desta história: Hilda!

Mas será que Hilda em Asterigos: Curse of the Stars é a piece de resistance, ou temos mais para nos agarrar ao comando?



Comecemos então por vos apresentar a nossa personagem. Hilda foi incumbida da missão de encontrar os membros da North Legion, onde o seu pai é o comandante, que por sua vez foram designados com a operação Ashwind que envolve explorar a cidade de Aphes (cidade esta que sofre de uma maldição). Com essa premissa, começamos a descobrir traços da personalidade da nossa protagonista. Cheia de vida e com vontade de mostrar o seu valor, no desenrolar da história vai lutando contra as injustiças e procura sempre opções para ajudar todos, nunca se conformando com o que se passa à sua volta. Nota-se sem duvida o cuidado que houve em realçar a personagem e a qualidade como foi feito faz-nos sentir uma ligação muito especial com a mesma. 

Tal como a nossa personagem energética, Asterigos é considerado um jogo de ação e aventura, com elementos mágicos a terem um principal destaque. Elementos como fogo, gelo e eletricidade têm aqui não somente o papel associado à resolução de puzzles e caminhos da nossa narrativa, como também são usados como elementos de resistência/fraqueza dos inimigos, interligando os mesmos nos combates.


Os nossos conflitos com os inimigos têm vários pontos interessantes. O fato da nossa personagem poder fazer uma combinação de duas armas entre várias disponíveis cria uma diversificação de ataques bastante saudável, onde a existência de 2 ataques por cada arma e 4 poderes especiais que podemos utilizar, nunca torna a jogabilidade repetitiva. Infelizmente este conceito é manchado por uma falta de correspondência entre a introdução do input (pressão dos botões no comando) e a ação da personagem. É recorrente notar-se a existência de um delay das nossas acções, o que se traduz em ocasionalmente sofrermos dano dos inimigos, simplesmente pela ação de esquiva não ser tão rapidamente executada como idealizamos. Outro movimento que sentimos pouco prático e orgânico é o de saltar. Foram poucas as vezes em que foi necessária e a animação da ação, visualmente, é à falta de melhor palavra, estranha.

No decorrer da aventura encontraremos diferentes tipos de inimigos, e vários tipos de bosses, cada qual com tipos de ataques diferentes e onde,  muito à semelhança dos jogos Souls like, para os derrotar teremos que conhecer os seus padrões. Outra semelhança que temos com este estilo passa por ao morrermos, voltamos a uma espécie de check points, onde também podemos descansar, mas que ao fazê-lo os inimigos voltam a aparecer.



Como mencionamos,  Asterigos: Curse of the Stars, é influenciado por temas greco-romanos, portanto nomes como Minerva ou Colossos soam dentro deste espectro. Não só em nomes, mas também a maneira como NPC's estão vestidos ou mesmo as texturas criadas para este jogo apelam a este tema. Apesar da riqueza da temática, sentimos que os acabamentos gráficos são um pouco insípidos, onde as texturas apresentam alguma falta de relevo, o que acabam por se tornarem aborrecidas, e mesmo repetitivas. Não somente a nível de cenários, também as personagens secundárias denotam alguma "apatia", em que o caso mais flagrante que notamos é nas expressões faciais dos NPC's, simplesmente sem vida. 

Infelizmente essa repetição das texturas, aliado ao fato de não existir uma mapa ou um ponteiro direcional mais especifico do que "para ires ter a X tens que passar por Y" deixa-nos muitas vezes confusos. Torna-se frequente encontramo-nos na situação de sem saber bem por onde seguir, visto que as zonas onde estamos não tem um único ponto de relevo para ajudar-nos o nosso percurso. Para minimizar este problema, a meio da progressão do jogo, desbloqueamos o teletransporte para os checkpoints que ativamos anteriormente, mas que não deixa de ser um ponto que deteriora a interiorização da experiência significativamente.

Noutro detalhe menos prazeroso e apesar de correr a 60 FPS em Full HD sem quebras significativas, alguns problemas técnicos ocorrem por vezes. A título de exemplo referenciamos alguns inimigos mais distantes a caminho até à nossa personagem e que apresentam texturas indefinidas. Este aspecto faz com que visualmente pareçam uns quadrados sobrepostos uns em cima uns dos outros a deambular até chegarem suficientemente perto para ficarem definidos.  Outro pormenor recorrente é ao usar os checkpoints, as luzes têm quebras, o que fazem com que as texturas fiquem distorcidas.



Mas falemos de pontos positivos. O enredo da Asterigos, apesar de acharmos bastante básico inicialmente, vai-se desdobrando para vários pontos interessantes e que ultimamente conseguem captar o nosso interesse e nos vão prendendo ao longo das horas. Um ponto que realçamos sobre isso são os Echos, uns pontos de luz espalhados pelos cenários que ao serem ativados mostram conversas/ações que aconteceram anteriormente naquele local, onde vamos percebendo um pouco do lore e do porquê de Aphes estar amaldiçoada. A evolução da história é coerente e apresenta uma exposição ascendente aceitável, onde começamos pela missão que mencionamos anteriormente mas que eventualmente desdobra-se em vários objetivos sempre interligados. Aliado está uma banda sonora bastante densa, mas que acenta bem na dinâmica imposta, criando uma clima agradável e contextual.



Conclusões

Asterigos: Curse of the Stars é um bom jogo de ação/aventura que se foca na diversificação dos combate e na narrativa para trazer uma experiencia agradável ao jogador. Esta pode ser manchada por um ou outro ponto que mencionamos, mas que num contexto global não estraga a pintura e  recomendados aos nossos leitores a darem uma oportunidade à irreverente Hilda


O Melhor:
  • Personagem principal bem escrita e interessante;
  • Combates diversificados ;
  • Enredo interessante.

O Pior:
  • Texturas pouco polidas e repetitivas;
  • Falta de algo "guia" para prosseguirmos na história;
  • Delay na ação ao pressionarmos as botões do comando.



Pontuação do GameForces – 7.5/10


Título: Asterigos: Curse of the Stars
Desenvolvedora: Acme Gamestudio
Publicadora: TinyBuild
Ano: 2022

Nota: Esta análise foi realizada com base na versão digital do jogo para a Ps5, através de um código gentilmente cedido pela TinyBuild.


Autor da Análise: Filipe Martins



Análise | Asterigos: Curse of the Stars - Uma Aloy Adolescente? Análise | Asterigos: Curse of the Stars - Uma Aloy Adolescente? Reviewed by Filipe Martins on outubro 26, 2022 Rating: 5

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