[Análise] The Inner World [NSW]



A Nintendo Switch é uma consola com um vasto catálogo de títulos com baixo custo de produção e pode-se mesmo dizer que disponibiliza ofertas para todos os gostos. É neste sentido que recentemente chegou o The Inner World, trata-se de um “point and click” clássico e apesar do seu género estar longe de ser uma novidade ou apreciado por quase todos, resta apenas saber se a sua qualidade é suficiente para agradar pelo menos os fãs do estilo.

No início é feita uma introdução à história, é dado a conhecer o pequeno mundo fictício de Asposia bem como os seus pequenos habitantes. Vivem-se tempos perturbados: o ar que é fundamental para a fonte da vida deixou de ser fornecido pelas gigantes ventoinhas eólicas. Agora são uma espécie de Deuses que aparecem voando e disponibilizam todo o ar necessário, mas também transformam os pequenos habitantes em pedra, caso os foquem com o seu olhar. Como se isto não bastasse há ainda um ditador que toma as rédeas da governação. Todo o ambiente é apresentado num estilo de cartoon simples, mas bastante agradável e é neste enredo que se encarna o papel do pequeno Robert, trata-se de uma personagem jovem e simpática e que viveu até agora numa espécie de isolamento. De certa forma caiu atribuladamente neste mundo perturbado e sem esperança, e apesar de não ser uma escolha própria entra numa aventura para tentar salvar o mundo.




Os tutoriais não são obrigatórios, mas recomenda-se que sejam consultados porque apesar da mecânica ser simples está longe de ser intuitiva. Como é intrínseco ao género, a personagem é controlada com o comando direcional, mas a interação com o meio envolvente está longe de ser fluída, com os botões ZR/ZL vai-se selecionando um a um e depois é ainda necessário navegar num pequeno menu para escolher a ação a aplicar. 

Cada cenário representa um quebra-cabeças, é necessário não só puxar pela inteligência como ter um certo sexto sentido. Os quebra-cabeças são resolvidos através do diálogo com outras personagens, mas também pela obtenção e combinação de certos objetos. Não se pode dizer que seja muito acessível, é necessário ter uma certa atenção aos detalhes, mas tudo isto torna de certa forma The Inner World um jogo imersivo e desafiante.




A narrativa apresentada tem os seus momentos bons, não é propriamente monótono e a sua dificuldade também ajuda que não se torne aborrecido ao fim de algum tempo de jogo mas o seu maior “calcanhar de Aquiles” é certamente a sua mecânica: este modelo de jogo teve a sua expansão no PC onde a navegação é ajudada pelo rato e compreende-se que nem sempre a adaptação a uma consola seja perfeita, mas noutros casos conseguiu-se um resultado bem melhor. O que acontece é que a interação com o cenário é demasiado lenta, a seleção do objeto ou personagem é feita passando de um para outro sucessivamente, portanto há quase sempre uma seleção inicial do que não se pretende. A utilização de um analógico poderia acrescentar maior fluidez. Mas de certa forma não se verificaram problemas técnicos.



Conclusão
The Inner World é um point and click que chega à Switch sem acrescentar absolutamente nada ao género. O melhor de tudo é o ambiente apelativo e os quebra-cabeças desafiantes, mesmo os mais experientes precisarão de algumas horas para chegar ao fim. A mecânica de navegação implementada poderia ser melhor para o jogador, mas pode-se dizer que os fãs do género ficarão satisfeitos, já aqueles que procuram algo mais relacionado com a ação e a aventura, certamente não encontrarão desafogo neste jogo.

O melhor
  • Ambiente agradável
  • Narrativa interessante
  • Quebra-cabeças desafiantes

O pior
  • A mecânica de jogo deveria ser mais agradável para o jogador
  • Não inova, limita-se apenas a ser competente

Pontuação do GameForces - 6.5/10


*Esta análise foi efectuada com um código gentilmente cedido pela Headup Games.

Vítor Carvalho
[Análise] The Inner World [NSW] [Análise] The Inner World [NSW] Reviewed by Vítor Carvalho on novembro 26, 2018 Rating: 5

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